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terça-feira, 22 de março de 2011

Kátia Flávia a godiva do Irajá

Num ato quase suicida, resolvi rever Lua de Fel, do Roman Polasnki. O filme havia me cativado da primeira vez que o vi. Muita coisa mão me havia saído da cabeça, mas revendo-o, percebi que muitos detalhes me haviam escapado. E com que prazer revi aquele filme que traz um narrador a la Sherazade, só que perverso. Oscar é cínico, irônico e desvela não só em Nigel, mas também em quem assiste ao filme, desvela a capacidade tirânica que carregamos em nós, a capacidade de sofrer e fazer sofrer, de ser sado-masoquista mesmo, no duro. É um filme sobre paixão perigosa, sobre o que uma paixão pode fazer com as nossas vidas. É um filme sobre o corpo, sobre nossos limites. É um filme sobre corações para sempre partidos (e não é por isso que Mimi passa um tempo sem dançar? Porque a dança vem do coração e o dela estava partido?). É um filme sobre como alguns maridos não despertam o fogo de suas mulheres belas (de beleza contida como o diz Oscar sobre a beleza de Fiona, mulher de Nigel) e se encantam por outras mulheres e quase perdem suas mulheres não para outra mulheres (a cena da dança entre Mimi e Fiona é magnífica), mas para o mundo,por ser ele hipócrita e falso moralista (talvez). É um filme sobre a impossibilidade de se explorar o outro. E é um filme que tem essa música que eu conheço na voz de Fernanda Abreu:


Kátia Flávia a Godiva do Irajá

Kátia Flávia
É uma louraça Belzebu
Provocante
Uma louraça Lucifer
Gostosona
Uma louraça Satanás
Gostosona e provocante
Que só usa calcinhas comestíveis e calcinhas bélicas
Dessas com armamentos bordados
Calcinha de morango
Calcinha geladinha
Calcinha de rendinha
Calcinha de morango
Calcinha geladinha
Calcinha de rendinha
Ex-miss Febem
Encarnação do mundo cão
Casada com um figurão contravenção
Ficou famosa por andar num cavalo branco
Pelas noites suburbanas
Ficou famosa por andar num cavalo branco
Pelas noites suburbanas
Toda nua!!! Toda nua!!!
Toda nua!!! Toda nua!!!
Matou o figurão
Foi pra Copacabana
Roubou uma joaninha
Pelo rádio da polícia ela manda o seu recado
Pelo rádio da polícia ela manda o seu recado
Get out!!! Get out!!!
Get out!!! Get out!!!
Pelo rádio, pelo rádio, pelo rádio, pelo rádio
Pelo rádio da polícia ela manda o seu recado
Alô polícia
Eu tô usando
Um Exocet
Calcinha!
Um Exocet
Calcinha!
Alô polícia
Eu tô usando
Um Exocet
Calcinha!
Um Exocet
Calcinha!
Meu nome é Kátia Flávia
A godiva do Irajá
Me escondi aqui em Copa
Meu nome é Kátia Flávia
A godiva do Irajá
Me escondi aqui em Copa
Meu nome é Kátia Flávia
A godiva do Irajá
Me escondi aqui em Copa
Meu nome é Kátia Flávia
A godiva do Irajá
Me escondi aqui em Copa

Alô,Alô Polícia!
Polícia pode vir
Polícia Belford Roxo, de Duque de Caxias
Polícia Madureira, polícia Deodoro
São Cristóvão, Bonsucesso, da Benfica
Da Pavuna, da Tijuca, de Quintino, do Catete, Grajaú
Polícia do Flamengo, Polícia Botafogo, da Barra da Tijuca
Polícia, Polícia, Polícia, Polícia pode vir
Porque
Meu nome é Kátia Flávia
A godiva do Irajá
Me escondi aqui em Copa
Meu nome é Kátia Flávia
A godiva do Irajá
Me escondi aqui em Copa
Meu nome é Kátia Flávia
A godiva do Irajá
Me escondi aqui em Copa
Meu nome é Kátia Flávia
A godiva do Irajá
Me escondi aqui em Copa
Kátia Flávia
É uma louraça Belzebu
Provocante
Uma louraça Lucifer
Gostosona
Uma louraça Satanás
Gostosona e provocante
Que só usa calcinhas comestíveis e calcinhas bélicas
Pow, pow, pow
Louraça Belzebu
Calcinha antiárea
Louraça Lucifer
Calcinha framboesa
Louraça Satanás
Calcinha de morango
Louraça Belzebu
Calcinha Exocet
Alô polícia
Eu tô usando
Um Exocet
Calcinha!
Um Exocet
Calcinha!
Alô polícia
Eu tô usando
Um Exocet
Calcinha!
Um Exocet
Calcinha!
Meu nome é Kátia Flávia
A godiva do Irajá
Me escondi aqui em Copa
Meu nome é Kátia Flávia
A godiva do Irajá
Me escondi aqui em Copa
Meu nome é Kátia Flávia
A godiva do Irajá
Me escondi aqui em Copa
Meu nome é Kátia Flávia
A godiva do Irajá
Me escondi aqui em Copa
Fui...

