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sábado, 9 de abril de 2011



Esses dias eu comprei um livro bem baratinho aqui nos sebos de Goiânia e pasmem foi o meu primeiro Jorge Amado.
“ A morte e a morte de Quincas Berro D’água” e como me emocionei, chorei até, mas foi de felicidade, foi de entender que tenho grandes amigos assim como o protagonista da narrativa que se passa nas ruelas de salvador, foi de saber que apesar de meu ranzizismo , conseguir ao longo desses trintas anos fazer grandes e eternos amigos, e que amigos, loucos, inteligentes, apaixonantes, inventivos, passionais,boêmios, viciados e virtuosos.

No livro do escritor baiano, o boêmio e malandro Quincas Berro D’agua morre, mas seus amigos não aceitam que ele vai morrer assim e sem nenhuma festa, nenhuma pinga se quer, os seus parentes não vão ofertar em sua homenagem no seu velório?. Só que percebem que mesmo morto, Quincas pode sim está vivo e muito vivo e tiram-no do caixão e arrastam-no para uma festa e vivem de forma intensa os últimos momentos ao lado de seu grande amigo, irmão e pai.

Meu Deus lindo de morrer, em prol do prazer e em nome da vida que é e da morte que não é!


Beijos a todos...

Jadão

quarta-feira, 23 de março de 2011

o deslocamento (des)funcional




Ainda pegando ritmo, (brumm, brumm, brummmmmm....)

Os macaquinhos que moram no campus aqui da Universidade Federal de Goiânia são uma atração a parte, brigam com as pessoas, com os cachorros, tomam comida dos distraídos, passeiam pelas várias árvores que têm no campus, uma belezura...

Dormir bem ontem,e minhas caixinhas de som do PC queimaram, acho que foi a voltagem 220w, se bem que tinha indicação de bivoltagem. gostei desse nome, bivoltagem.... será que todos nos somos BIVOLTES...rsrsrsr

Tiago roubei seu livro sobre a irmandade da morte....

Escrito por um autor espanhol contemporâneo o livro "Irmã Morte" é bem cinemático, usa imagens rápidas como um triller e tem um mote muito original: Depois de acompanhar a morte do pai morimbundo, um garoto passa a vê partes do seu falecido pai nos homens que frequentam a sua casa, ou melhor, o quarto de sua irmã mais velha que tomava conta do moribundo e dele.

Acabei de tirar xerox do primeiro material que vou estudar um tal de Edmund Burk, teorico da estética, fala sobre o belo e o sublime, vou adorar essa aula minha intuição me avisa....


me preparando para ver outro filme Godardiano, que aliás é uma bela recepção por aqui...


beijos em todos

Jadão

terça-feira, 22 de março de 2011

Há quem sente diferente......


Depois de passar mais de 10 horas entre conexão e conexão nos aeroportos de Aracaju, Salvador e Brasília (dopado por um certo diazepínico) cheguei no centro-oeste brasileiro: Goias. Onde viverei pelo menos os próximos quatro meses.

Ainda colocando as coisas no lugar, resolvendo questões burocráticas e porque não me divertindo.
Sim, vou me divertir também, se não, não vale a pena né?, sei que sou viciado em sofrer , mas é bom sorrir de vez em quando, não?

Ainda tenho outras questões para resolver em Brasília, estou indo quinta-feira.
Meu amigo Aelton o qual vou dividir casa agora, me trouxe cá na UFG para me ambientar conhecer alguns fúncionarios funcionais , uma tal de Marlene( Almodovica, diga-se de passagem) Já conheci a professora que ministra a disciplina que cursarei aqui na UFG sobre estética inglesa, e também já falei com o coordenador da pós, professor Adriano super gente boa.

É isso ainda um pouco cansado e já vi filminho hojê viu...

beijos a todos e mando mais notícias em breve.

Jadão

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Em dias confusos...



Em tempos estranhos, desejei me submeter a leitura de um livro que achei em 2009 em um sebo na cidade de Belo Horizonte, quando fui lá pela primeira vez participar de um encontro estudantil. O livro um clássico: A Religiosa.

O Famoso romance do filósofo iluminista francês Denis Diderot datado do século 18 conta em forma de confissão/memórias a trágica trajetória de uma freira pelos conventos franceses, padecendo todo tipo de auguras e desventuras.

