sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Sérgio Sampaio: "Hoje não"



Só porque é hoje: para o último dia do ano, eu canto, com esse que corta sempre o meu coração e que nessas sessões de bar: arrasa comigo. Nesse mesmo dia, nesse mesmo bar, Sérgio Sampaio cantando Pobre meu pai me faz chorar os choros de toda a minha vida e da que passou e da próxima também. Mas, só porque hoje é hoje, porque hoje é o último dia do ano, essa "Hoje não" cai bem para mim.

Hoje não

Hoje não tem nada disso, de ser feliz por aí
hoje eu não quero comicio, aqui
dentro de mim não existo, sinto que fui e parti
dos meus compromissos já me esqueci
hoje não tem nem perdão
nem pai, nem mãe, nem irmão
nada de ser guardião dos meus
hoje não tem solução e nem problemas também
nem rico, nem pobretão, nem vem
hoje não tem violão, não toco samba cançao
não quero nem discução, nem vem
hoje não tem nada disso, de ser feliz por aí
hoje não quero comicio aqui
dentro de mim não existo, sinto que fui e parti
meus compromissos já esqueci
hoje não tem nem perdão
nem pai, nem mãe, nem irmão
nada de ser guardiao dos meus
hoje não tem nem perdao e nem problemas também
nem rico, nem pobretao, ninguém, ninguém
hoje não tem violão, não toco samba canção
não quero nem discução!
nem vem, nem vem, nem vem!

Tudo pode dar certo: feliz ano-novo!


Qual o balanço do ano-velho? O que você pode dizer que aprendeu com o ano que vai acabando? Eu responderia: que não aprendo nunca! Essa é a lição: eu nunca aprendo nada com ano nenhum. E lembrava fortemente do filme de Woody Allen, o Tudo pode dar certo. A minha vida, muitas vezes, é aquilo: enquanto pulo da janela para me suicidar por ter sido abandonada por um amor, caio em cima de uma linda e interessante mulher, que por sinal é a da minha vida naquele momento. E todos juntos comemoramos o ano-novo que surge...Mas, eu estou ali: estranhamente conversando com quem não existe, é invisível, o extra-quadro, o possível público de uma encenação que é a vida de todos nós...quem sabe é com quem já foi e continua ali, perto de mim, invisível e presente sempre? Sei lá de nada! Só sei que com bom humor, nos dias de cão, com hipocondrias e com bebedeiras ou de cara limpa, seja como for: Tudo pode dar certo, incrivelmente.






quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Era uma exposição de um artista...Na casa Brasil-França...Tinha uma instalação...cada pessoa entrava sozinha...Três cortinas escuras. Sala escura e uma opção: continuar ou voltar. Continuei. Saí tremendo da experiência. O coração aos pulos dentro de minha garganta, como não cabendo ali e também sabendo que não era uma boa saltar fora de meu corpo assim...Tremia. Busquei um assento. Sentei, mas não sem antes tirar os óculos.

Descobrir que sou alguém que se atira foi surpreendente. Que medrosamente vai para frente mesmo na escuridão, e que tateia, procura, mas que antes de qualquer escuridão, busca o entorno de si...eu busquei o meu entorno ali...E me vi a descobrir, a tocar cada vão de parede, a confiar em meus sentidos e depois me vi criança, testando a verdade e abri as três cortinas de volta sendo Nina. Essa de sempre e uma outra nova.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Eitá que é muito mar!

Eitá que é muito mar!
Acabo de acordar, cedo, para mais um dia no Rio delírio! E sonhei com o mar. Sonhei que ia visitar uma pessoa, um homem, que havia comprado, sublinhe-se: comprado. Esse moço havia comprado um trecho da praia, com bares e donos de bares. Construiu uma casa e o seu quintal era o mar. Durante a minha visita, chovia. Eu não gostava do moço no sonho. Repudiava-lhe o comportamento. Conversava com seus "serviçais". Um deles, olhos azuis, dois pequenos mares na cara. Falávamos de modo que eu sentia esperança. Uma esperança que brasileiro só pode sentir em sonho mesmo, sabe?
Havia fogos também. Barulho, cheiro, o brilho das faíscas dos fogos...E havia muito mais...sonhos, sonhos!