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Ressurreições, Jorge Mautner



Ressurreições
Jorge Mautner e Nelson Jacobina

Você foi pela estrada assim
Como quem não vai voltar
Quem fica é quem chora
Até se acabar
Minhas lágrimas se acabaram
Mas não a vontade de chorar
Te amei no dia em que te vi
Domando um bando de leões
Domando aquelas feras, conquistando os corações
Dizendo que o amor nunca morre porque tem ressurreições
Sete mil quartos secretos guardam um segredo
Só o amor, só o amor pode matar o medo

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

RELIGIÃO QUE FERE E GOZA – PREÂMBULO DAS CONFISSÕES ADICIONAIS

O texto confessional mais detido ainda está em processo, mas tenho que colocar para fora uma descoberta pungente no que tange à minha subsunção à conversão religiosa proto-institucional: por estar apaixonado por um católico tendente ao silêncio, fui vítima do silêncio na noite de hoje. E silêncio é algo que me fere como quase nada neste mundo, quem me conhece sabe! E, neste silêncio de impaciência, sentei em frente à minha casa e passei a ouvir “Passos no Silêncio” (1998), da irmã Kelly Patrícia. Dádiva gozosa!

Quando levei este disco para a casa de Jadson, sorrimos um tantinho diante do fervor extremado da cantora diante de seu objeto de adoração, Javé em sua face mais possuidora. Mas, conforme o próprio Jadson anuiu, ela é uma artista interessante, visto que divulga suas melodias neo-medievais como se estivesse no píncaro do século XIII. Basta passar os olhos pelos títulos e enredos das canções deste disco: “Esposo Adorado” (sobre o “casamento” com Jesus Cristo), “O Êxtase de Santa Tereza” (sobre uma pletora de santos convocados para encontrar uma chave perdida “à beira do claustro”) e “Solidão” (um dos “momentos prediletos” da cantora) são exemplos mais do que suficientes para estudar a devoção quase patológica – logo, divina e maravilhosa – desta freira legítima, que vive numa espécie de comuna semi-vegana em Fortaleza. Recomendo que os leitores deste ‘blog’ pesquisem sobre ela.

Mas, como estou aqui para “anunciar a boa nova”, segue a absurdamente genial letra da última faixa deste ótimo disco, “Vivo Sem Viver em Mim”. É quase um convite ao suicídio devoto. Tiago querido, tome cuidado se fores ouvi-la, visse? Segue a letra, comentada por mim:

“Vivo já fora de mim, desde que morro de amor;
Porque vivo no Senhor, que me escolheu para si;
Quando o coração lhe dei, com terno amor lhe gravei:
Que morro porque não morro.
Vivo sem viver em mim”


Começa tranqüilo. Perfeito. Mas aí ela repete o refrão e sentimos que tem algo de “esquisito” no título da canção:

E tão alta vida espero,
Que morro porque não morro.
Vivo sem viver em mim


Achaste pouco? Achaste normal? Siga lendo:

“Esta divina prisão, do amor em que eu vivo,
Fez a Deus ser meu cativo, e livre meu coração;
E causa em mim tal paixão ser eu de Deus a prisão,
Que morro porque não morro,
Vivo sem viver em mim”


Mais:

“Ai que longa é esta vida! Que duros estes desterros!
Este cárcere, estes ferros onde a alma está metida!
Só de esperar a saída me causa dor tão sentida,
Que morro porque não morro.
Vivo sem viver em mim”


Ainda não está convencido do extremismo e genialidade incompreendida da freira. A estrofe final arrebatará qualquer um ainda não convencido:

“Vida, que possa eu dar a meu Deus que vive em mim,
Se não é perder-me enfim, para melhor o gozar?
Morrendo, posso alcançar, pois nele está meu socorro,
Que morro porque não morro.
Vivo sem viver em mim”


Deus do céu, alguém chegou antes na divulgação de minhas idéias! Se um dia eu entrasse para o convento e tive uma voz tão bela e suave quanto a dela, era isso mesmo, sem tirar nem pôr, que eu ia difundir aos quatro ventos. obra-prima, perigosa como toda boa arte que se preze. Recomendo, recomendo, recomendo! Alivia que é uma beleza!

E tem mais, juro que ainda volto ao assunto (risos)
Se eu viver para viver em mima ainda...
Amo demais, meu Deus, e amo demais o meu Deus!