O livro pode ser resumido em das palavras: sofrimento e crueldade. E Todos os sinônimos que puder pensar quando se ouve estas duas palavras!

Não sei porque cargas d'água quis o acaso que eu o lesse logo neste momento de escolha tão difícil!

Como diz um amigo querido “que seja”.

Recomendo pra todos aqueles que são viciados no sofrimento!

Jt

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

A PORCARIA DA MUSIFICAÇÃO

Eu tenho problemas.

Li ontem, nalgum lugar, que um rapaz lia Clarice Lispector porque queria "esquecer" de sua vida, de seus problemas, ao passo que eu, quando o faço, sigo o caminho inverso: quero lembrar deles, quero enfrentá-los, assimilá-los culturalmente, através de formas que transcendem a minha própria originalidade. Mas ESQUECER, definitivamente, não é um verbo que eu goste. Quem me conhece, sabe. Quem não conhece, deve estar sabendo agora...

Faz um tempo que eu estou tentando ver "Providence" (1977, de Alain Resnais), mais, sempre que começo, o DVD engancha, a cópia estraga, a minha cabeça dói, algo acontece que impede. Na trama, um escritor velho é assassinato e seus amigos relembram sua vida e obra por um viés pessoal, longe, bem longe do esquematismo formal que marcara a sua existência. Ou algo assim, visto que evitei ler sinopses para não estragar a minha apreciação. Alain Resnais é um cineasta estranho. Mas fica a vontade, porque vontade eu tenho de sobra.

E eu sei que pode ser covardia de minha parte, mas é tão melhor trabalhar com musos pairando sobre minha mente...

E eu assinei um acordo (uso circunflexos, mesmo quando dizem que não se deve, mas aqui eu cedo): tenho que fazê-lo sem fazê-lo!

Wesley PC>

sábado, 25 de dezembro de 2010

ALHEIO A TODOS AQUELES FOGOS DE ARTIFÍCIO...

Para onde foram todos os blogueiros?! Desde ontem que eu busco uma postagem amiga e/ou amargurada para dialogar, mas os grafômanos compulsivos que seguimos parece que se aposentaram provisoriamente neste Natal. Somente eu soçobro numa solidão escrita, pelo jeito, solidão esta que reluto em associar a algo negativo: não me sinto abandonado, mas, por causa da disfuncionalidade atroz que cerca a minha família desde que me entendo por gente, sinto que devo protegê-los, tornando ostensiva a minha presença impotente. Eu estou aqui: eles vêem isso e, de alguma forma, me agradecem, mas não podem mudar o que eles são. "É a minha natureza", diria o escorpião, antes de ferir letalmente a rã que lhe deu carona no rio... E, dentre todas as cenas de filme, veio-me à cabeça agora este melancólico e metonímico instante de brilhantismo fotográfico, em que o talento de Rodrigo Prieto extravasa a angústia iracunda que toma o coração de Ennis Del Mar, incapaz de assumir socialmente o amor que sente por outro homem. Eu sinto amor por outro homem! E, neste ano, este me deixou confessar isto intimamente. Mas nou sou um homem íntimo, sou um rapaz público. E a publicidade fere, mas tem dinheiro para comprar bandagens. Meu peito dói, mas, por dentro, eu estou feliz: amo! E que se fodam as pôrras dos fogos de artifício!

Wesley PC>

domingo, 12 de dezembro de 2010

NADA COMO TER AMIGOS#∞ (POSTAGEM REPETIDA, MAS SINCERA)

Desde que um assaltante levou a minha roupa ao apontar uma arma contra minha cabeça e me deitar no chão, em 2000, sofro de urbanofobia aguda. Ou seja, tenho um medo patológico, doentio de caminhar pelas ruas do centro da cidade de Aracaju, lugar pelo qual sinto um apreço muito forte, que vai além de minhas reações programadas à beleza arquitetônico-histórica do lugar. Na noite de ontem, portanto, fiquei com muita vontade de ver um filme uruguaio que seria exibido num palácio governamental, localizado justamente no Centro da cidade de Aracaju. E eu senti medo de ir, estava quase desistindo, quando dois amigos me puxaram e me fizeram ver o filme, que foi ainda melhor do que eu esperava. E estes dois amigos são meu ‘yin’ e meu ‘yang’: Jadson e Américo. Falo um pouco deles a partir de agora:

