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terça-feira, 28 de junho de 2011

Pensamentos de Morte e Imortalidade: Ou como aguentar o filme "O Porco Espinho"(2009) de Mona Achache


Recebi calorosas indicação par ver esse filme, enquanto ele baixava, lia um texto do filósofo alemão Ludwig Feuerbach, e lá pro meio texto ele assevera algo como: "A morte nada mais é que um imenso vazio que será ocupado por outro ser" e mais pra frente fala "Tua fé na imortalidade somente é verdadeira se é fé nesta vida". o alemão vai argumento acerca do sentimento de imortalidade que sentimos, mas como algo que está para além desta terra e que por isso acabamos por não viver a completude dos dias na terra. imortalidade é para Feuerbach um sentimento que devemos cultivar, mas ele é vida, está na vida não na morte ou para além dela, a morte é quando a nossa vida se torna completa!

Pois bem, ainda por terminar o texto e depois de voltar da Universidade de Goiás, onde minha amiga Joyce me levou para eu ver o encerramento de uma disciplina de núcleo livre, do departamento de artes, (a disciplina era um tipo de oficina para contadores de história) assisti as apresentações inclusive a dela, e depois ainda assistimos a um espetáculo teatral fruto do encerramento de outra disciplina, agora de Artes cênicas, que apesar de bem amadora a peça me cativou, com poucas palavras a peça buscava mostrar a tentativa de insujeição de um grupo sujeito a um rei, quase sem diálogos, os atores usavam o recurso da Onomatopeia para contar a estória. bem depois de ficar um pouco encantado com o respeito que esta universidade tem pelos cursos de artes, por exemplo, existe um prédio imenso reservado as artes plástica, teatro e música e artes visuais, no mesmo tem galeria, teatro com uma acústica incrível e sala para música com contensão sonora, os professores pareceram bem presentes e motivados, foi muito bom perceber isso, mas foi só uma percepção ligeira e sem muito apuro, já que não vivencio lá, mas estrutura ao menos tem!

Voltamos pra casa e filme já baixado, resolvemos lanchar e vê-lo, logo no início a garota Paloma fala seus planos, fazer um filme sobre as pessoas a sua volta, até o dia do seu aniversário de 12 anos quando pretende se matar isso porque acha que a vida não vale a pena, os exemplos de vida que possuí é de sua família rica, esnobe e decepcionante, até que conhece melhor a zeladora de seu prédio através de um novo vizinho de origem nipônica que decide ajudá-la na fluência da língua japonesa! não vou contar mais pra não estragar a surpresa, mas as reflexões feitas pela pequena prodígio me deixaram espantado, assim como todo o resto do roteiro do filme, de modo que eu e Joyce tíamos a cada pequena frase orgasmos mentais, e não por acaso joyce esta a ler epicuro e eis o que ele escreve sobre a morte:

"O mais terrível dos males, morte, não seginifica nada para nós, justamente porque, quando estamos vivos, é a morte que não está presente,quando a morte está presente nós é que não estamos. A morte, portanto, não é nem nada nem para os vivos e nem para os mortos, já que para aqueles ela não existe, ao passo que estes não estão mais aqui"

Jadson

domingo, 12 de junho de 2011

Saudades e o Sumo Bem


Eram tempos bons aqueles em que se brigava, discutia, chorava , matava e criava demônios aqui neste espaço que passei a acreditar que poderia acalmar um desejo de comunicação, mas que seja, vou continuar, pois ainda acredito.....

Esses dia estou a ler o bom e velho Santo Agostinho, "O Livre-Arbítro" obra quase magna, se não fosse suas Confissões.

Neste livro Agostinho tentará provar a existência de Deus e justificar o mal no mundo.

Sua investigação aponta que Deus existe simplesmente porque ele é o sumo bem, e algo maior que a nossa razão e que todo homem procura, é a luz que ilumina nosso entendimento. Parei no capítulo em que ele tenta exatamente provar que " existe algo maior e melhor que a nossa razão e esse algo só pode ser Deus".
Quanto ao mal ou o pecado, isso é resultado do uso arbitrário de nosso livre arbítrio(rs). Deus gerou o homem do nada, e não de sua essência por isso o homem é carente em essência. o mal não existe, o pecado é a carência do bem.

O livro é um Diálogo em que ele vai paulatinamente demonstrando suas teses antropológicas e fundamentando a interioridade, germinando assim aquilo que Descartes chamaria de Sujeito ou subjetividade.

A leitura em si é prazerosa há um ritmo "divino" no diálogo, apesar de haver discordância insolúveis entre o pensamento agostiniano e aquilo que creio em relação ao Deus.