Wesley PC>

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Trágico

Não sei medir o que foi mais trágico: eu não ter dormido quase nada durante toda a noite e curtindo forte dor de cabeça ou eu ter chorado num ponto de ônibus da Coroa do Meio ouvindo, vinte para as seis da matina, num rádio de um senhor ao meu lado, Jayne cantando "Dia de formatura" ou eu ter subido no Circular Cidade (não sei que número), ainda chorando, fazer o percurso até o terminal Atalaia, ainda chorando e pensando: "Minha vida não faz o menor sentido".

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O meu amor

Momento Chico?

O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
E que me deixa louca
Quando me beija a boca
A minha pele inteira fica arrepiada
E me beija com calma e fundo
Até minh'alma se sentir beijada, ai

O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
Que rouba os meus sentidos
Viola os meus ouvidos
Com tantos segredos lindos e indecentes
Depois brinca comigo
Ri do meu umbigo
E me crava os dentes, ai

Eu sou sua menina, viu?
E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha
Do bem que ele me faz

O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
De me deixar maluca
Quando me roça a nuca
E quase me machuca com a barba malfeita
E de pousar as coxas entre as minhas coxas
Quando ele se deita, ai

O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
De me fazer rodeios
De me beijar os seios
Me beijar o ventre
E me deixar em brasa
Desfruta do meu corpo
Como se o meu corpo fosse a sua casa, ai

Eu sou sua menina, viu?
E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha
Do bem que ele me faz

domingo, 15 de agosto de 2010

QUEM CHEGAR ANTES, ESPERA O OUTRO, VIU, NINALCIRA?

“Espérame en el cielo corazón
si es que te vas primero
espérame que pronto yo me iré
ahí donde tú estés.

Espérame en el cielo corazón
si es que te vas primero
espérame en el cielo corazón
para empezar de nuevo.

Nuestro amor es tan grande, y tan grande
que nunca termina
y esta vida es tan corta y no basta
para nuestro idilio.

Por eso, yo te pido por favor
me esperes en el cielo
y ahí entre nubes de algodón
haremos nuestro nido”


Não vou esperar o título (risos), mas digamos que tenha a ver com a canção interpretada por uma tal de Mina que toca ao final de “Matador” (1986, de Pedro Almodóvar): eis o que sentia antes e depois daquele grito imenso, que somente eu, Ninalcira e Fábio Rogério ouvimos na madrugada de hoje. Jadson e Tatiana, deitados do outro lado da cama, não ouviram. Por quê? Houve a especulação que tenhamos os três imaginados o grito. Houve a especulação induzida de que o grito teria provido de alguém que acordara de um pesadelo, o que oficialmente nos consolou antes de adormecer. Houve uma saraivada de memórias eróticas antes de eu deitar naquela cama. E haverá muito mais por acontecer daquele instante em diante. Bela madrugada entre amigos, uma das mais ricas de minha vida!

Wesley PC>

sábado, 14 de agosto de 2010

Uma tarde com Elza

Hoje vi todo o show Beba-me de Elza Soares.
Já vi que meu negócio é uma mulher cantando, num palco, com uma cadeira.
O resto comento depois.
Acho que isso vãor ender muitos post's.
Lembrei-me muito de Jadão e, especialmente, de Tiaguinho.
Agora: vou-me. Créditos na lan caindo...

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Contando ovelhas – ou insônia danada, se vocês quiserem.



Ouço uma música bonita. Simples. Cantada em outra língua. Fala de amor? Não sei. A melodia me faz quase fechar os olhos e voar daqui. Para onde?
São ovelhas que conto para dormir. Ponho chapéu, laços, botas, pinto-as a cada uma de uma cor. Dou vida a essas minhas ovelhinhas. Serelepes algumas. Outras gordas, nem pulam. Apenas fazem méééééé e se mexem, ousadas, robustas. Gostosas, até. Gordura é sinal de formosura, meu bem! Pula, ovelhinha, pula! Não posso empacar no cem. Quero ir até mil, ouviu fofinha?
Fofinha é o caralho! Não vou desmanchar meu vestido assim pulando por causa de uma louca insone. Vou ficar aqui. Não me arrisco em cerca qualquer.
Volto do cem mesmo. Essa não pula nem a pau. Encontro ovelhas legais. Uma que viu um E.T. tem os olhos esbugalhados e parece doidona, tadinha. Feliz? Marijuana? Ou E.T. mesmo? Eu vi a luz. Era E.T., minha gente. Ela tem até a lã bagunçada, arrepiada, sei lá. Não, não é punk essa ovelha. A outra sim. Essa viu mesmo extraterrestre. E, por isso, também não quer pular, a desgracida.
Assim o sono não vem nunca!
Uma é gostosa demais par pular. A outra, é maluca, meu Deus!
Imagino que vou me deparar com uma ilustração do kama sutra quando chegar a ovelha de número 69.
Não. Mas, confesso que estava ansiosa. Mas, essa pulou rapidinho. Era bem normalzinha a de número 69... Opa! Pulou a cerca mesmo, MESMO! Vejo-a, a de número 69, do outro lado. Tinha uma cartola na cabeça e agora, agora ela está na posição que supus. Mas, não é do carneirinho a lingüinha ilustrativa. É de um sapo! Verde! Grande Gordo sapo de língua...todos sabem bem como é que é a língua dos sapos. Eles a lançam longe em busca de mosquitos, de moscas. E a simples ovelhinha soube bem me enganar e distrair! Essa foi a melhor pulada de cerca que uma ovelha poderia pular nas minhas insônias! Sapos são sapos com suas línguas e não são príncipes não. Danada!
Já pulei cem ovelhas. Cem não, noventa e nove. Noventa e nove não, noventa e oito. Por conta da gostosa e a doidona, né? A do 69 pulou sim e pulou feliz da vida ao encontrar um sapo de firme língua (ambígua).
De todos os tipos. As ovelhas. Quase todas as noites. As que não tomo diazepan. Com paz. Bonito nome diazepínico. Compaz.
Voltei as noventa e oito. Sempre assim: primeiro, cem da direita para a esquerda. Depois, voltam da esquerda para a direita. 1, 2, 3, 4...100. Então: 100, 99, 98...3, 2, 1.
Encontro cada ovelha nesses descaminhos, que só eu sei! Mas, agora, escuto uma música bonita. Simples. Cantada em outra língua. Fala de amor? Não sei. A melodia me faz quase fechar os olhos e voar daqui. Para onde?
Os olhos pesados, pesados. É uma ovelha. Com violão. Country é o que ela toca.
Voar, voar. Cadê a do E.T.? Meu Deus. Voar para onde?????????
                                                                                             