É muito mar!

E a primeira palavra do dia foi: "Independente de qualquer coisa, eu preciso sempre guerrear. Tenho que ser guerreira". É muito mar, mas também é muita luta sempre, sempre.

E aí há os apressados: olha só a moiçola viajando, Rio, Porto Alegre...lá, lá, lálá...
Para os que de nada sabem: silêncio de mar!

E me resta, agora, com tudo o que está guardado em mim: bom dia, sol!

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Fragmentos

Cantada matinal: "Seu mundo caiu? Corre para o meu que ainda está de pé!".

Um pensamento: "Se minha casa pegar fogo, eu salvo o fogo".

Um caminho: intinerância. O absurdo e a graça num cheiro de goiaba.

O livro de Gabriel Garcia Marquez em minhas mãos e o pensamento voando em um avião a jato só para falar oi.

Os livros. Em minha vida, sempre os livros. E fluxo-floema por vinte contos em minha frente. Ousado. Verde e branco. Antigo e novo.
Eu sem nenhum puto. Lembrando: "Liberdade é pouco: o que eu desejo ainda não tem nome".

"A sua camisa é de um verde próximo ao da loucura". Sussurrado no ouvido. Bar cheio. Duas. Ela me disse assim: na lata.

Desde que me recebeu, a cidade d'Oxum: muita água, claro. Mas, uma palavra insite: FOGO...

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

...

I

Olha só: penso agora num pau

Bem mal lavado, malcheiroso,

Sujo-imundo-suculento.

AO NATURAL!

II

Uma pica Mal-lambida

É uma língua ressequida

Numa boca entristecida!

III

Com o álcool formo por acaso o rio de mim.

Ele é água e eu sou terra.

Por acaso somos rio.

Como o rio em si É por acaso.


A ler poesias...

ISTO (Fernando Pessoa)

Dizem que finjo ou minto

Tudo que escrevo. Não.

Eu simplesmente sinto

Com a imaginação.

Não uso o coração.


Tudo o que sonho ou passo,

O que me falha ou finda,

É como que um terraço

Sobre outra coisa ainda.

Essa coisa é que é linda.


Por isso escrevo em meio

Do que não está de pé,

Livre do meu enleio,

Sério do que não é.

Sentir? Sinta quem lê!


Cantiga do desencontro

Xilogravura de Yole Travassos


Ando agora, ando agora

Pelas ruas

Ansiando tua imagem encontrar

Teus olhinhos, teus olhinhos rutilantes

Que anunciam, que anunciam

Meu penar


Meu menino, meu menino,

Não te escondas.

Tu dirias que te procuraria assim?

Meu menino, meu menino,

Não te desencontres...

Não te escondas, não te escondas

Mais de mim...

domingo, 26 de dezembro de 2010

Peter FRY & Edward MACRAE - "O Que é Homossexualidade" - Coleção Primeiros Passos - 5ª edição - São Paulo: Brasiliense, 1983




"Desejos homossexuais são socialmente produzidos como são também produzidos desejos heterossexuais. Para nós, um ou outro ou ambos têm o mesmíssimo valor e devem ser vistos com a mesma perplexidade, normalmente apenas reservada para a homossexualidade" (página 16)

Acima de tudo, meus amigos!