Jadson é taciturno, ranzinza, filosófico, fã de Michelangelo Antonioni, David Cronenberg e Ingmar Bergman, meu melhor amigo desde os 15 anos de idade, aquele que me ensinou a ouvir música brasileira de qualidade e aquele que me deu suporte nos dramas familiares mais intensificados de minha vida; Américo, por outro lado, é efusivo, alegre, quase bipolar, tornou-se um irmão postiço quase inseparável desde uma orgia sexual em que nos apoiamos mutuamente na contenção para-matrimonial ano passado e é fã de Lady GaGa, François Truffaut, do seriado “Glee” e vários outros artefatos do mundo ‘pop’ contemporâneo. São muito diferentes um do outro, mas... Como eles me complementam!

Agradecido que eu estava por eles terem me trazido ao local que elogiei no primeiro parágrafo, pedi que eles posassem para uma foto. Qual não foi a minha estrondosa surpresa ao perceber como a mesma sintetizou metonímica e emocionalmente como eles (Jadson, Américo e o centro da cidade de Aracaju) são por dentro e por fora: encantei-me com esta foto. Encantei-me com a beleza do lugar em que estivemos ontem à noite. Encanto-me e reencanto-me sempre que estou ao lado destes dois amigos queridos, que brigam muito entre si, obviamente, mas amam-me e são amados em igual medida. Amo-os! O jargão que tanto me redefine “nada como ter amigos” é elevado ao infinito nesta foto!

Wesley PC>

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

AR COMPRIMIDO (EU SOU BRASILEIRO)

Já passa de 1 hora da madrugada e eu tenho que tomar banho. Há pouco, havia um carrapato masculino em meu dedo anelar direito. Tem um menino que gosto em Brasília e eu estou ouvindo música romântica macedônia no rádio. Minha mãe pediu para eu abaixar o volume. Está tarde. Ok! Tenho que tomar banho. Vi um filme português mais cedo (falado em francês, mas dublado em espanhol e com legendas em inglês na cópia que tive acesso), uma produção canadense ‘gay’ de péssimo quilate e um fofíssimo petardo político romeno na TV Cultura, há pouco. E tem um menino que gosto em Brasília. Ele disse-me que visitou um ‘shopping’ imenso hoje, com uma livraria tão grande que até parecia uma loja de doces grátis (mas que custam dinheiro). E eu tentei convencer que não temos futuro, eu e ele. Futuro como continuidade do Presente, que é só o que tenho, ou algo do gênero. E, onde quer que eu esteja, sou brasileiro. Que nem o Oscar Lorenzo Jacinto de la Imaculada Concepción Teresa Diaz, vulgo Oscarito, filho de pai alemão, mãe portuguesa, nascido na Espanha, mas brasileiro, legitimamente malandro e brasileiro. E eu começo a tirarv a minha roupa agora. Tenho que tomar banho, passar sabonete na rôla, ai, que delícia! E tem um menino que gosto em Brasília...

Wesley PC>

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

SEM NET

Estou numa LAN, logo com pouco tempo.
Ainda estou sem NET em casa. por isso aparecendo pouco aqui
Li coisas violentas nos últimos tempos e concomitatemente participei de um cerimôria nada confortante nos últimos dias como bem anunciou o caro Wesley de Castro, mas fiquei bem com a felicidade da minha mãe e outros parentes, tive apenas vergonha de mim mesmo...
estou a ler um livro sobre arte: "Vanguarda e subdesenvolvimento" do escritor Ferreira Gullar e caramba é muito bom, assumidamente marxista ele questiona desde o termo vanguarda até a possibilidade da chamada arte de vanguarda surgir em meio ao contexto do subdesenvolvimento, até onde estou ele já tira algumas conclusões e fiquei satisfeito com elas, mesmo que o ranço marxista ortodoxo esteja marcando profundamente a sua análise, mas a frase: " o rigor formal da obra de arte surge da necessidade de mostrar concretamente o imaginado" me deixou encantado é claro. e conclusões do tipo " uma obra de arte atingi o universal apartir da singularidade do contexto social em que o artista vivi", termino minha leitura em breve e passo pros meus queridinhos.
Mas como havia anunciado antes, eu li o já famoso livro de Ana Paula Maia "Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos" dizem que ela é uma Tarantino tupiniquim, sei não, sei que a leitura do livro me deixou embasbacado tanto pelo rigor formal, quanto pelo conteúdo extremamente violento, e mais sem fazer espetáculo da violência como faz tarantino no cinema, o livro é bem visual, mas conserva um grau de crueza até semelhante mas o universo que ela trata no livro é bem diferente daquele retratado pelo cineasta, o livro ja rendeu otimas discursões entre Tiago e eu, e espero que todos leiam para comentarmos mais... é realmente um primor, sinto que as vezes ela excede em alguns momentos mas sempre justifica os excessos. é realmente uma aula de literatura moderna!

beijos

Jadson

domingo, 15 de agosto de 2010

“EU NASCI ASSIM, EU CRESCI ASSIM”...

