Acesso cada vez mais escasso à Internet...A Internet está lenta e não carrega as páginas do facebook nem do yahooo. Quando vi carregar a do nosso cantinho, resolvi escrever, rápido alguma coisa: SAUDADES.
Como foi o primeiro dia do ano de vcs? Foram para que lugares? Quem é que foi? Assistiram a que filmes? Então, Jadão, foi bom ouvir sua voz...
Muita coisa para escrever, depois elaboro tudo...
Mostrando postagens com marcador saudades. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador saudades. Mostrar todas as postagens
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
Fragmentos
Cantada matinal: "Seu mundo caiu? Corre para o meu que ainda está de pé!".
Um pensamento: "Se minha casa pegar fogo, eu salvo o fogo".
Um caminho: intinerância. O absurdo e a graça num cheiro de goiaba.
O livro de Gabriel Garcia Marquez em minhas mãos e o pensamento voando em um avião a jato só para falar oi.
Os livros. Em minha vida, sempre os livros. E fluxo-floema por vinte contos em minha frente. Ousado. Verde e branco. Antigo e novo.
Eu sem nenhum puto. Lembrando: "Liberdade é pouco: o que eu desejo ainda não tem nome".
"A sua camisa é de um verde próximo ao da loucura". Sussurrado no ouvido. Bar cheio. Duas. Ela me disse assim: na lata.
Desde que me recebeu, a cidade d'Oxum: muita água, claro. Mas, uma palavra insite: FOGO...
Um pensamento: "Se minha casa pegar fogo, eu salvo o fogo".
Um caminho: intinerância. O absurdo e a graça num cheiro de goiaba.
O livro de Gabriel Garcia Marquez em minhas mãos e o pensamento voando em um avião a jato só para falar oi.
Os livros. Em minha vida, sempre os livros. E fluxo-floema por vinte contos em minha frente. Ousado. Verde e branco. Antigo e novo.
Eu sem nenhum puto. Lembrando: "Liberdade é pouco: o que eu desejo ainda não tem nome".
"A sua camisa é de um verde próximo ao da loucura". Sussurrado no ouvido. Bar cheio. Duas. Ela me disse assim: na lata.
Desde que me recebeu, a cidade d'Oxum: muita água, claro. Mas, uma palavra insite: FOGO...
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Adélia Prado - Bendito
Louvados sejas Deus meu Senhor,
porque o meu coração está cortado a lâmina,
mas sorrio no espelho ao que,
à revelia de tudo, se promete.
Porque sou desgraçado
como um homem tangido para a forca,
mas me lembro de uma noite na roça,
o luar nos legumes e um grilo,
minha sombra na parede.
Louvado sejas, porque eu quero pecar
contra o afinal sítio aprazível dos mortos,
violar as tumbas com o arranhão das unhas,
mas vejo Tua cabeça pendida
e escuto o galo cantar
três vezes em meu socorro.
Louvado sejas porque a vida é horrível,
porque mais é o tempo que eu passo recolhendo despojos,
– velho ao fim da guerra como uma cabra –
mas limpo os olhos e o muco do meu nariz,
por um canteiro de grama.
Louvados sejas porque eu quero morrer,
mas tenho medo e insisto em esperar o prometido.
Uma vez, quando eu era menino, abri a porta de noite,
a horta estava branca de luar
e acreditei sem nenhum sofrimento.
Louvado sejas!
P.S.: emociona-me. Deveras.
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Entre Marilyn Monroe, Brigitti Bardot e Sofia Loren



Nestes dias, acampado aqui em Goiania, sofrendo a angústia da espera dos resultados da pós, dei umas passadas numa mostras de alguns mitos femininos do cinema, exatamente estas do título das postagem.
Alguns títulos estranhos como por exemplo " Jogadora Infernal" protagonizado por Sofia Loren e dirigido por George Cukor, ainda deu tempo de ver "Ao cair da noite" com Brigitti Bardot e " Adoravél Pecadora" e "Quanto mais quente melhor" ambos com a Marilyn Monroe e digigidos respectivamente por George Cukor e BillY Wilder.
De maneira geral, é uma mostra interressante de como o feminino aparece representado na tela, desde o cinema clássico ao cinema moderno. Construções conservadoras da mulher, assim como libertarias, assim como passionais, fetichistas, objetificantes.............
Beijos
saudades
JT
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Super
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Entre o sagrado e o profano e a filosofia analitica da religião

