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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

A PORCARIA DA MUSIFICAÇÃO

Eu tenho problemas.

Li ontem, nalgum lugar, que um rapaz lia Clarice Lispector porque queria "esquecer" de sua vida, de seus problemas, ao passo que eu, quando o faço, sigo o caminho inverso: quero lembrar deles, quero enfrentá-los, assimilá-los culturalmente, através de formas que transcendem a minha própria originalidade. Mas ESQUECER, definitivamente, não é um verbo que eu goste. Quem me conhece, sabe. Quem não conhece, deve estar sabendo agora...

Faz um tempo que eu estou tentando ver "Providence" (1977, de Alain Resnais), mais, sempre que começo, o DVD engancha, a cópia estraga, a minha cabeça dói, algo acontece que impede. Na trama, um escritor velho é assassinato e seus amigos relembram sua vida e obra por um viés pessoal, longe, bem longe do esquematismo formal que marcara a sua existência. Ou algo assim, visto que evitei ler sinopses para não estragar a minha apreciação. Alain Resnais é um cineasta estranho. Mas fica a vontade, porque vontade eu tenho de sobra.

E eu sei que pode ser covardia de minha parte, mas é tão melhor trabalhar com musos pairando sobre minha mente...

E eu assinei um acordo (uso circunflexos, mesmo quando dizem que não se deve, mas aqui eu cedo): tenho que fazê-lo sem fazê-lo!

Wesley PC>

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

PORTÁTIL E POR TÁTIL:

A fim de poder me dar ao luxo de passar 100 minutos enfiado entre as pernas de um rapaz bonito, que me deixava alisar seus mamilos e lamber seus pés durante a sessão, sujeitei-me a ver “Doom: A Porta do Inferno” (2005), péssimo filme do falacioso diretor de ação Andrzej Bartkowiak, na noite de ontem. Tinha certeza de que o filme era ruim antes de vê-lo e sequer o meu companheiro de sessão, que insistiu em vê-lo, gostou do resultado final [detalhe: ele gosta bastante do jogo eletrônico (!) em que o filme foi baseado], mas, com toda a miséria, foi interessante ter passado pelo que passei... Conforme eu ainda reluto em dizer: ver filmes conscientemente ruins tem lá suas vantagens... Escrever obviedades sobre eles é que vem perdendo o sentido hoje em dia!

Engraçado é que não consigo fazer de outra forma: para além de meus gostos pessoais, permeados de ‘pimbice’ e certa erudição, recaio costumeiramente nas sugestões mais ‘pop’ de alguns potenciais receptáculos seminais, que me mantêm em plena atualização no que diz respeito ao universo dito macho, extremamente masculino e pós-adolescente. Na semana passada, a descoberta da vez foi a banda britânica de ‘metalcore’ Bring Me The Horizon, cujo vocalista de 23 anos é comumente acusado de urinar sobre suas fãs. Fãs. Ouvindo o disco com atenção (na medida do possível, lógico), fico imaginando o que leva alguém a ser fã deste disco. É tão barulhento, tão gritante, tão ininteligível, tão disrítmico, tão filho deste tempo atual largamente apodrecido... Não que “Suicide Season” seja um disco ruim, mas ouvi-lo é complicado. Através de fones de ouvido, periga-se ficar surdo. Em rádios comuns, periga-se ser denunciado pela polícia. Conclusão: só pude ouvi-lo uma vez, assim mesmo incompleta, sob os protestos e temores de minha mãe. Não sei quando poderei ouvir de novo... Mas já o usei em conversas que visavam claramente interesses eróticos em relação a meus interlocutores.

Segue, portanto, um trecho traduzido da letra da faixa 08 do disco, “The Sadness Will Never End”:

“Eu não vou voltar para casa esta noite.
Porque querida eu tenho medo,
Este barco esta afundando.
Há esperança para nós?
Vamos ser capazes de sair vivos?
Eu posso provar a falha em seus lábios.
Há esperança para nós?
Vamos ser capazes de sair vivos?
Eu posso provar o fracasso”


Em outras palavras: o que o eu-lírico da banda quis dizer com isso?!

Wesley PC>

terça-feira, 25 de maio de 2010

O 'POP' INVASIVO!

Comparando-me tangencialmente com os demais integrantes desta amável confraria, percebo que sou aquele que mais se submete às armadilhas do 'pop', que ouve música de má qualidade (por causa dos públicos-alvo eróticos que vislumbro, diga-se de passagem) e que mescla referências intelectuais de primeira qualidade com astros e estrelas adolescentes tão chinfrins que passam a não serem mais queridas sequer pelos adolescentes que os acolheram inicialmente. De vez em quando, pergunto a mim mesmo: como é possível que uma pessoa que tenha ingerido com gozo três filmes encantatórios do vietnamita Tran Anh Hung possa ouvir algo composto pela Avril Lavigne por livre e espontânea vontade? Como?!

Indo em frente no tom confessional e interrogativo desta postagem, desafio a mim mesmo ao ceder à curiosidade de baixar um CD da tal de Lady Gaga e tentar entender por que gostam tanto deste engodo loiro. Já ouvi algumas canções famosas desta artista ("Fame" é a palavra que intitula seus 2 CDs)e confesso que não achei nada de mais. Maois ou menos MESMO. no auge de minha subsunção à cultura 'pop'! Conforme costumo lamentar com Jadão, em nossa época juvenil, até mesmo o que era lixo tendia a ser 'cult', de maneira que não nos surpreenderemos se as canções primevas e mais "sertanejas" de Leandro & Leonardo tornarem-se elogiáveis no plano intra-universitário dentro de alguns anos, ou meses, ou dias... O ritmo do consumo é cada vez mais rápido e, se pareço tão consciente vez por outra, por que me submeto tanto?! Por quê? Juro que, de vez em quando, nem mesmo eu entendo!

Mas estrebucho, sigo vivo!
E amo Tran Anh Hung - tndo, portanto, curiosidade de ver o seu filme mais recente, multinacional e pós-hollywoodiano ao extremo...

Wesley PC>