domingo, 9 de maio de 2010

Gustave Coubert


Gosto de Coubert porque ele é polêmico, corrosivo, crítico e tem uma técnica ágil. Mas, adoro, adoro mesmo suas atitudes críticas. Era 1866 e Coubert era pintor conhecido em França e ao representar frontalmente as coxas e o sexo de uma mulher, A Origem do Mundo abalou profundamente o meio artístico da época.
O quadro é provocador, perturba e choca. Causa incômodo observar tão de perto o sexo que se impõe imenso diante de quem o olha. Gustave Coubert violenta o público com tamanha ousadia muito mais do que ao objeto observado.
À época, na Academia, os estudantes praticavam sua arte desenhando as estátuas clássicas de corpo idealizado. Essas estátuas, Apolos e Afrodites, não eram assexuadas mas a representação do sexo era estereotipada ou deturpada. Os homens frequentemente tinham uma parra a tapar os órgãos genitais enquanto que nas mulheres nada se via para além da continuidade da pele lisa da barriga. Courbet detestava os acadêmicos e as suas fórmulas.
Eis um outro motivo para eu gostar tanto de Coubert, claro!
Esta tela apareceu como um manifesto contra o academismo, mas também contra a falsidade vigente na Arte e na Sociedade oitocentista.

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