sábado, 19 de junho de 2010

Dos lugares - Zicartola


Em Buraco (apelido carinhoso de nossa querida cidade), é comum reclamarmos que não há um lugar para irmos. Os lugares são ou elitizados ou alocam eventos que começam muito tarde da noite e, por esse motivo, torna-se de difícil acesso para quem não tem carro ou, no mínimo, carona certa.
Os domingos em Buraco são entediantes, os sábados mal-aproveitados, etc.
Como havia postado algo sobre o grande Cartola, não resisti e busquei um vídeo para mostrar um pouco do que foi e do significado do restaurante Zicartola: espaço onde havia excelente comida, pois Zica cozinhava muito bem, e excelente música, a saber, foi lá que teve nascimento a carreira de Paulinho da Viola!
Um trecho dessa história segue abaixo, retirado do livro "Paulinho da Viola, sambista e chorão", de João Máximo:

“(...) Zicartola, restaurante que Angenor de Oliveira, o Cartola, iluminado compositor, e sua mulher Zica, exímia cozinheira, abriram no sobrado da Rua da Carioca, 53. O restaurante foi uma espécie de extensão das reuniões que se faziam em outro local, o segundo andar da Rua dos Andradas, 81, onde funcionava a Associação das Escolas de Samba e onde Cartola e Zica viveram por algum tempo, ele como vigia de todo o prédio. Cartola – depois de longo sumiço que levara quase todo mundo a supô-lo morto – fora redescoberto por Sérgio Porto enquanto lavava carros em Copacabana. Para Sérgio, aquele negro magro, de nariz estranho, tumoroso, era o personagem principal das histórias que o tio Lúcio Rangel lhe contava, ilustradas por sambas admiráveis. Redescobrir o ‘falecido Cartola’ foi como dar vida a uma lenda. E Sérgio, cronista mais conhecido como Stanislaw Ponte Preta, teria todo o direito de gabar-se disso até o fim de seus dias.
O que se passou na Rua dos Andradas foi assim como se o Brasil quisesse recuperar o tempo perdido sem a música de Cartola. Pois era justamente para ver e ouvir Cartola que iam lá incontáveis sambistas, de início os mais ligados à tradição, como Zé Kéti e o jovem Élton [Medeiros]. (...) Zé Kéti aproximou-se de Cartola porque este tinha uma idéia: organizar um conjunto de samba a ser batizado de A Voz do Morro (...) O (...) conjunto – formado entre outros por Cartola, Nélson Cavaquinho, Jair do Cavaquinho, Nuno Veloso, Zé Kéti e o jovem Élton – não passou da idéia. O que não impediu que aquelas reuniões musicais ganhassem fama. Em pouco eram prestigiadas não só por representantes da bossa nova, como Carlos Lyra e Nélson Lins e Barros, mas por gente de outras cidades, outros estados, fazendeiro fretando avião a fim de levar seu povo para conhecer Cartola. Resultado: o sobrado ficou pequeno para tanta gente. Por isso Eugênio Agostini, um empresário louco por samba, deu a Zica a idéia do restaurante. Ele e os pri
mos Renato e Fábio seriam seus sócios, naturalmente bancando os gastos iniciais. Os pratos dela e os sambas de Cartola haveriam de fazer o resto. Que ela mesma procurasse o lugar para a nova casa. Andou, andou e achou o sobrado da Rua da Carioca.
O Zicartola duraria pouco, apenas 20 meses. Mas marcaria de forma profunda a vida cultural da cidade, ou mesmo do país, na música, no teatro, na poesia e nas idéias que eram discutidas nas noites das quartas e sextas-feiras, às mesas distribuídas pelo pequeno restaurante. Começou a funcionar em 9 de setembro de 1963, mas só em 18 de outubro foi considerado pronto para a inauguração oficial. Pratos e sambas não seriam o bastante para compensar os prejuízos causados pelos muitos amigos que chegavam, ouviam música, comiam, bebiam e penduravam as contas para nunca mais (sem falar nos que andaram metendo a mão na contabilidade de Cartola, grande artista, péssimo negociante). Mas o restaurante seria, durante esse tempo, um verdadeiro templo. (...) Ali professavam sua fé no samba tradicional Ismael Silva, Nélson Cavaquinho, Carlos Cachaça, bambas da Mangueira, da Portela, do Império Serrano, do Salgueiro, de toda parte.
