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quarta-feira, 21 de julho de 2010

GALA NO CABELO, AO INVÉS DA GARGANTA (OU DE QUANDO NÃO SE É TÃO MAU OPTAR POR ALGO NÃO DESEJADO A PRIORI)...

Vou direto ao ponto: eu relutava em gostar de “Toy Story 3” (2010, de Lee Unkrich). Não queria. Gosto apenas medianamente dos dois primeiros filmes, elogiadíssimos até a tampa pela dita crítica especializada, o que me fez ter uma vontade apenas relativa de ver este terceiro exemplar. Digo mais: o fiz por voluntária obrigação social. A surpresa: saí da sessão com os olhos imersos em lágrimas capitalistas. O filme é lindo e funcionou muito bem com os meus dois companheiros eróticos de sessão. Não houve gozo em minha boca, mas houve gozo. Isso me bastou. Sou obrigado a recomendar o filme!

Para quem não sabe do que se trata – ou se recusa a saber, como deve ser o caso de nosso querido rabugento – o filme aborda as substituições de afeto que acompanham o envelhecimento e o processo de imersão no mercado de trabalho. É algo tratado exaustivamente pelos bons filmes independentes que vemos por aí, mas, no âmbito das bilheterias alavancadas, este filme é um bálsamo muito do bem-vindo. Juro mesmo! Por isso, nem vou dar muitos detalhes: se tiverem a chance de estar diante dele, pense em mim, chore por mim, liga pra mim... E liga para eles também (risos)

De resto, deixo um parágrafo em aberto. Afinal de contas, como diria Edson Gomes, “na calada da noite, acontecem coisas”. No grito da manhã, também!

Beijão,

Wesley PC>

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Fim de férias


Hoje foi o me primeiro dia de trabalho, depois de me recompor, (se é que isso seja possível) durante trinta dias, do estupro provocado pela venda da minha força e do meu tempo ao Estado, que me paga por isso em longas e pequenas prestações, volto ao sacrifício que me põe num status de não marginalizado(sera?), sou um pequeno parafuso que junto com tantos outros sustenta a engrenagem de sistema maligno que comanda nosso modo de vida.
Todavia tenho lidado com isso de uma forma estranha e junto com o envelhecimento progressivo e rápido do meu corpo entro num processo de estranhamento comigo mesmo que me põe crise. Tentando avaliar esses dias de descanso concedida pelo aparelho estatal, fiz ao fim muita coisa? E não sei, mas sinto como se tivesse feito e não feito, isso tudo é muito estranho!
Dentre uma das atividades, foi acompanhar um seminário de literatura e cultura na universidade, e eis que no primeiro dia ou no segundo um professor afetadíssimo quis criar polêmica, dizia ele que a literatura feminina brasileira até meados dos anos setenta não dava voz para o outro e não apresentava nada de novo, a literatura de Clarice Lispector por exemplo estava preocupada apenas com as angústia da mulher burguesa. Não estudo teoria l iteraria , porém, já li muito da literatura brasileira, não o suficiente é claro, mas o suficiente pra saber quê o que este proto-irônico professor dizia era totalmente infundado e imbecil, porém a plateia aceitou, ao menos não se manifestou de modo contrário a não ser a voz tímida de uma professora.
Mas depois de conversar com uma amiga minha mais entendida sobre o assunto fiquei mais aliviado, a mesma concordou com meus questionamentos e colocou outros.
Mas no último dia de evento o professor que estava sendo homenageado abriu a boca e desmontou a fala anterior, simples e extremamente fundamentado, entre outras coisas dizia ele que os estudos culturais são importantes mas vazios se quando analisa a literatura esquece que ela é antes de qualquer coisa linguagem e Clarice Lispector fez da sua escrita uma experiência inovadora da linguagem na literatura brasileira.
Percebi ali um sensatez discursiva que me fez bem, senti que minha consciência amadureceu junto com o meu corpo e isso no fundo eu acho muito bom.
Enfim de volta ao trabalho!


Jt