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Ao contrário de Jadson ou de Ninalcira, que consomem preciosidades do cancioneiro tupiniquim desde que eram pequenos mancebos apaixonados, eu fui inoculado na mesma idade com o que chamam de “música alternativa internacional”, de maneira que fui preparada para enfrentar o mundo globalizado da cultura de massa, mas permaneço ainda frágil e deslumbrado diante da arte singular deste País em que habito. Neste fim de semana, por exemplo, assisti a três preciosos documentários sobre diferentes gêneros musicais brasileiros e, na manhã de hoje, conheci um artista fabuloso (em mais de um sentido) chamado Edy Star, extremamente homossexual e amigo íntimo dos falecidos (e eternos) Raul Seixas e Sérgio Sampaio. Genial!
Mas, enquanto toda esta explosão sadia de brasilidade me tomava, mais e mais canções anglofílicas eram ouvidas, desejadas ou elogiadas por mim... Kylie Minogue à beira da morte incluída (vide foto). Sou um filho deste pós-modernismo atroz, teve razão Jadson ao dizer. Que eu sobreviva ao som da versão do Edy Star para “Esses Moços”, do Lupicínio Rodrigues:
“Esses moços pobres moços
Ah! Se soubessem o que eu sei
Não amavam..
Não passavam aquilo que eu já passei
Por meus olhos, por meus sonhos
Por meu sangue tudo enfim
É que eu peço a esses moços
Que acreditem em mim, se eles julgam
Que a um lindo futuro só o amor nesta vida conduz
Saibam que deixam o céu por ser escuro
E vão ao inferno à procura de luz
Eu também tive nos meus belos dias
Essa mania que muito me custou
E só as mágoas eu trago hoje em dia
E essas rugas o amor me deixou!”
Se eu tivesse que fazer tudo de novo, faria tudo igual!
Wesley PC>
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