Eram dois shows, sempre nas noites de quartas e sextas. No primeiro, aqueles bambas se apresentavam sob a direção musical de Zé Kéti. No segundo, brilhavam Cartola e seu violão. Seguia-se o grand finale, no qual um convidado ilustre recebia a Ordem da Cartola Dourada, criada por Hermínio [Bello de Carvalho]. (...)
Foi Hermínio quem levou Paulo César ao Zicartola. Um fato importante na vida do então bancário, pois ali ele ficou conhecendo sambistas que, em sua timidez, eram entidades inatingíveis. Mais importante: passava a ser um deles. Desde sua estréia no primeiro show da noite, cantando sambas dos outros, causou forte impressão. Inclusive em Cartola, de quem Paulo César se aproximou humilde, cheio de cerimônia. O encontro dos dois é historicamente significativo, verdadeira passagem de bastão, sem que no entanto se tivesse consciência disso. Muito do que Paulo César estava por fazer – manter a tradição, sem maculá-la, requintar o samba sem deformá-lo – Cartola já vinha fazendo. Não fossem ambos tão tímidos, tão reservados, e seria inevitável se tornarem parceiros. Mas Zé Kéti também se encantou com o som do violão de Paulo César, sua musicalidade, sua voz terna, afinada, que combinava o timbre de autêntico sambista de escola com a técnica precisa de crooner profissional. O diretor musical do restaurante logo anteviu
 no moço de 20 anos um novo bamba. Copmentou isso com o jornalista Sérgio Cabral, que na época assinava, com José Ramos Tinhorão, uma seção de música popular no Jornal do Brasil e era mestre de cerimônias no Zicartola. Sérgio concordava. Mas achava que, definitivamente, Paulo César não era nome de sambista.
– Que tal Paulo da Viola? – indagou Zé Kéti, certamente inspirado em Mano Décio da Viola, veterano compositor do Império Serrano.
– Paulinho... Paulinho da Viola é melhor – completou Sérgio.
E assim Paulo César Baptista de Faria foi rebatizado para todo o sempre.” 

O vídeo é Clementina de Jesus, no Zicartola cantando "Ensaboa". 
Ai, ai que tivéssemos um lugar aqui em Buraco onde fosse realmente legal ir, tomar umas cervejas, ouvir umas músicas legais, conversar com pessoas queridas, etc.

Cartola e o esquecimento - uma memória


Grande Cartola e a lembrança de nossa mania de brasileiro de esquecer ou de não valorizar ou de valorizar só depois de mortas as pessoas da música, da literatura, do teatro, etc.
Essa criatura foi encontrada lavando carros por um jornalista e, teve, depois disso, sua carreira minimamente renovada depois de tempos de ostracismo...
Assim quase se deu com Tom Zé num posto de gasolina de um seu sobrinho até ser re-descoberto por um estrangeiro!
E viva nosso Brasil brasileiro terra de samba e pandeiro!

terça-feira, 15 de junho de 2010

Promessa cumprida


Porque promessa é promessa.
Porque são dias impagáveis os que nos juntamos.
Porque eu morri de rir com os desenhos que Jadson assitia quando era pequeno. Uma mulher toda cor-de-rosa, com uma dança para lá de drag e ele ainda ousava dizer que ela era cor-de-rosa, mas que tinha estilo.
Tudo bem. Nada a ver essas coisas com Tetê Spíndola e Clementina de Jesus, não é?
Não.
A gente inveredou, noite dessas, em assistir a tudo que era vídeo condizente com a nossa vida. E de Patrícia Marx a Diana e a desenhos toscamente animados, chegamos a ver esse encontro para lá de inusitado, boquiabertos.
Tiago, com urgência, falou que precisava muito ouvir mais Clementina de Jesus.
Eu, baixei o Pássaros na garganta de Tetê.
De todos a que mostro o encontro ouço: é insuportável ouvir Tetê. Odeio a voz de Tetê. É irritante ouvir Tetê.
Nós somos o outro lado. Rimos. Admiramos.
De qualquer forma, boa descoberta. Além de ter tido contato com uma foto muito peculiar que me passara uma mensagem de um encontro não acontecido na infância.... (preferi ser obscura proque se eu dissesse que morri de rir com a foto que vi, levaria um sermão....).
Enfim, sempre é mágico estar perto dessas pessoas enlouquecidas, gritantes do Maracujá mais erótico que já vi.