Tentei ver um filme israelense homossexual antes de dormir, mas o aparelho reprodutor de DVDs de minha casa recusou o DVD pirata que tão gentilmente me emprestaram. Por isso, enquanto indagava a mim mesmo onde poderia ver o tal filme, dei-me de presente outra sessão, tão religiosa e erótica quanto. Porém, ao invés de revelar aqui o nome do filme que vi antes de dormir, exponho a minha própria carne diante de algumas interrogações exclamativas que se manifestaram na cama de Fábio Rogério & Ninalcira na última madrugada de domingo: é verdade que o uso intensivo de uma dada zona erógena do corpo estimula o desenvolvimento da mesma? O agrado que nos atinge quando alisamos as bundas de Jadson ou Tatiana foi o motor de tal pergunta.

Durante esta mesma conversa de cama, alguém perguntou como era minha bunda. Seco e magro que sou, só poderia dispor de uma bunda seca e magra. Seja ela como for, porém, até então serviu para o que precisei. E, como todos sabem, no fervor de meus 29 anos de idade, ainda não tive o privilégio de enfiar meu pênis em nenhum cu, nenhuma boceta, nenhuma boca humana (ao menos, não depois que dispus de pêlos pubianos). Talvez isso redundasse em um sub-aproveitamento de minha genitália? Pelo sim, pelo não, considero-me um exemplar mediano da estatura peniana brasileira. Gosto de meu corpo como ele é, não obstante esta opinião não ser unânime, o que também é bom: talvez o que eu tenha a mostrar para o mundo esteja mais dentro do que fora. Ou não...

Não é à toa que dizem que eu pareço com Caetano Veloso.

Wesley PC>

QUEM CHEGAR ANTES, ESPERA O OUTRO, VIU, NINALCIRA?

“Espérame en el cielo corazón
si es que te vas primero
espérame que pronto yo me iré
ahí donde tú estés.

Espérame en el cielo corazón
si es que te vas primero
espérame en el cielo corazón
para empezar de nuevo.

Nuestro amor es tan grande, y tan grande
que nunca termina
y esta vida es tan corta y no basta
para nuestro idilio.

Por eso, yo te pido por favor
me esperes en el cielo
y ahí entre nubes de algodón
haremos nuestro nido”


Não vou esperar o título (risos), mas digamos que tenha a ver com a canção interpretada por uma tal de Mina que toca ao final de “Matador” (1986, de Pedro Almodóvar): eis o que sentia antes e depois daquele grito imenso, que somente eu, Ninalcira e Fábio Rogério ouvimos na madrugada de hoje. Jadson e Tatiana, deitados do outro lado da cama, não ouviram. Por quê? Houve a especulação que tenhamos os três imaginados o grito. Houve a especulação induzida de que o grito teria provido de alguém que acordara de um pesadelo, o que oficialmente nos consolou antes de adormecer. Houve uma saraivada de memórias eróticas antes de eu deitar naquela cama. E haverá muito mais por acontecer daquele instante em diante. Bela madrugada entre amigos, uma das mais ricas de minha vida!

Wesley PC>

Comunhão




As vezes o inesperado pode ser tão bom,

pois é, ontem depois de mais uma boa surpresa cinemática proporcionada pelo mais novo queridinho da turma, Eloy di la Iglesia, alguns amigos e eu partimos para casa de um casal também amigo e lá desatamos a conversar, sobre cinema,música, literatura, infância, amizades, passado, futuro, acadêmia, varamos a noite, adentramos a madrugada, sorrimos, nos emocionamos, nos consternamos, acima de tudo vivemos foi bonito, deitamos em grupo por volta da cinco da manhã.

feliz......

