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domingo, 9 de maio de 2010

Coubert+Safo=Proibição!


Assim como aconteceu com A Origem do Mundo, O Sono também foi proibido para a exposição pública. Courbet inspirou-se na arte Rococó do século XVIII e na literatura sobre a poetisa grega Safo, cujos poemas eram muito lidos, apesar do puritanismo e da hipocrisia existentes na sociedade da época.
Courbet realça a sensualidade do assunto, assentando seus nus sensuais em um interior do neo-Rococó, com detalhes como o colar de pérolas, do pente do cabelo, do ouro e do vaso esmaltado (sugerindo luxo). Em 1872, a pintura esteve na mira de um processo judicial, por divulgar material explicitamente erótico, visto como indicativo de devassidão de Courbet, principalmente por aludir ao lesbianismo.

Gustave Coubert


Gosto de Coubert porque ele é polêmico, corrosivo, crítico e tem uma técnica ágil. Mas, adoro, adoro mesmo suas atitudes críticas. Era 1866 e Coubert era pintor conhecido em França e ao representar frontalmente as coxas e o sexo de uma mulher, A Origem do Mundo abalou profundamente o meio artístico da época.
O quadro é provocador, perturba e choca. Causa incômodo observar tão de perto o sexo que se impõe imenso diante de quem o olha. Gustave Coubert violenta o público com tamanha ousadia muito mais do que ao objeto observado.
À época, na Academia, os estudantes praticavam sua arte desenhando as estátuas clássicas de corpo idealizado. Essas estátuas, Apolos e Afrodites, não eram assexuadas mas a representação do sexo era estereotipada ou deturpada. Os homens frequentemente tinham uma parra a tapar os órgãos genitais enquanto que nas mulheres nada se via para além da continuidade da pele lisa da barriga. Courbet detestava os acadêmicos e as suas fórmulas.
Eis um outro motivo para eu gostar tanto de Coubert, claro!
Esta tela apareceu como um manifesto contra o academismo, mas também contra a falsidade vigente na Arte e na Sociedade oitocentista.