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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Mulheres com TPM, uni-vos!

Não. Não é em tom de reclamação que queroe screver o que vou escrever. Mas, ao contrário, é um tom de surpresa. Mas, de uma surpresa antiga e que se renova a cada mês. E comigo: a cada mês há anos.
Ontem, quinta-feira, acordei tão indisposta que deixei o dia se arrastar e não comi. Não consegui sequer comer biscoito puro, sem manteiga, sem fazer café ou suco. Simplesmente fui acometida de um desânimo e de uma falta de coragem-energia tamanhos que me impediram de comer.
Hoje, vim para a aula. Normal. Estava até animada para sair à noite, de burlar os planos de estudar e estudar e simplesmente sair com as pessoas que tanto amo.
De repente pareceu que minha bateria descarregou.
Sentei-me entre os corredores de uma das didáticas daqui da UFS e ali fiquei por quase duas horas. Sentada. Olhando para o nada. Mas, antes, caminhei pela universidade sem coragem de sair. Era como se eu criasse, sem o saber, uma impossibilidade de ir para casa. Estava sem energia. Mole. Estranha. E incomodada com a situação que eu achava exdrúxula, deveras.
Depois das quase duas horas sentada, levantei-me, com esforço, e fui ao banheiro.
Lá descubro que estava menstruada.
Eis a surpresa mensal: o antes da menstruação é sempre inusitado. Quando não me acabo de chorar, fico muito bruta, quando não choro nem fico bruta, sinto cheiro de cobre em todas as águas (até do mar), quando não é uma coisa estranha, é uma muito esquisita. Tudo isso é feliz quando não vem acompanhado de dores nas pernas, no "pé-da-barriga", de cabeça, nos seios...
Eu incho, fico me sentindo muito mais gorda do que sou. Eu mudo e é como se fosse novo. Como se nunca me tivesse acontecido antes. Mas, acontece sempre. A diferença só é de intensidade. Há meses onde tudo acontece de maneira mais branda, quase que imperceptível. Noutros, avario como nesse.

No mais, é engraçado depois, como falei há pouco com Jadson.
Falei porque dou a notícia de que menstruei como a de quem mentruou pela primeira vez na vida (lembro-me agora da pobre Pombinha de O cortiço).
Estive com medo de precisar que alguém viesse me resgatar da UFS.
Já pensou que inusitado? E depois como explicar?
"Não consiguia sair da UFS porque, porque, porque....estava com TPM".
Oi?
Quem acreditaria em tal impossibilidade e ainda explicada a partir de tal argumento?
Eu.
Eu acredito em tudo vindo de uma mulher antes de menstruar.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Meu Príncipe

Ok. Ouvi Lulina (O cd Cristalina) na viagem Boquim-Aracaju. Topic cheia, somzão na rádio. Eu, impaciente com a vida, com aqueles filhos-da-mãe dos "topiqueiros" que enchem os carros e a gente fica um tempão em pé para eles encherem o rabo de grana...(a raiva ainda persiste, vocês podem perceber). Achando o mundo uma injustiça só.

Achei o disco engraçadinho. Inusitadas as letras que falam de Et's (sangue de Et, na verdade), de minhocas, de cidra cereser e calcinha cor de rosa no ano-novo, de florezinhas (margarida) e de príncipe encantado. Opa! A letra "Meu príncipe" ressiginificou a viagem!

Meu príncipe
Não vem em cavalo branco
Não tem muito dinheiro
Mas eu o amo mesmo assim
Meu príncipe arruma toda a casa
Prepara minha comida
Enquanto eu tô no botequim

Meu príncipe me dá múltiplos orgasmos
Ai meu príncipe são 13 no total
Ele limpa o banheiro
Eu trabalho o dia inteiro
Ele lava a roupa suja
E eu bebo, bebo, bebo, bebo
Ele briga com as crianças
E eu toco violão
Ele quer discutir a relação
E eu não.


Como pensar uma letra assim se, naquela hora, me pedissem: "pense em letras de música que falam do "feminino", de mulheres", eu responderia: "Essa Mulher", de Joyce ou "Com açúcar, com afeto", de Chico Buarque, ou ainda "Atrás da porta", do mesmo Chico. Ou "Mulheres do Brasil", de Joyce ainda. Ou ainda de Joyce "Outras mulheres". Pensaria na mãe de "Meu guri" (Chico de novo), pensaria muitas outras ainda que listaria aqui eternamente. Mas, "Meu príncipe" coube não apenas para me divertir na viagem, mas para eu pensar, no que é que são as novas relações estabelecidas entre homens e mulheres.
Lulina é Pernambucana. Nordestina. E sempre que falamos em machismo, feminismo, direitos iguais entre homens e mulheres, sempre que falamos contra a homofobia, tem sempre alguém que retruca: Ah, mas nós estamos no Nordeste!". "As coisas aqui demoram a mudar, as mulheres aqui ainda têm seu lugar no tanque, bicha aqui é ridicularizada na rua..."e daí deslancha-se o rozário de idéias pré-concebidas, lugares-comuns (e, diga-se de passagem, de mentiras e mitos e preconceitos, pois isso não acontece só no Nordeste. Esse tipo de argumento, fraco, é típico de quem deseja mesmo só polemizar por polemizar).

Por que motivo prevalece ainda o machismo, se as mulheres invadiram o mercado de trabalho, se elas mesmas são, tantas vezes, que sustentam as famílias?
Por que as mulheres, mesmo as que trabalham fora, cumprem jornadas duplas de trabalho?

Bom, eu escreveria um longo texto sobre isso.
Mas, fica aqui a letra da música. O som da garota não é ruim. Fica a minha descoberta e dica para quem desejar conhecê-la: procurar em http://www.myspace.com/lulina.

Ouço sempre um conselho, de maneira persistente: "A mulher sábia edifica o lar".
E sempre me pergunto: "E o homem sábio, não?".





domingo, 9 de maio de 2010

Coubert+Safo=Proibição!


Assim como aconteceu com A Origem do Mundo, O Sono também foi proibido para a exposição pública. Courbet inspirou-se na arte Rococó do século XVIII e na literatura sobre a poetisa grega Safo, cujos poemas eram muito lidos, apesar do puritanismo e da hipocrisia existentes na sociedade da época.
Courbet realça a sensualidade do assunto, assentando seus nus sensuais em um interior do neo-Rococó, com detalhes como o colar de pérolas, do pente do cabelo, do ouro e do vaso esmaltado (sugerindo luxo). Em 1872, a pintura esteve na mira de um processo judicial, por divulgar material explicitamente erótico, visto como indicativo de devassidão de Courbet, principalmente por aludir ao lesbianismo.