Da mágoa.


Constatei, com tristeza, que sou uma pessoa que carrega mágoas. E as carrego de uma maneira singular. Por isso, sempre me emociona ouvir essa passagem inteira do dvd da Elis Regina - dirigido, pasmem, por Daniel Filho para um especial da Rede Globo intitulado "Série Grandes Nomes" exibido em 1980. As músicas do trecho são Cadeira Vazia (Lupicínio Rodrigues), Atrás da Porta (Chico Buarque) e Essas Mulheres (Joyce).
Gravei na memória essa imagem de uma mulher bonita, um palco apenas com uma cadeira e os olhos da moça manchados com lágrimas negras.
Eu havia visto tal imagem de relance, numa das correrias de criança pela casa. E paralisei à época.
Há uns dois ou três anos, de tanto falar nessa imagem, agora nomeando a moça bonita com lágrimas negras de Elis Regina, ganhei o dvd. E sempre parava no trecho. E sempre sentia a mesma coisa de quando eu era criança.
Ontem, constatei o motivo. A letra de Lupicinio Rodrigues diz muito de como eu sinto mágoa.
Não odeio. Não detesto. Esqueço o gosto amargo da raiva com muita pressa. Porém, não consigo mais dar "carinho nem afeto" apesar de ser capaz de oferecer o meu teto.
Nomeio a isso de mágoa.
E eu sou dessas. Talvez fosse mais feliz de outro jeito. Mas, uma vez que alguém sai de meu coração: sai para valer. Não cismo com facilidade, mas quando cismo é para sempre.
Por isso o gosto por músicas "dor de cotovelo", por Almodóvar, pelo drama. Por isso os exageros, a entrega.
Sou brega. Desde pequena.
E a música, essa em especial, me fez conhecer um pouco mais de mim.
Não duvido que essa tenha sido uma das apresentações mais emocionantes da carreira de Elis Regina.
Termino o post lembrando-me de uma outra letra: "A fonte secou" de Raul Moreno:

Eu não sou água pra me tratares assim
Só na hora da sede é que procuras por mim
A fonte secou
Quero dizer que, entre nós, tudo acabou
(Bis)

Seu egoísmo me libertou
Não deves mais me procurar
A fonte do meu amor secou
Mas os teus olhos nunca mais hão de secar (Bis)

Pois é. Apesar de brega e de magoada, sou alguém que se diverte. E, como já constatou junto comigo um grande amigo querido: "Adoro música de vingança". 

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Salve Jorge! Salve o amor! Salve!



Georgia e Jorge

Jorge Jorge (Georgia Georgia)
Isso é que é vida
Isso é que é viver
Céu azul, sol e mar
Isso é que é viver
Chuva de verão, meu violão
Muito amor e você
Que me importam o que digam
Que eu não sou ninguém
Que eu não tenho estudos
Sou até anti-social
Que eu devo procurar o meu lugar
Que eu sou porbre sem tostão
Ah mas eles não sabem
Ah não sabem não
Que eu sou nobre
Tenho um bom coração
Pois na minha oração
Eu rezo com muita fé
Eu rezo com muita fé
E não peço nada
Eu só agradeço a Deus
Por você ser minha namorada



Essa é em homenagem ao mês dos namorados.
Ao meu namorado que me deu Jorge Ben, que ouve Jorge Ben comigo, que...
Bom, a postagem é em homenagem ao dia dos namorados e é pretexto pra eu colocar as musiquinhas e os cantores que amo, amo, amo.
Sou enamorada por música.
Assim, é homenagem enamorada duplamente.