Wesley PC>

OLHE PARA A IMAGEM ACIMA, PENSE NO QUE ELA REPRESENTA PARA TI E SOMENTE DEPOIS LEIA E RESPONDA AO APELO ABAIXO:

Olhaste? Percebeste que a moçoila parada em frente ao ruminante que pasta próximo a um posto de gasolina está a ler “As Ilusões Perdidas”, de Honoré de Balzac? Tu gostas de mim? Tu sentes que o mundo atual vai de mal a pior? Tu já reivindicaste algo na vida? Tu gozas diante de obras-primas? Tu sabes que falar um idioma é ter poder? Tu amas? Tu permites que eu te ame? Tu sentes que Deus, Pâncreas e Organoléptico são palavras que possuem pelo menos uma letra em comum? Se tu respondeste SIM a pelo menos uma das questões, tu deves me telefonar agora e me convidar para rever “Filme Socialismo” (2010, de Jean-Luc Godard) ao teu lado. Sabes o que é um filme contemporâneo perfeito? Se não, saberás em breve. Cheiro,

Wesley PC>

sábado, 25 de dezembro de 2010

ALHEIO A TODOS AQUELES FOGOS DE ARTIFÍCIO...

Para onde foram todos os blogueiros?! Desde ontem que eu busco uma postagem amiga e/ou amargurada para dialogar, mas os grafômanos compulsivos que seguimos parece que se aposentaram provisoriamente neste Natal. Somente eu soçobro numa solidão escrita, pelo jeito, solidão esta que reluto em associar a algo negativo: não me sinto abandonado, mas, por causa da disfuncionalidade atroz que cerca a minha família desde que me entendo por gente, sinto que devo protegê-los, tornando ostensiva a minha presença impotente. Eu estou aqui: eles vêem isso e, de alguma forma, me agradecem, mas não podem mudar o que eles são. "É a minha natureza", diria o escorpião, antes de ferir letalmente a rã que lhe deu carona no rio... E, dentre todas as cenas de filme, veio-me à cabeça agora este melancólico e metonímico instante de brilhantismo fotográfico, em que o talento de Rodrigo Prieto extravasa a angústia iracunda que toma o coração de Ennis Del Mar, incapaz de assumir socialmente o amor que sente por outro homem. Eu sinto amor por outro homem! E, neste ano, este me deixou confessar isto intimamente. Mas nou sou um homem íntimo, sou um rapaz público. E a publicidade fere, mas tem dinheiro para comprar bandagens. Meu peito dói, mas, por dentro, eu estou feliz: amo! E que se fodam as pôrras dos fogos de artifício!

Wesley PC>

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O Bom Velhinho


João do Baleiro vestia a roupa do papai Noel no dia de natal. Saía pelas ruas distribuindo balas às crianças e a quem por ele se afeiçoasse. Era como uma identidade secreta, fantasiado do bom velhinho. A mesma roupa especial ele usava há muitos anos. O corpo cada vez mais esquálido, encardido e desengonçado, perambulava as ruas. Mancava da perna direita e esse era o detalhe que para ele era a chave de seu segredo. No dia de natal e, somente nesse dia, ele não usava muletas. Ficavam guardadas, escondidas sob o colchão velho, como se um dia alguém tivesse tido a curiosidade de descobrir a verdadeira identidade do Noel aleijado. As crianças corriam como se enlouquecidas quando ele, com apito, anunciava a chegada. Gritavam “Jogue aqui, papai Noel! Papai Noel, jogue aqui!” Era sempre uma festa. Durante todo o ano ele economizava parte de sua pensão do INSS para, naquele dia especial, distribuir os doces.

O resto dos dias do ano, João do Baleiro era João do Baleiro e só. Há tempos não sabia o verdadeiro nome. Quando estava sem a roupa vermelha do natal, ele exibia no braço a tatuagem escura com o rosto de uma mulher. Quando lhe perguntavam quem era, respondia: “uma dona aí”. “Daqui num sai mais nunca” – ele dizia. E não sairia mesmo, pelo menos até que lhe comessem as carnes os bichos miúdos do cemitério. Não sairia da pele nem da cabeça.

Contava então os dias para o natal. Os meses passavam numa vagareza só, até chegar dezembro, quando ele começava a pechinchar as balas, quando finalmente, em 25 desse mês, ele se transformava em Papai Noel. E durante todo esse dia, jogaria as balas a pedido da criançada, e se esqueceria que, à noite, não pregaria os olhos com uma dor insuportável nas pernas por causa da falta das muletas e que passaria completamente sozinho.