Beijos

Jadito

domingo, 5 de junho de 2011

Kierkegaard X Platão: Jafar Panahir


Nas migalhas filosóficas Clímacus(Pseudônimo de Kierkegaard) propõe uma investigação do modelo grego e do modelo cristão de apreensão de verdade. No primeiro modelo o Mestre é a ocasião, já que a verdade se encontra adormecida no homem, bastando que a desperte através de "perguntas certas". O Instante que isso ocorre não é decisivo, logo este Instante é reabsorvido no tempo. Tal Instante ocorre em um movimento de acesse que eleva o discípulo num dado grau inferior para o superior.

Num certo sentido esta teoria denominada de "Reminiscência" na filosofia socrática/platônica, abre espaço para uma dimensão de subjetividade nos gregos, talvez, tal termo seja inadequado e pareça até equivocado ou mesmo anacrônico. Contudo Michel Foucault, já contrariava toda uma tradição filosófica e apontava certa dimensão no indivíduo grego, apesar dos gregos confundirem sua identidade com a do Estado, ou seja, não há formação de uma identidade privada sem o Estado,ou ainda o individuo era formado para o Estado. mas isso é outra conversa!

No modelo teórico experimental apresentado por Clímacus, o Discípulo não possui a verdade em si, ela está apartada dele. Só o Mestre é capaz de proporcionar as condições e levar verdade ao discípulo, ele sozinho nada encontrará, ou seja, não há condições de possibilidade para o homem encontrar a verdade por seus próprios esforços, ele estará sempre condenado no mundo, só quando o Instante for Decisivo, quando o eterno irromper no tempo, ele poderá assim encontrar a verdade, é por isso que o modelo cristão é um escândalo para a razão , um paradoxo, uma loucura, está fora do movimento lógico da ascese platônica, pois o movimentodo mestre do cristão é de esvaziamento e rebaixamento, pois, no Instante ele apresenta-se como um igual , ou seja, a verdade que é eterna, precisa alcançar o homem numa dada temporalidade e se apresenta em condições de igualdade com a não-verdade.
Tal discussão sobre a verdade e a apreensão dela me levou a fazer uma certa leitura do filme o "O Espelho" do Iraniano Jafar Panahir, que na minha modesta opinião celebra um seleto clube de gênios contemporâneos do cinema. Neste filem absolutamente inquietador, sobre uma menina que se perde ao tentar encontrar o caminho para casa, depois que sua mãe não vai buscá-la na saída da escola e passa por uma verdadeira odisséia na tentativa de reencontrar a sua casa. O diretor numa dada altura do filme começa a questionar a validade de sua denuncia enquanto portador da verdade deixando para os espectadores a dúvida, não quero estragar a surpresa do filme aqui, mas posso adiantar que mesmo que ele proponha ao espectador a decisão se o que mostra é ou não verdade. Necessário, aqui, lembrar que ele conduz o filme do inicio ao fim, a verdade está nele queiramos ou não, portanto, cabe a nos decidirmos se ficamos com ela ou não. E tal decisão é dada também por ele, então fica a pergunta: a verdade é algo que está em nós ou é mesmo algo decisivo no tempo e levada a nós por um mestre?

terça-feira, 31 de maio de 2011

Robert Mapllethorpe e Platão


Algum tempo atrás meu caríssimo amigo Wesley Pereira de Castro mostrou alguns trabalhos do Robert Mapllethorpe, mas agora instigado por algumas de suas postagens numa dada rede de relacionamento pude pesquisar um pouco mais sobre o artista e putz ele é genial, baixei algumas das suas fotos, tratei logo de por uma como papel de parede no meu notbook, exatamente essa que acompanha essa postagem, quero ver mais coisas dele, virei fã também, viu WPC? E o que diabos tem a ver o sensível artista e o filósofo grego Platão?
Enquanto lia sobre a carreira do fotógrafo, lia paralelamente o diálogos platônico “Mênon”. Em tal diálogo Sócrates investiga maieuticamente de que forma a verdade e a virtude são apreendidas pelo homem. No decorrer do diálogo, Sócrates tenta demonstrar que a virtude não pode ser ensinada, pois não é uma ciência, já a verdade precisa de um mestre que através de perguntas certas desperta-a, contudo esse mestre não é decisivo para que o homem obtenha a verdade.
A verdade já está no homem, pois sua alma já viu e viveu tudo. Sócrates tenta provar a sua tese da reminiscência através da matemática levando um escravo jovem e possivelmente belo a responder perguntas acerca da geometria, mesmo sem ser iniciado nos estudos clássicos o escravo consegue responder as perguntas de Sócrates, ou seja, ele rememorou o que estava “impresso” em sua alma. Numa dada altura de sua dialética Platão então resolve dizer que a virtude é dada pelos deuses já que ela não pode ser ensinada ao homem e também não é algo da natureza do homem.
Bem, diante do confusamente exposto lembro(rs) do Robert Mapllethorpe que ao representar a verdade através da fotografias os belos corpos nus, alcança a virtude pelas lentes e tal virtude só pode ser dada pelos deuses!

