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quarta-feira, 9 de junho de 2010

Iguais















Fora ao caixa eletrônico. Na saída:
- Tia, compra dois pães para mim, para passar o frio?
Chovia fino. Como escrevera certa vez Machado de Assis: peneirava. Estava em frente ao supermercado. Falou umas palavras ininteligíveis. Esteve confusa. Atravessou a rua e entrou no supermercado. Na saída:
-É tudo para mim?
- Sim. Os pães que você pediu e um iogurte.
Olharam-se.
O brilho nos olhos é que eram indizíveis.
Ela se foi. Estava com vergonha. Sentia culpa: deveria ter-lhe pedido um abraço.
Por um momento lembrou-se que também era pedinte. Estava com a alma maltrapilha. Como já lera em uma escritora, sua favorita.
Mas, ali não era literatura.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Como escrever sobre coisas em que não acredito?




Antes de conhecer um pouco mais o sistema filosófico proposto por de Immanuel Kant, sentia uma profunda desconfiança, chegando até a um preconceito descabido. Depois com o contato paulatino com a obra que talvez mais se estude hoje no mundo (ao menos em filosofia) “ A Critica DA Razão Pura” tive que ceder ao brilhantismo sintético do alemão, digo sintético, porque percebi que o que ele fez foi unir o que tinha de melhor na ontologia até então. Esta obra é imprescindível não só para a filosofia mas para qualquer teoria das humanas, se tornou uma obra paradigmática . Contudo, estudando outras coisas do alemão percebi que aquela intuição inicial não era de toda equivocada, estou a ler um texto chamado “ Ideia de uma história universal de um ponto de vista cosmopolita” e estou com dificuldade de ficha-lo pelo simples fato que não acredito m uma só linha escrita.
Neste texto, Kant afirma que a natureza determina as ações manifestadas pelo homem e que tais ações, boas ou ruins são necessárias para se alcançar o progresso da humanidade. E é através do jogo de opostos entre o sociável e o insociável presente no comportamento humano, ou seja, é natural que o homem cometa atrocidades e ao mesmo tempo bondades, pois fundará no fim uma sociedade Justa, onde não se precisará de leis externas, pois a razão chegara a fundar uma sociedade onde a moral imperara de forma perfeita, justa e que levara a suprema felicidade, esse é o projeto que a natureza preparou para o homem.

Alguém aqui acredita que estamos em progresso? Que estamos a caminho de uma sociedade justa? Que existe uma força natural conduzindo o homem, mesmo que por caminhos tortuosos, a um fim em que a moral imperara sem leis?

Eu não acredito e durante a leitura mais coisas estranhas são defendidas pelo autor, que outrora delimitava os limites da razão, e que neste texto vai para além do que ele mesmo delimitou.


JT.