JT

domingo, 1 de agosto de 2010

Canções de Baal

Sexta-feira, enfim, assisti ao Canções de Baal, de Helena Ignez.
Antes, ela prórpia, em terra sua - a Bahia- o apresentou. Estava com uma bata cor de goiaba e meias coloridas, dessas que lembram pinturas, parecem-se com tatuagens...
Na entrada da sala do TCA (Teatro Castro Alves), quando a avistei, não pude deixar de lembrar-me do filme do Sganzerla em que ela, roda a cidade, a gritar: "Eu não sou tarada, eu não sou tarada!", depois (ou antes) de repetidas frases de medo da velhice.
Ela era bela, jovem.
Hoje, seu rosto já envelhecido, guarda sinais de uma beleza sapeca e brehtchiana, avacalhadora da época daqueles filmes. E seu tamanho mignon faz com que nunca esqueçamos daquela Helena da Boca do Lixo.

Voltando das minhas viagens, ouvi uma garota falar: "O que é que o rock não faz com as pessoas, não é?". Falava, rindo-se muito, que encontrara Helena Ignez no banheiro  (antes da apresentação do filme) e olhou para ela e pensou logo essa coisa do rock, achando-a acabada, velha... E mais adiante, ironizou: "Será que devo esboçar alguma emoção, afinal de contas "fulano" me disse que ela teve uma importância tão grande pro cinema brasileiro...não, acho melhor eu ir fazer xixi".
Essa pessoa diz ter uma ligação muito forte com fotografia e vive frequentando cursos de cinema, etc.
Oquei.

Vamos ao Canções.
Terminada a sessão, é importante eu falar, eu disse: "Ufa! Valeu ter namorado Glauber, Bressane e Sganzerla, viu?".
Comentário machista, infame, piada sem graça. Era o dia de Helena (inda bem que ela não nos ouvia)!

Gostei muito do filme. Belo. Dionisíaco. Avacalhado, sem ser a fórmula do cinema da Boca. Leia-se: não é nostálgico, não é re-leitura de uma época. Não é o filme que a atriz desses tantos filmes das décadas dos 60 e 70 poderia fazer. E muito menos pode-se dizer que ela é um Bressane ou, mais ainda, um Sganzerla de saias. Apesar de o filme guardar um diálogo com Sganzerla sim. Esse que não só foi o grande amor da vida de Helena, mas um grande diretor de cinema do Brasil.

A arte é esplendorosa nesse filme de Helena Ignez. Os planos são de uma elaboração feliz. E Baal, cafajeste macunaimizado, que come as mais belas ninfetas é posto com tamanha sensibilidade para a gente que não dá raiva, que, ao contrário, emociona.

Como o filme se propõe um filme de canções, as músicas e versões cantadas por Careqa são uma mistura de nonsense e poesia, de tirar o fôlego.


Helena Ignez é uma atriz brechetiana e faz um filme em homenagem a Brecht. Assim, temos como primeiro plano a entrevista deste, em língua inglesa, dando satisfações aos americanos no Comitê de Atividades Anti-Americanas. E, todo o filme é permeado por essas falas e a todo momento, desse modo, somos chamados atenção para o absurdo da existência de comitês desse tipo à época e, consequentemente, somos levados a pensar nos resultados disso para nós, hoje.
Temos um Einstein interpretado por ator brasileiro que é espetacular ao nos fazer pensar a antropofagia cultural que arranjamos por aqui no Brasil e que perpetramos, agora, noutros moldes - e é esse o ponto do filme de Helena Ignez: ela fala dessa antropofagia hoje.
E, por mais que eu tenha dito que Baal é um cafajeste macunaímico, não podemos, por conta do colorido do filme, das sacanagens de Baal, da sedução deste, da preguiça e da boemia suas também, não podemos dizer que Helena não lança um outro olhar a todo esse processo que seja diferente do dos anos do cinema marginal.

E a estetização, a homenagem que ela faz a questão cinematográfica mesma, nos informa isso. Helana faz opções e segue um caminho que é dela própria. Isso é muito fortalecido nas aparições de Djin Sganzerla numa projeção de filme numa parede e nas aparições de Simone Spoladore no banho de cachoeira (vide a foto da postagem) e, mais adiante, num tipo de tanque, com águas esverdeadas, como se fosse uma tela (são as águas do cinema, sua fluidez atualmente debatida?).