Beijos em todos

JT

domingo, 29 de maio de 2011

A sopa


Ontem a noite comi sopa e fui dormir cedo, mamãe(Joyce) chegou de viagem e me trouxe presente, um livro sobre cinema fiquei bem contente e chocolate também já comi todinho, depois de conversarmos um tantão... fui deitar, dormi logo, mas acordei agorinha com um agoniazinha no peito, será que vou morrer? fiz xixi e resolvi falar pra vocês... a madrugada aqui em Goiânia é muito fria, muito, os dias estão quentinhos , mas a noite é bem fria e na verdade gosto disso, gosto de dormir no friozinho, ontem foi um dia estranho, mas me lembro agora que na última terça fui a Brasília de " carona" paguei 40 reais para ir e vir de carro, a van que sai da UFG não foi era feriado santo por aqui, o cara que foi de carro sempre vai comigo na van, e ele é uma pessoa estranha, não sei se gosto dele como pessoa, ele é conservador pra caralho, defende ideais republicanos, uma tal de "vontade geral" que precisa necessariamente superar as vontades individuais em nome de desejo comunitário, isso dos contratualistas franceses acho que Rousseau é o defensor dessa tese, bem que seja, no caminho fomos discutindo coisas de filosofia e sociologia e me parece que ele é bem inclinado a defender o Estado como um organismo necessário a reger essa tal de vontade geral, a se ele soubesse, claro que não alisei ele né gente, vontade geral? parece piada de metafísico, como se fosse possivel super a vontade de poder que atravessa homem na sua individulidade, eu heim... mas enfim

beijo

J

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Dor na coluno e as migalhas de um certo dinamarquês


Essa semana estou tendo um dor terrível na coluna e hojê piorou e muito, paralelamente a esse infortúnio , tenho entrado em contato pela primeira vez com um texto absolutamente genial daquele dinamarquês que tanto gosto " Migalfas filosóficas ou um bocadinho de filosofia de Johannes Climacus" é o titulo que já se põe como uma farsa e tem um prefácio engraçadíssimo contando um monte de causo filosófico dos gregos e apontando sua falta de pretensão em relação ao seu objetivo. Johannes Clímacus é o psudônimo ou heterônimo kierkegaardiano que mais gosto, é o mais ironico o que se diz não cristão, e está o tempo todo com uma verve bem crítica diante da tradição ou seja é bem ranzizinha do jeitinho que gosto mesmo. neste texto ele quer investigar o problema da veradde ou de como se apreende ela.
Se para os gregos ou ao menos para Sócrates a verade já existia no homem e que bastava um belo parteiro para que ela viesse a luz no homem, a maiêutica era o método. Clímacus não poupa o pobre Platão ou Sócrates neste aspecto é enfia uma crítica mordaz! mais detalhes depois. Em contrapartida ele sugere um novo modelo, em que se a verdade está posta fora do homem , como ele consegue alcança-la? em outras palavras, como é possivél o conhecimento de Deus? será a razão possivél de explicar? como alcançar a verdade divina?

bem estou me deliciando com este texto, irônico, engraçadíssimo, está me rendendo ótimas risadas ao contrário do texto anterior que sofri e ainda sofro para alcançar os seus conceitos " O conceito de Angústia" é daqueles diamantes brutos duros de lapidar, o que mais é interresante é que ambos textos foram publicados no mesmo ano e um dialoga com o outro, acho que vou começar a entender melhor o jogo de linguagem Kierkegaardiano nestas duas obras, assim espero!

bem enquanto minha coluna me maltrata, eu me divirto com um bocadinho de filosofia de Clímacus!

Beijos
Jadão

terça-feira, 17 de maio de 2011

ALGUÉM JÁ OUVIU FALAR EM EDUARDO KAC?