domingo, 6 de junho de 2010

Grata




Era noite de ontem. A cabeça doía num misto de cansaço e de teimosia (a teimosia: não, não quero dormir. Quero mais do dia, muito mais!). O toque do celular mais parecia um sino badalando enormemente em minha cabeça. Do outro lado: voz sempre rápida, mil e uma colocações por segundo, pergunta pela "máquina de lavar" - nossa piada sexual interna - risos e um ultimato: ligue a TV porque vai passar agora um documentário sobre Os doces bárbaros, tu já viste esse? (era Wesley).
Eu não estava em minha casa e quando liguei a tv estava na segunda parte do documentário.
Para quem queria mais do dia, eu estava conseguindo e parecia criança por dentro de tão feliz.
Num dos intervalos, peguei o celular para ligar para Wesley para agradecer e interagir: o celular havia descarregado. Precisava dos sorrisos gozosos dele, dos de de Jadão idem- era plano meu ligar para ele também.
Precisávamos, por tudo, estarmos juntos assistindo a Os doces bárbaros...
O filme do diretor Jom Tob Azulay me capturou, claro, por conta das músicas tão amadas e tão vividas especialmente junto aos amigos e também por conta dos acontecimentos inusitados. Vide a aglomeração de jornalistas junto a Gilberto Gil após sua (besta) prisão por portar maconha. Gil pedia para ir para casa, para descansar. E os jornalistas-urubus, em cima. Educado e com sotaque forte e cativante, despede-se grato por receber cosnentimento para "falar amanhã". Bonito de se ver. Eu senti, ali, um tom e uma entonação de interior bem conhecida minha.
Mas, impagável mesmo é o sem-noção jornalista a entrevistar Maria Bethânia. Num crescente, a irritação dela chega a um ápice hilário. Parece que o jornalista implora para levar "toco" dela e para aparecer como besta mesmo. Confunde-se entre informações sobre quem lançou quem (ela ao irmão Caetano ou vice-versa), instiga e faz-nos deliciar com respostas dela como: "Ou se é viado ou não se é viado". "Não tá perguntando a minha opinião? É essa. Pronto".
Por tudo, o documentário é bom.
E, eu terminei a noite saudosa de uma época que não vivi, com as têmporas a piscar de dor de cabeça, feliz, cantarolando os doces bárbaros, sempre besta com Gal cantando "Eu te amo" (a música postada), querendo ter estado com Jadão, Weley(s) (os dois) e Tiaguinho e grata. Grata por Wesley PC ter-me chamado para avisar.
E pensando da vida que:
"Vai ser, vai ser, vai ter de ser, vai ser faca amolada".

sábado, 5 de junho de 2010

Adoooro (diz a mãe de Toddy Lambe que falar assim é jargão gay! Mas, eu: adooooro falar assim quando eu adoooro as coisas !)



Agora sério: não vivo sem! Essa (Os mutantes) e os Novos Baianos são minhas bandas favoritas e eu não canso, não enjoo!
E o título nada a ver é só uma homenagem à Tiago, pois estou a morrer de saudades dele!

segunda-feira, 31 de maio de 2010

(DIS)FUNÇÃO EDUCACIONAL QUE ENTRA PELOS OUVIDOS E SAI PELA IDEOLOGIA...

Apesar de embelezar algumas músicas tristes do australiano Nick Cave com seu choro performático indidental, a estrela ‘pop’ igualmente australiana Kylie Minogue é conhecida mesmo por sua euforia dançante. Apesar de sempre ouvir falar sobre ela, nunca tinha me dedicado a ouvi-la cantarolando seus refrõezinhos grudentos. Este “nunca” acabou na manhã de hoje, quando “Fever” (2002) foi executado em meu aparelho de som. Com exceção de duas ou três faixas, achei o CD muito chato, mas a voz fofa da cantora e o bate-escala gracioso dos acordes sustentaculares à sua voz me fizeram rodopiar pela sala. E foi aí que eu comecei a pensar que, mais importante do que comparar se a Kylie Minogue é pior despejando seus gritinhos enfeitados ou gemendo mortalmente nas maravilhosas litanias românticas de Nick Cave and the Bad Seeds, é constatar que meu arcabouço musical é predominantemente anglofílico. E isto é um problema crasso!

Ao contrário de Jadson ou de Ninalcira, que consomem preciosidades do cancioneiro tupiniquim desde que eram pequenos mancebos apaixonados, eu fui inoculado na mesma idade com o que chamam de “música alternativa internacional”, de maneira que fui preparada para enfrentar o mundo globalizado da cultura de massa, mas permaneço ainda frágil e deslumbrado diante da arte singular deste País em que habito. Neste fim de semana, por exemplo, assisti a três preciosos documentários sobre diferentes gêneros musicais brasileiros e, na manhã de hoje, conheci um artista fabuloso (em mais de um sentido) chamado Edy Star, extremamente homossexual e amigo íntimo dos falecidos (e eternos) Raul Seixas e Sérgio Sampaio. Genial!

Mas, enquanto toda esta explosão sadia de brasilidade me tomava, mais e mais canções anglofílicas eram ouvidas, desejadas ou elogiadas por mim... Kylie Minogue à beira da morte incluída (vide foto). Sou um filho deste pós-modernismo atroz, teve razão Jadson ao dizer. Que eu sobreviva ao som da versão do Edy Star para “Esses Moços”, do Lupicínio Rodrigues:

“Esses moços pobres moços
Ah! Se soubessem o que eu sei
Não amavam..
Não passavam aquilo que eu já passei
Por meus olhos, por meus sonhos
Por meu sangue tudo enfim
É que eu peço a esses moços
Que acreditem em mim, se eles julgam
Que a um lindo futuro só o amor nesta vida conduz
Saibam que deixam o céu por ser escuro
E vão ao inferno à procura de luz
Eu também tive nos meus belos dias
Essa mania que muito me custou
E só as mágoas eu trago hoje em dia
E essas rugas o amor me deixou!”