Estou ainda em Salvador. Já já viajo. Estou cansadíssima e, por esse motivo, talvez não consiga atingir o ponto que eu quero falando de Canções de Baal se não for do jeito que sei falar de cinema, de filme que me deixa feliz em assistir: É um filme do caralho e que me deixou feliz. É bonito, é de uma sensibilidade singular e, para mim, guarda importância por ser dirigido por ela, que é uma das atrizes brasileiras que mais admiro.

P.S.: não poderia deixar de frisar que nas cenas iniciais, no encontro de Baal com figuras nada comuns, (doente, velhos, drogados, loucos, nus, degradados) bebendo champagne, a velha que abrira as portas para Baal aparecer no filme, para nós telespectadores, ela fala: "Não entendi nada". E, Baal, olhando direto para a câmara, ou seja, para o cinema ou para cada um de nós escpetadores, responde: "Se alguém que ouviu uma história diz que entendeu tudo é porque a história não foi bem contada".

Ui. Tome-lhe bofetada na cara dos que saíram da sala (porque sempre há essas pessoas, assim também aconteceu na exibição de Saló, de Pasolini, um cara saiu dizendo que para ver pornografia, viria na Internet mesmo) ou dos que se propõem a estudar fotografia, cinema, seja lá o que for e não sabem dar a devida importância a Helena Ignez. Ui, tome!
Se bem que teve gente que me respondeu, quando comentei isso ao vivo e a cores, que não era todo mundo que tinha a obrigação de gostar das coisas que eu gostava.
Como se eu tivesse impondo um modo, um gosto por achar estranho alguém desconhecer a existência de Helena Ignez quando se propõe a estudar cinema no Brasil.
Oquei.

P.S. do P.S.: a homossexualidade é abordada de maneira singular também aqui nesse Canções de Baal...

sexta-feira, 23 de julho de 2010

MINHA BOCA LASCOU HOJE!

Fazia um bom tempo que eu não trabalhava tanto quanto hoje.
Tanto que, em dado momento da noite, estive diante do marido de um nutricionista.
Este me disse que eu estava bebendo pouca água.
Eu estou bebendo pouca água?
Se sim, por que estou com vontade de mijar agora?!
Aqui comigo, trabalha um menino que mija de vez em quando.
De vez em quando também, a gente se cruza no banheiro.
Eu rio com a coincidência espacial, mas ele não gostou disso.
Por isso, bebo mais e mais água.
De maneira que teve um momento que eu atendi ao marido de um nutricionista.
Este me disse que eu estava bebendo pouca água?
Eu vou beber água agora, volto já.

(...)

Pronto, voltei!
Aproveitei e mijei também.
Aproveitei que já estava no banheiro e me olhei no espelho.
Ao me olhar no espelho, percebei que meus lábios estavam lascados.
Talvez eu tenha me estressado demais.
Talvez eu tenha bebido pouca água.
Talvez eu não tenha trabalhado tanto quanto hoje nos últimos dias.
E estou vestindo uma camisa vermelha, mais velha e bonita que esta da foto.
E me deu vontade de beber água de novo...
Mas vou esperar um pouco.
Estou baixando um filme do Takashi Miike.
Além disso, vou trabalhar amanhã.
Além de amanhã, vou trabalhar domingo.
Além de domingo, vou trabalhar segunda.
E terça.
E quarta.
E quinta.
E sexta.
E minha boca...

Wesley PC>

domingo, 18 de julho de 2010

Aos 29 anos....


Tem uma musicazinha brega da banda Legião Urbana com o título de "Vinte e nove", sempre achei que falasse sobre a idade, lendo a letra da música não sei mais, deixo bem claro que não gosto da banda, nem da música, mais agora que já estou as vésperas dos 30 prometo para as pessoas a minha volta que não mais lhe reclamarei sobre o meu envelhecimento, porque apesar de meu reclamar esta chatendo os ouvidos alheios, quero deixar bem claro aqui que não me sinto velho e acabado, mas inseguro quanto ao futuro.
Bem, estou com alguns amigos aqui em casa e ontem assistimos alguns filmes intensos e hoje não sei....
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chove lá fora.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Saudades, memórias.... e o futuro ?


já estava com saudades deste espaço que passei a acreditar e nunca pensei que pudesse um dia dizer isso. preciso entender as novas coisas como possibilidades... mas enfim, depois de alguns dias sem postar devido a minha ausencia em terras aracajuanas, devo informar que nesta terça foi um excelente dia de volta a terrinha querida ARACAJU é uma cidade linda e pulsante quando se tem os amigos certos em momentos unicos, foi o que aconteceu ontem.