Semana de filosofia na UFG, eu empolgado, angustiado, agoniado e quase desesperado vou ver uma palestra curiosamente intitulada " arte e natureza ou kant after kac". sem previamente ler sobre a comunicação, só tinha em mente que seria algo relacionado a estética kantiana, a terceira crítica, aquela sobre a faculdade do juízo onde Kant fala sobre o Gosto, o belo e o sublime, na verdade sobre como julgamos se algo é belo e sublime, seu argumento aponta para ma dicotomia arte e natureza, a arte é bela quando sua forma parece natureza, e natureza é bela quando parece arte.

até ai tudo bem, mas eis que a tal professora Virgínia Figueiredo, anuncia o tal 'Coelhinho verde' desse tal Eduardo Kac, que segundo ela era um novo Duchamp, ora me espantei com o termo BIOARTE, o tal Kac se utiliza de mutações genéticas para propagar o que ele chama de arte. a coelhinha verde é uma mutação , um gene de uma alga fosforescente foi retirado e injetado num óvulo de uma coelha, fazendo com que o coelhinho que dai nasceu ao ser submetido a raios ultravioleta ficasse verde florescente, não chegou a ser exposto, mais apenas a sua foto , e dai várias coisas se propagaram.

A filosofa propunha uma releitura de Kant a partir desse nova expressão de arte, eu no entanto fico me perguntando o que isso tem de arte se não o fato de uma protocriação, ou mesmo, de um novo tipo de arte nazista,

bem depois vejam mais sobre isso, estou ainda chocado!!!!!!!!!!!!

Jt

quarta-feira, 23 de março de 2011

o deslocamento (des)funcional




Ainda pegando ritmo, (brumm, brumm, brummmmmm....)

Os macaquinhos que moram no campus aqui da Universidade Federal de Goiânia são uma atração a parte, brigam com as pessoas, com os cachorros, tomam comida dos distraídos, passeiam pelas várias árvores que têm no campus, uma belezura...

Dormir bem ontem,e minhas caixinhas de som do PC queimaram, acho que foi a voltagem 220w, se bem que tinha indicação de bivoltagem. gostei desse nome, bivoltagem.... será que todos nos somos BIVOLTES...rsrsrsr

Tiago roubei seu livro sobre a irmandade da morte....

Escrito por um autor espanhol contemporâneo o livro "Irmã Morte" é bem cinemático, usa imagens rápidas como um triller e tem um mote muito original: Depois de acompanhar a morte do pai morimbundo, um garoto passa a vê partes do seu falecido pai nos homens que frequentam a sua casa, ou melhor, o quarto de sua irmã mais velha que tomava conta do moribundo e dele.

Acabei de tirar xerox do primeiro material que vou estudar um tal de Edmund Burk, teorico da estética, fala sobre o belo e o sublime, vou adorar essa aula minha intuição me avisa....


me preparando para ver outro filme Godardiano, que aliás é uma bela recepção por aqui...


beijos em todos

Jadão

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Em dias confusos...



Em tempos estranhos, desejei me submeter a leitura de um livro que achei em 2009 em um sebo na cidade de Belo Horizonte, quando fui lá pela primeira vez participar de um encontro estudantil. O livro um clássico: A Religiosa.

O Famoso romance do filósofo iluminista francês Denis Diderot datado do século 18 conta em forma de confissão/memórias a trágica trajetória de uma freira pelos conventos franceses, padecendo todo tipo de auguras e desventuras.

O livro pode ser resumido em das palavras: sofrimento e crueldade. E Todos os sinônimos que puder pensar quando se ouve estas duas palavras!

Não sei porque cargas d'água quis o acaso que eu o lesse logo neste momento de escolha tão difícil!

Como diz um amigo querido “que seja”.

Recomendo pra todos aqueles que são viciados no sofrimento!

Jt

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O sacrifício- primeira parte



Dizem por ai, a boca pequena, que Nietzsche matou Deus. Na verdade esse assunto já é bem velho. Basta lembrar como Hume define Deus: hipérbole das qualidades humanas ou Feuerbach que entende Deus como uma projeção doentia dos desejos humanos. Não vou aqui levantar os mais diversos precedentes históricos, mas, Deus morreu mesmo? Será que Deus enquanto conceito criado por Aristóteles e por muitas vezes tomado de empréstimo por vários filósofos modernos morreu mesmo? Será que Deus enquanto criador ou ser metafísico ou entidade religiosa morreu mesmo?
Tal discursão também é levantada por um filme absolutamente fenomenal dirigido pelo cineasta Andrei Tarkovski que estou ainda a elaborar na mente o que seu minucioso discurso eminentemente religioso quer provar ou mostrar. Deus existe? É preciso sacrifício para que ele se manifeste? É loucura acreditar em Deus? A loucura é para aqueles que acreditam? O homem é realmente um ser doente quando acredita em Deus?
Bem, tais perguntas podem nortear uma analise filosófico-religiosa acerca do filme em questão, mais sobre ele em breve. O fato é que ele atordoa, enlouquece faz tremer e temer é uma ode ao belo ou ao terror sublime que a morte provoca. Ele é.....