Ressurreições, Jorge Mautner



Ressurreições
Jorge Mautner e Nelson Jacobina

Você foi pela estrada assim
Como quem não vai voltar
Quem fica é quem chora
Até se acabar
Minhas lágrimas se acabaram
Mas não a vontade de chorar
Te amei no dia em que te vi
Domando um bando de leões
Domando aquelas feras, conquistando os corações
Dizendo que o amor nunca morre porque tem ressurreições
Sete mil quartos secretos guardam um segredo
Só o amor, só o amor pode matar o medo
Ando tão a flor da pele que qualquer beijo de novela me faz chorar.

Para a sessão informes, como dia desses pediu Tiaguito.

Saiu a revista que eu pedi loucamente e por longo período para vocês (Jadson e Tiago) escolherem um texto para mandar. Vocês não mandaram, eu mandei 15 (kkkkkkkkk) e escolheream o "A partida de futebol". Está na página 62 e ao lado tem um videozinho para os meninos que gostam de cinema azedarem (para combinar com o nosso Maracujá com Açúcar)...

é só clicar na capa da revista que se pode navegar

Uma história comum


Durante o dia, sob o sol e o barulho anônimo de pessoas outras pelas ruas, nos transportes coletivos, no trânsito, nos escritórios, nas lanchonetes e em praças e por todos os lugares da cidade, ela vivia muito bem. Disfarçava seus medos e sua solidão em pequenos cuidados e era, assim, uma pessoa atenta e prática.
À noite, trancada em seu minúsculo apartamento, sentia o peso de tudo aquilo que ela esquecera sob o sol. A lua, fosse minguante ou cheia a enlouquecer também a sua cabeça, a lua trazia o mais fundo dela para a pele. Ali, na beira de si, ela não sabia o que fazer com ela mesma.
Ouvia música, lia, tomava vinho, telefonava. Mas, a lua estava ali, ameaçadora e espelho. O espelho do de dentro.
Masturbava-se e se sentia triste quando deixava a porta entreaberta e o zelador, pontual, vinha a espreitar-lhe. Entrestecia de uma tristeza estranha porque fora ela quem começara o jogo exibicionista.
No outro dia, pela manhã, olhava-o e nada sentia: vazia. Era como se ela fosse só o líquido gozo e ele a tivesse sugado para dentro dele com o olhar apenas. Ele a bebera de longe, sugara o seu mel e o seu leite. A ferida sarava no quente da manhã, no quente do dia. O sol. E ciclicamente a lua. Sol. Lua. Solidão. O mel. A ferida. A repetição e o fim. Em sua lápide, palavras que nada diziam sobre ela, verdadeiramente.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Descrição do fogo II

Sugara-lhe a última gota de mel. Desvalida, sem cor, molemente como que sem vida ficou ela aberta em flor, estranhamente feliz. O beija-flor voou, satisfeito, feliz também, com gosto de cor e de mel num bico que por isso é quase sagrado. A flor sabia que de alguma maneira, ainda que ficando, ia com ele.

Maria Bethânia - Sob Medida



Só porque é Maria. Só porque é Chico. Só porque eu amo música. Só porque adoro reforçar que soy brega si, si. Só porque estou feliz e aliviada por estar de férias e com TODOS os resultados das disciplinas em mãos. Só porque vou arrumar minhas malas para viajar. Só porque aqui eu posso me esparramar e falar que vou morrer de saudades. Só porque aqui posso falar que amo, que oeio, que sinto medos, que erro, que me equivoco, que tenho minhas razões comigo mesma e que sei (ainda que tantas vezes diga que não sei) que são razões singulares e que nem todos têm obrigação de compreendê-las (muito menos a mim). Só porque eu preciso do endereço de Jadson para mandar uma carta para ele de Montevidéu porque ele deu a idéia e eu adorei. Só porque eu adoro escrever cartas (e é por isso que meus e-mails são gigantescos). Só porque um monte de coisas daquela seara do não-dito que Tiago fala estão pulsando aqui dentro de mim bum-bum-bum-bum a todo momento. E essa letra é essa letra. Ops! E só porque esse DVD Maricotinha é fantástico. E só porque fiquei em dúvida entre postar essa música ou Maria recitando Pessoa (Caeiro) "Poema do Menino Jesus" no mesmo DVD.