Mas foi durante essa madrugada que parei para refletir muito acerca de questões como memória e perspectiva, depois de acordar as três da manhã com a minha amiga insonia que desta vez resolvir enfrentá-la concientemente, levantei da cama lavei os pratos e fui ver um filme. e foi durante ele que passei a pensar em minhas memorias ou na construção delas, minhas lembranças são justas comigo mesmo, tenho certeza que apesar de beirar apenas os 30 anos percebo que vivi intensamente tudo que me propus ou ao menos que a vida me proporcionou, por outro lado pensei no futuro, no que me espera ou o que tenho que ambicionar ou mesmo o que tenho que construir. Acho que me formo neste periodo e fico um pouco desmotivado, amo e odeio a academia e gostaria de continuar.
O filme que vi se chama "Coração Louco" é um filme menor e conta a história de um astro da música cowtry americana em decadência e que viaja em turnê pelo interior do Texas em bares sujos e sem nenhum glamour até conhecer uma garota se apaixonar e tentar recomeçar. é um filme que fala sobre a reconciliação do indivíduo consigo mesmo impulsionado por um movimento de redenção, mesmo que motivado por um sentimento que envolve um outro individuo. é um filme sobre o envelhecimento, sobre o passado e o futuro. é um filme simples, que conta com boas atuações, um direção pouco criativa que não vai além de muita coisa já feita por ai sobre o mesmo tema, mas a montagem eficiente, uma trilha cativante e uma boa direção fotografica foi capaz de mexer um pouco em minhas atuais emoções.

Bem, espero continuar a envelhecer de forma intensa e ao lado de amigos tão queridos...

Beijos

JT

sexta-feira, 25 de junho de 2010

MAIS ALGUMAS LINHAS SOBRE MEU DESENTENDIMENTO PRÁTICO ACERCA DO AMOR...

[linhas suprimidas]

Conforme dito acima, fica, portanto, a conclusão de que eu e Jadson, para ficar em apenas um exemplo lato, diferimos muito na aplicação pragmática de nossos conhecimentos sobre o amor. Ele age de uma forma, eu, de outra, em equivoco. Faço a linha “errador contumaz”, por isso, não entendi bem o que ele quis dizer com a diferenciação (ou era conjunção?) kierkegaardiana entre amor e perdão. Fuça aqui a lembrança falha a ser corrigida...

Na tarde de hoje, planejo ir ao cinema, ver “O Golpista do Ano” (2008, de Glenn Ficarra & John Requa). Apesar de o título do filme, cartaz do mesmo e a protagonização de Jim Carrey façam parecer se tratar de uma comédia, a sinopse deixa antever que um forte drama potencial sobre o que leva uma pessoa a se assumir como homossexual criminoso depois de uma vida pregressa levemente estabilizada se instaura diante do público, o que, com certeza, não será bem-quisto pelos conservadores violentos que, com certeza, estarão enganosamente presentes à sessão. Vou ver o filme com medo, um medo herdado do Belchior que ouvi pela manhã, e talvez sozinho. A depender do que sinta, voltarei aqui para comunicar o que achei...

De resto, espero que o primeiro parágrafo desse texto deixe claro o que eu quis dizer sobre...

[conclusão textual igualmente suprimida]

Wesley PC>

sábado, 12 de junho de 2010

O QUE EU ESTOU A LER AGORA:


“Sabe como é que eu imagino a felicidade? Acho que, quando a gente é feliz, a gente está junto de alguém que tem a pele muito fina e depois a beijamos nos lábios e tudo se encobre de uma névoa rósea e o corpo da pessoa se transforma numa multidão de espelhinhos e, quando olhamos para ela, somos refletidos milhões de vezes”...

A citação segue em frente, mas acho que, até onde eu fui, já dá para imaginar o que a peça “O Arquiteto e o Imperador da Assíria”, de Fernando Arrabal, está a me causar gozo intenso: simplesmente genial!