Jadson

sábado, 1 de janeiro de 2011

O PRIMEIRO DIA




Num dos textos mais lidos de Søren Keirkegaard, o romance filosófico,“O Diário de um Sedutor”, o narrador-personagem Johannes demonstra como fez para conquistar a doce jovem Cordélia. Claro que as feministas devem odiar esse livro a ponto de queimá-lo. Eu, particularmente e capciosamente, gosto e muito. Refinado, apaixonante e reflexionante.

Numa das interpretações mais dignas deste romance, feita pela professora e romancista mineira Guiomar de Gramont, “ As figuras estéticas em Kierkegaard” indicia a personagem Johannes do romance kierkegaardiano, como uma figura que lança suas 'vítimas' ao infinito, roubando-lhes o centro de tranquilidade que lhes mantêm em estado de ignorância, possibilitando assim, que as mesmas alcancem a individualidade, tornando-se um indivíduo diante de toda as possibilidades que o mundo oferece.

Mas o que isso tem a ver com o primeiro dia do ano de 2011? Johannes conquista Cordélia e depois a abandona. Desespero. Johannes não será o mesmo, marcado pela presença marcante da doce Cordélia. Ela descobre o amargo da paixão, mais agora viverá em paixão, ou seja, a paixão é o que move, e ela será eternamente apaixonada e lançada para o infinito.

A pergunta ainda persiste. E eu me respondo: quero viver apaixonadamente. Quero que 2011 seja apaixonante, que os momentos sejam belas e difíceis conquistas, que cada hora seja como uma Cordélia, doce, difícil e reticente, e que no último segundo eu tenha em minhas mãos e a solte no instante seguinte, para voltar a conquistar a próxima.

Quero poder manter a dupla face Johannes/Cordélia, desejando conquistar insistentemente e por horas desejar ardentemente ser conquistado. Quero ser a doce e amarga ilusão e deixar-me perder na paixão.
Foi um ano estranho, bonito, intenso, vivo, atraente, erótico, amargo, doce, rebuscado,dolorido, momentâneo, profético, não dito........

Amo todos vocês meus queridos amigos e um sim a paixão!

Um ano sexy para todos!

Jadão

domingo, 14 de novembro de 2010

Dias A-tipicos



Tenho tido dias a-típicos, mas é uma escolha e portanto....

Temor e Tremor é daqueles livros que nos tira do nosso centro gravitacional
definido como um canto à Fé, onde o pseudônimo de Kierkegaad, Johannes de Silentio, narra a trajetória do Cavaleiro da Fé, ABRAÂO, que no silêncio da angústia sobe o monte Morijia para sacrificar Isaac seu filho.
Filho que teve na velhice como dádiva de Deus. mas como prova de amor a Deus e a si mesmo Abraão deve sacrificá-lo e no silêncio paradoxal do absurdo ele entra em relação absolutamente com o absoluto e na total imersão em sua subjetividade, tornando-se assim um Indivíduo acima da moral.
ele sofrendo em silêncio deseja e deve sacrificar seu amado filho. Socialmente ele é um assassino, mas ao olhos da Fé ele é cumpri o dever de amar a Deus.

poderia passar mais tempo falando sobre o sentimentos oculto e initeligível de Abraão segundo a perspectiva admiradora Kierkegaardiana, mas tenho que voltar para o árduo trabalho de leitura.

beijos a todos

Jt

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Um olhar (meta)físico de um outro lugar



Viajar é sempre uma experiência que foge ao ordinário, mesmo que se faça sempre.

Não por acaso o alhar de um estrangeiro se perde no abismo de possibilidades ou de reflexões que põe o indivíduo diante dele mesmo, de uma (meta) realidade que lhe escapa na hodierna relação com seu espaço, com suas memórias e referências, parece que diante deste novo espaço que se abre em terra estrangeira, o infinito se abre se opondo a finitude de tais relações.

Ser um corpo estranho em meio a um emaranhado de concreto, de corpos e ambientes, é por sua perspectiva em sucessões de eventos que te joga a um horizonte expansivo, ao mesmo tempo que, paradoxalmente, sentimos uma saudade incomensurável de nossa origem, de nossa fixidez, de nossa terra, de minha terra. Talvez, essa reflexão caiba apenas as minhas próprias reflexões, e se a tentativa de partilha-lha não alcance um caráter universal só reforça ainda mais que o indivíduo é uma construção de e para si.