Se eu tivesse que fazer tudo de novo, faria tudo igual!


Wesley PC>

domingo, 30 de maio de 2010

Hilda Hilst










Gente! Estou imparável hoje com essas (minhas) mulheres.

Ando mesmo querendo repensar o uso de pronomes possessivos nas falas que divido comigo mesma e com os outros. Mas, uma dificuldade: a Literatura. Os livros, as personagens, as escritoras (e os escritores) que amo, que me rodeiam. Eu acabo feito criança que diz que tudo é seu. Assim tendo a escrever/falar: minhas escritoras, meus lviros, meus textos...Valei-me senhor são brás dos egoísmos inocentes e sem intenção de o ser!

Eis uma das minhas escritoras prediletas. Gurua de minha vida!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Meu Príncipe

Ok. Ouvi Lulina (O cd Cristalina) na viagem Boquim-Aracaju. Topic cheia, somzão na rádio. Eu, impaciente com a vida, com aqueles filhos-da-mãe dos "topiqueiros" que enchem os carros e a gente fica um tempão em pé para eles encherem o rabo de grana...(a raiva ainda persiste, vocês podem perceber). Achando o mundo uma injustiça só.

Achei o disco engraçadinho. Inusitadas as letras que falam de Et's (sangue de Et, na verdade), de minhocas, de cidra cereser e calcinha cor de rosa no ano-novo, de florezinhas (margarida) e de príncipe encantado. Opa! A letra "Meu príncipe" ressiginificou a viagem!

Meu príncipe
Não vem em cavalo branco
Não tem muito dinheiro
Mas eu o amo mesmo assim
Meu príncipe arruma toda a casa
Prepara minha comida
Enquanto eu tô no botequim

Meu príncipe me dá múltiplos orgasmos
Ai meu príncipe são 13 no total
Ele limpa o banheiro
Eu trabalho o dia inteiro
Ele lava a roupa suja
E eu bebo, bebo, bebo, bebo
Ele briga com as crianças
E eu toco violão
Ele quer discutir a relação
E eu não.


Como pensar uma letra assim se, naquela hora, me pedissem: "pense em letras de música que falam do "feminino", de mulheres", eu responderia: "Essa Mulher", de Joyce ou "Com açúcar, com afeto", de Chico Buarque, ou ainda "Atrás da porta", do mesmo Chico. Ou "Mulheres do Brasil", de Joyce ainda. Ou ainda de Joyce "Outras mulheres". Pensaria na mãe de "Meu guri" (Chico de novo), pensaria muitas outras ainda que listaria aqui eternamente. Mas, "Meu príncipe" coube não apenas para me divertir na viagem, mas para eu pensar, no que é que são as novas relações estabelecidas entre homens e mulheres.
Lulina é Pernambucana. Nordestina. E sempre que falamos em machismo, feminismo, direitos iguais entre homens e mulheres, sempre que falamos contra a homofobia, tem sempre alguém que retruca: Ah, mas nós estamos no Nordeste!". "As coisas aqui demoram a mudar, as mulheres aqui ainda têm seu lugar no tanque, bicha aqui é ridicularizada na rua..."e daí deslancha-se o rozário de idéias pré-concebidas, lugares-comuns (e, diga-se de passagem, de mentiras e mitos e preconceitos, pois isso não acontece só no Nordeste. Esse tipo de argumento, fraco, é típico de quem deseja mesmo só polemizar por polemizar).

Por que motivo prevalece ainda o machismo, se as mulheres invadiram o mercado de trabalho, se elas mesmas são, tantas vezes, que sustentam as famílias?
Por que as mulheres, mesmo as que trabalham fora, cumprem jornadas duplas de trabalho?

Bom, eu escreveria um longo texto sobre isso.
Mas, fica aqui a letra da música. O som da garota não é ruim. Fica a minha descoberta e dica para quem desejar conhecê-la: procurar em http://www.myspace.com/lulina.

Ouço sempre um conselho, de maneira persistente: "A mulher sábia edifica o lar".
E sempre me pergunto: "E o homem sábio, não?".





quarta-feira, 12 de maio de 2010

Hoje estou com o memoriador aberto!



Quando mainha cantava essa para mim, eu achava que eu era Samba Lelê e que eu estava sendo ameaçada de levar lambada!
Se bem que acho que mainha cantava uma versão do tipo: "Samba Lelê tá doente, tá com a cabeça quebrada, Samba Lelê precisava era de umas boas palmadas!"