Wesley PC>

sábado, 5 de junho de 2010

“A INTENSIDADE DA PUNIÇÃO NÃO DEVE ESTAR ASSOCIADA À GRAVIDADE DO DELITO”

Este é o jargão mais repetido durante as aulas de Jornalismo Policial a que tenho que me submeter todas as manhãs de quinta-feira, precisamente às 7h da manhã. No início, eu costumava detestar as aulas, achá-las enfadonhas ou ideologicamente desviantes. Depois que li com atenção um dos textos utilizados como bibliografia básica e de perceber que a má fama do professor responsável pela disciplina deve-se mais a seu rigor avaliativo do que necessariamente ao seu mau-caratismo (não detectado por mim – o homem parece ser boa pessoa), percebi que este jargão é importante, ao mesmo tempo em que é difícil de ser aplicado: como crer que uma dada punição deva ser aplicada ser levar em consideração o que se sente em relação ao delito que supostamente engendra esta necessidade punitiva? Haja racionalismo para enfrentar esta situação, visse?

Dentro, portanto, de minhas medidas pessoais para “criar outros tantos demônios” (sem precisar matar os anteriores, diga-se de passagem, apenas reabilitá-los a nosso favor), creio que o enfrentamento risório dos problemas é sempre uma pedida válida – mesmo que estes sorrisos incomodam outrem. Ontem, disseram-me, de forma iracunda, que meu sorriso é irritante. E eu pouco liguei para isso e continuei a sorrir. Estava me sentindo bem. Precisava pôr isso para fora. E, enquanto eu sorrio, Alejandro Jodorowsky faz CINEMA com letras maiúsculas!

Wesley PC>

segunda-feira, 31 de maio de 2010

(DIS)FUNÇÃO EDUCACIONAL QUE ENTRA PELOS OUVIDOS E SAI PELA IDEOLOGIA...

Apesar de embelezar algumas músicas tristes do australiano Nick Cave com seu choro performático indidental, a estrela ‘pop’ igualmente australiana Kylie Minogue é conhecida mesmo por sua euforia dançante. Apesar de sempre ouvir falar sobre ela, nunca tinha me dedicado a ouvi-la cantarolando seus refrõezinhos grudentos. Este “nunca” acabou na manhã de hoje, quando “Fever” (2002) foi executado em meu aparelho de som. Com exceção de duas ou três faixas, achei o CD muito chato, mas a voz fofa da cantora e o bate-escala gracioso dos acordes sustentaculares à sua voz me fizeram rodopiar pela sala. E foi aí que eu comecei a pensar que, mais importante do que comparar se a Kylie Minogue é pior despejando seus gritinhos enfeitados ou gemendo mortalmente nas maravilhosas litanias românticas de Nick Cave and the Bad Seeds, é constatar que meu arcabouço musical é predominantemente anglofílico. E isto é um problema crasso!

Ao contrário de Jadson ou de Ninalcira, que consomem preciosidades do cancioneiro tupiniquim desde que eram pequenos mancebos apaixonados, eu fui inoculado na mesma idade com o que chamam de “música alternativa internacional”, de maneira que fui preparada para enfrentar o mundo globalizado da cultura de massa, mas permaneço ainda frágil e deslumbrado diante da arte singular deste País em que habito. Neste fim de semana, por exemplo, assisti a três preciosos documentários sobre diferentes gêneros musicais brasileiros e, na manhã de hoje, conheci um artista fabuloso (em mais de um sentido) chamado Edy Star, extremamente homossexual e amigo íntimo dos falecidos (e eternos) Raul Seixas e Sérgio Sampaio. Genial!

Mas, enquanto toda esta explosão sadia de brasilidade me tomava, mais e mais canções anglofílicas eram ouvidas, desejadas ou elogiadas por mim... Kylie Minogue à beira da morte incluída (vide foto). Sou um filho deste pós-modernismo atroz, teve razão Jadson ao dizer. Que eu sobreviva ao som da versão do Edy Star para “Esses Moços”, do Lupicínio Rodrigues:

“Esses moços pobres moços
Ah! Se soubessem o que eu sei
Não amavam..
Não passavam aquilo que eu já passei
Por meus olhos, por meus sonhos
Por meu sangue tudo enfim
É que eu peço a esses moços
Que acreditem em mim, se eles julgam
Que a um lindo futuro só o amor nesta vida conduz
Saibam que deixam o céu por ser escuro
E vão ao inferno à procura de luz
Eu também tive nos meus belos dias
Essa mania que muito me custou
E só as mágoas eu trago hoje em dia
E essas rugas o amor me deixou!”


Se eu tivesse que fazer tudo de novo, faria tudo igual!


Wesley PC>