Alguns eventos nesta última viagem mereceram um tempo específico para uma melhor digestão. Posso destacar a eleição presidencial no âmbito privado, vejamos:

Domingo dia 31 de outubro as 19 horas, Belo Horizonte, estado de Minas Gerais, segundo turno das eleições presidências, uma considerável porcentagem das urnas apuradas e Dilma Rousseff caminhava para ser a primeira mulher eleita presidente no país, a noite anunciava a vitória do partido dos trabalhadores, outrora representante de uma causa utópica-socialista, agora um partido claramente progressista de tendências neoliberais, ainda que negue tais posturas.

O que foi para mim INcrível, quase que metafísico, foi presenciar o entusiasmo de alguns jovens que se reunirão para comer pizza com coca-cola e acompanhar a apuração, a utopia socialista que foi por água abaixo a quase 10 anos atrás, parecia não representar nada para aqueles jovens esquerdistas, que enfervecendo-se da vitória petista gritavam felizes “ É DILMAAAA!!!!”, e ainda torciam para a vitória de todos os candidatos a governadores que eram do PT ou apoiado por este, independente do contexto local. Caminhavam após a degustação alimentícia, para um bairro nobre da cidade, bairro que segundo eles a política do PSDB se coadunava com as posturas de seus moradores, para agitarem a bandeira petista e mostrar que eles perderam.

A pergunta que fica é: o mito LULA vai além das massas e enturva também o olhar dos ditos esclarecidos ou é falta total de uma criticidade?

JT

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Juiz de Fora


cheguei a pouco em Juiz de Fora, cidade mineira que fica a quatro horas de BH, população equivalente a Aracaju, com uma universidade maior que a nossa, mais não sei se melhor...
estou muito cansado, meus olhos pesam, mais preciso cumprir com minhas duas horas de estudos que prometi a mim mesmo nesta semana em que tiro "férias".
O dia de minha apresentação é sexta-feira.
Título:"O amor enquanto fundamento ético-religioso em Kierkegaard".
estou na casa de Rodrigo, mãe dele esta sendo uma fofa comigo.
Vou ficar na casa de uma amiga dele de nome popular por aqui: Elis.
a casa dela é perto da universidade.
Rodrigo tem um forte sentimento burguês , mais mora na periferia.
gosto muito dele, apesar do burguesismo, ele é divertido e complexado, mais um...

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Entre o sagrado e o profano e a filosofia analitica da religião


Estou vivenciando um processo de reclusão voluntaria em busca de ler umas coisas para participar de um concurso, entre elas um livro curioso sobre a "essência da religião", no qual, o autor discutiu a diferença entre os dois pólos o sagrado e o profano. Investigando em três linhas diferentes: o espaço, o tempo, a existência (corpo e comportamento). O autor verifica que o espaço daquele em que uma hierofania (manifestação do sagrado) aparece e se apresenta com roturas, transformando o espaço homogêneo e disforme do profano em um espaço heterogêneo sagrado, com forma e é a partir deste espaço que o mundo sagrado é fundado, ou seja, a hierofania revela o real, o espaço sagrado é ontológico. “O homem religioso é sedento de ser”. O tempo sagrado também é heterogêneo, o ritual é a repetição do tempo original, é quando o homem religioso representa a eternidade, o momento da criação é simbolizado nos rituais, o tempo ordinário dá lugar a um tempo mítico. A terceira linha investigativa analisa que o exemplo dos deuses são os exemplos que o homem religioso segue. Todas as ações do homem religioso busca imitar o ato de deus. A uma analogia entre o corpo humano que por muitas vezes é dotado de sacralidade com a construção do espaço mítico do tempo da criação, devo esclarecer que o tempo da criação ( que nas sociedades arcaicas foi representado pela narração do mito pela primeira vez)

Outra coisa estranha que estou a ler é um livro curioso sobre filosofia analítica da religião, no qual, o autor discutiu através de diversas posições de vários autores, qual o estatuto das proposições religiosas, uns atestam que uma asserção religiosa é destituída de cognocibilidade, pois não são passíveis de verificabilidade,ou mesmo, não é possível a sua falseabilidade tais posições são respectivamente tomadas uma pela escola vienense positivista, e a outra pela critica ao positivismo lógico, a chamada escola neo-impirista, na contra-mão surge autores que defendem os argumentos religiosos afirmando que as tais proposições não devem ser analisadas como asserções cientificas, e sim dentro de uma lógica própria da linguagem teológica. Estes estão claramente sobre a influência do filosofo Wittgenstein que afirmou no seu Tractados que o problema de Deus é um problema que dá sentido a vida, logo é um problema ético, não é possível, portanto, tratá-lo como verdade ou como falsidade apenas compará-lo nas ações morais da vida.