Descrição do fogo I

Ele a olhava com tanto desejo que ela ardia. E ardendo, ele sentia ela a olhá-lo com muito desejo. Tocaram-se inevitavelmente e eram bichos e homem e mulher. Odores. Palavras. Pele. E movimento. E desenharam-se tão junto, tão dentro, que já não eram nem bicho, nem homem e nem mulher. Eram uma lembrança afogueada e intensa. Vermelha e branca da cor do quarto com o sol explodindo dentro.

Solidão

Aproximo-me da noite
o silêncio abre os seus panos escuros
e as coisas escorrem
por óleo frio e espesso

Esta deveria ser a hora
em que me recolheria
como um poente
no bater do teu peito
mas a solidão
entra pelos meus vidros
e nas suas enlutadas mãos
solto o meu delírio

É então que surges
com teus passos de menina
os teus sonhos arrumados
como duas tranças nas tuas costas
guiando-me por corredores infinitos
e regressando aos espelhos
onde a vida te encarou

Mas os ruídos da noite
trazem a sua esponja silenciosa
e sem luz e sem tinta
o meu sonho resigna

Longe
os homens afundam-se
com o caju que fermenta
e a onda da madrugada
demora-se de encontro
às rochas do tempo

Mia Couto, in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"

...e a onda da madrugada demora-se de encontro às rochas.
Precisa mais alguma palavra?

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Como estrelas na Terra...


Acho no mínimo engraçado como usamos cada um a sua maneira, esse nosso ponto REAL de encontro. É verdade que pouco comento sobre meus dias e sensações de um modo mais explícito. Mas é claro que qualquer palavra que aqui escrevo reverbera EXATAMENTE o que sinto ainda que de um modo não-dito. Dentre muitas coisas que nesse mundo me entristece está esse meu sentir-para-dentro que se mostra para os insensíveis como coisa-vazia. Mas bem sei que para os sensíveis, ou melhor, para os que povoam esse espaço aqui, a coisa-não-dita está esganiçada em cada palavra.

Iniciei falando de sensibilidade porque nesse fim de semana aconteceu o que está cada vez mais raro. Me emocionei explicitamente, mostrei as lágrimas. Estive óbvio. Jadson, Rafael e eu assistimos ao filme Taare Zameen Par - Every Child is Special”, ou para melhor entendimento em português: Como estrelas na Terra - toda criança é especial” dirigido, estrelado e produzido por Aamir Khan. O filme conta a história de um menino disléxico incompreendido que os pais obrigam a estudar em um colégio interno por não demonstrar as habilidades comuns a “qualquer criança”, desprezando nele todo o potencial criativo-genial.

As cenas são acompanhadas por uma das trilhas sonoras mais belas que ouvi. Aliás, não pareciam distintas música e imagem. Pareciam uma só coisa. Me emocionei como há muito tempo não havia me emocionado com um filme. O último que me fez chorar fora “A cor púrpura”. Mas desta vez chorei durante quase todo o filme ao ponto de meus olhos doerem. Não sei dizer se é um filme de criança feito pra adulto, ou se o contrário porque na linguagem há, ao mesmo tempo, pureza e denúncia. E há, SOBRETUDO, CORES. HÁ CORES. HÁ SOL E DIAS CLAROS. HÁ VIDA E ESPERANÇA EXPLICITADAS E, MUITO BEM DITAS.

Recomendo a todos.

É revigorante.

Resignação

Espero

Não sei o que

Espero

Que seja bom

Que seja alegre

Que tenha cor

E que seja azul

Que forte seja

Mas que seja bom

Que seja alegre

Que eu espere

Que virá