Mais notícias em breve.

Jt

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Existe o cinema brega?


Alguem já ouviu falar em cinema brega? Bem, se sim ou se não, pode colocar “VIAJO PORQUE PRECISO, VOLTO PORQUE TE AMO” na lista de filmes bregas , mas não pense que o brega aqui referido é aquele pejorativo que alguns gêneros musicais levam de longe tal pecha. O conceito de brega referido aqui é a ideia de pathos, palavra grega que significa exatamente apaixonado e por isso patético, desmedido, algo que o velho Platão considerava uma conduta no mínimo deselegante. Sabe aquelas músicas que ouvimos quando estamos com dor de cotovelo e bebendo muito para esquecer do amor que nos deixou e que no fundo clamamos para que ele volte?. Pois bem, este é exatamente o filme de Marcelo Gomes e de Karin Ainüz e é um filme que já mais passaria nas telas da acadêmia platônica, pois até seu último fotograma ele transpira intensa paixão.

Vi o filme no último domingo da forma mais inusitada possível, em que o comentário “ele só fala e nunca aparece não é?, já estou ficando agoniada!” pode dá uma ideia de quão inusitado foi, mas isso só aumentou a intensidade de como eu via o filme. Filme que me deixava em estado perplexo e de perene ebulição, pronto para explodir em lágrimas, por que sabe aquele ditado “entre a dor e o nada eu prefiro a dor” nunca se justificou tanto.

Narrado por um personagem em off, e que a partir de uma câmera subjetiva nos leva ao interior do nordeste, acompanhamos essa viagem insólita de um geólogo em busca de esquecer uma paixão por uma botânica de cabelos loiros, a qual se reportava carinhosamente como “ galega” e ainda afirmava que formavam o par perfeito, pois enquanto ele escavava pedras, ela colhia flores. Num primeiro momento ele só fala da saudade doida que sentia dela , enquanto passava pelas áridas cidades do interior do nordeste, de sol rachante, poeira sufocante e de pessoas sofridas, mas que apesar de tudo humanas. No segundo momento descobrimos que ele rompeu com a galega e para esquecer embarca numa viagem sofrida. E o calvário ainda é pouco pois ele viaja porque precisa e não volta porque ainda ama!

Para quem viu “ O céu de Suely” e “Madame Satã”, não demora a perceber que é Karin Ainüz que dita o tom do filme. Ele humaniza os personagens numa força estonteante, vide a sequencia em que o personagem se entrega a prostituição, lembrando muitas vezes situações vividas por personagens dos filmes citados. Mas a grande sacada dos cineastas foi o roteiro que se coadunou as imagens capitadas pelas câmeras utilizadas no processo de filmagem de forma brilhante. E ainda fica claro a referencia a cineastas como Eduardo Coutinho, Jean Rouch, Chris Marker e Jorge Bodansky.

Enquanto um “galego” não faz com que eu sinta dor na vida, vou deixando de lado o nada, para recordar para sempre essa pequena obra-prima....


beijos passionais

J.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Kierkegaard e Kubrick



Hoje fui a UFS estudar, tomei um cafezinho e depois de dias fumei um cigarro em homenagem aos velhos tempos.
Lembrei de um carinhoso filme e não menos angustiante por isso, “ Asas do desejo”, no filme um anjo deseja torna-se homem para sentir o prazer da vida e amar uma trapezista de circo, sendo que uma das primeiras coisas que faz quando se torna homem é fumar um cigarro.
Lendo muito sobre Kierkegaard esses dias e nossa como me descubro um apaixonado pelo tema do indivíduo, da alteridade e apesar de estar focando mais na questão ética, não tenho como dizer que a subjetividade ainda é o meu tema favorito no autor de “ As obras do amor” livro que estou a reler.
Assim, sem tempo ultimamente para ler coisas mais literárias, mas consegui ver “ Gloria feita de sangue” do Kubrick e como não podia deixar de ser o dilema moral e ético que transforma o protagonista num solitário no mundo desesperado como sua própria subjetividade me fez pensar o quanto custa caro defender uma posição ética.
Enquanto isso luto avidamente para manter a engrenagem funcionando.........

JT

domingo, 22 de agosto de 2010

Schopenhauer, caminhada, homens, filosofia: pequena reflexão despretensiosa.

Hoje também é um dia de estranha paz, íntima paz, a que persigo, que se esconde e que, embora às vezes eu saiba precisamente onde encontrá-la, nunca tenho a menor idéia de como chegar até ela. Será mesmo que sei precisamente onde encontrá-la?

Mas não é sobre a paz que pretendo escrever aqui e agora.

Em conversas comigo mesmo sobre tantas coisas, sobre os deuses e os homens, concomitante a algo que me é muito novo, a leitura filosófica, eu percebo em mim um certo desprezo à humanidade, não ódio, mas desprezo. Ainda ontem, na manhã de sábado, nas minhas caminhadas recomendadas, vi no fundo de um carro coisa mais ou menos assim: “Quanto mais conheço os homens, mais gosto do meu cachorro”. Estranha essa frase agora – eu pensei. (É que para mim eventos precisam ser muito bem analisados para depois então chamá-los com total desprezo: coincidência, assim como coisa neutra ou desastrosa)

Por indicação de um amigo muito querido estou por terminar a leitura de “A arte de conhecer a si mesmo”, uma organização de textos íntimos de Schopenhauer. Tamanha foi a identificação que quase a termino na primeira hora de meu despertar nessa manhã de domingo.

Saudavelmente misantropo, assim se define o filósofo. Desprezar os homens, mas não os odiar. Mas não é um ensinamento, foi apenas, creio eu, um modo que ele encontrou para obter suas revelações filosóficas. É, portanto, a leitura de um diário o que estou fazendo.

O então jovem Schopenhauer decidiu contrariar o que ele chamava de inclinação natural à sociabilidade. Citou em seu diário uma regra de Gracián: “ evitar demasiada intimidade no trato”. E ainda: de William Shenstone “Virtudes, assim como essências, perdem sua fragrância quando são expostas. São plantas sensíveis que não suportam o contato demasiado íntimo.”

Bem, é a sinceridade de um filósofo, longe de mim discutí-la.

Nada sei de sua filosofia e de muitas outras, talvez meus amigos filósofos possam me ajudar em descobertas. E não pretendo seguir o que ele escreveu no diário, especialmente porque o fez para si e não como coisa de todos ou ensinamentos. E também porque não costumo seguir mesmo muita coisa. Apenas me senti parecido. Ao menos, momentaneamente parecido.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Entre a orgia violenta de Rubem Fonseca e o dilema politico-moral de Eloy de la Iglesia


Já vi quatro obras do esquecido diretor espanhol Eloy de La Iglesia e de fato fiquei extasiado com dois dos quatro filmes dele que pude assistir o primeiro “O Sacerdote” que narra a crise de um padre que transpira desejo por todos os poros e que se auto-flagela na tentativa de domar o corpo até perceber que o espírito é também parte fundante de seu hiper-libíbo, a narrativa lembra muito os planos oníricos do magnânimo Buñuel e o roteiro prima por contestação política ímpar. O segundo é de um impacto que estou sem fôlego até agora, “El Diputado” é sem dúvidas o melhor filme do diretor, apesar de ter visto poucos, acho difícil algum outro superá-lo, mesmo porque acho ele um dos melhores filmes da minha vida, sem exageros! O filme é surpreendente e conta a história de um deputado do partido comunista recém eleito depois da queda da ditadura de Franco, é clandestinamente homossexual e casado com uma bela mulher, se envolve continuamente com michês, só que a mando do partido fascista um michê se envolve com ele na intenção de provocar um escândalo, e derrubá-lo politicamente. Só isso já era grandioso visto que o dilema moral vivido pelo personagem já funcionaria belamente, mas Eloy não se contenta e constrói um verdadeiro libelo em prol do amor. PERFEITO! Agora virei fã também querido Wesley de Castro.
“Lúcia McCartney “é o livro que me minha amiga me emprestou ontem para ler, escrito pelo meu contista favorito Rubem Fonseca, o qual a tempo já era fã, conta uma porção de coisas ainda estou no início do livro, mas várias histórias paralelas estão se desenrolando acredito que vão se tocar de algum modo. Até agora o livro se apresenta de forma primorosa, conciso pungente e como sempre violentíssimo, estou a adorar. O fato é que os personagens do Rubem me cativam de uma forma acachapante. Amo a densidade do indivíduo construído pelo autor, ele é absolutamente genial.
Esperando por mais coisas de ambos.....

Beijos.

JT