Estou vivenciando um processo de reclusão voluntaria em busca de ler umas coisas para participar de um concurso, entre elas um livro curioso sobre a "essência da religião", no qual, o autor discutiu a diferença entre os dois pólos o sagrado e o profano. Investigando em três linhas diferentes: o espaço, o tempo, a existência (corpo e comportamento). O autor verifica que o espaço daquele em que uma hierofania (manifestação do sagrado) aparece e se apresenta com roturas, transformando o espaço homogêneo e disforme do profano em um espaço heterogêneo sagrado, com forma e é a partir deste espaço que o mundo sagrado é fundado, ou seja, a hierofania revela o real, o espaço sagrado é ontológico. “O homem religioso é sedento de ser”. O tempo sagrado também é heterogêneo, o ritual é a repetição do tempo original, é quando o homem religioso representa a eternidade, o momento da criação é simbolizado nos rituais, o tempo ordinário dá lugar a um tempo mítico. A terceira linha investigativa analisa que o exemplo dos deuses são os exemplos que o homem religioso segue. Todas as ações do homem religioso busca imitar o ato de deus. A uma analogia entre o corpo humano que por muitas vezes é dotado de sacralidade com a construção do espaço mítico do tempo da criação, devo esclarecer que o tempo da criação ( que nas sociedades arcaicas foi representado pela narração do mito pela primeira vez)
Outra coisa estranha que estou a ler é um livro curioso sobre filosofia analítica da religião, no qual, o autor discutiu através de diversas posições de vários autores, qual o estatuto das proposições religiosas, uns atestam que uma asserção religiosa é destituída de cognocibilidade, pois não são passíveis de verificabilidade,ou mesmo, não é possível a sua falseabilidade tais posições são respectivamente tomadas uma pela escola vienense positivista, e a outra pela critica ao positivismo lógico, a chamada escola neo-impirista, na contra-mão surge autores que defendem os argumentos religiosos afirmando que as tais proposições não devem ser analisadas como asserções cientificas, e sim dentro de uma lógica própria da linguagem teológica. Estes estão claramente sobre a influência do filosofo Wittgenstein que afirmou no seu Tractados que o problema de Deus é um problema que dá sentido a vida, logo é um problema ético, não é possível, portanto, tratá-lo como verdade ou como falsidade apenas compará-lo nas ações morais da vida.
Mais notícias em breve.
Jt
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Trágico
Não sei medir o que foi mais trágico: eu não ter dormido quase nada durante toda a noite e curtindo forte dor de cabeça ou eu ter chorado num ponto de ônibus da Coroa do Meio ouvindo, vinte para as seis da matina, num rádio de um senhor ao meu lado, Jayne cantando "Dia de formatura" ou eu ter subido no Circular Cidade (não sei que número), ainda chorando, fazer o percurso até o terminal Atalaia, ainda chorando e pensando: "Minha vida não faz o menor sentido".
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Entre "Toy Store 3" e "Três formas de amar"

No último sábado vi com um casal porreta esses dois filmes lá em casa, o primeiro em uma cópia pirata que estava quase inasistível, tanto que preciso revé-lo, mas mesmo assim tenho que concordar com Wesley de Castro o filme tem sacadas geniais e tenho que falar que o filme respeita a inteligência das crianças ao mesmo tempo que alcança os sentidos enfadados de nos adultos, a nostalgia, a crítica focaultiana e o ode a amizade me cativaram demasiadamente.
O segundo é pura nostalgia visto que o vi a muito tempo atrás e ele ficou marcado na minha memória como um dos grandes filmes adolecentes que eu vi, e nossa rever ele foi um bálsamo ele não é tão triste como eu pensava que seria mais é encantador do mesmo modo e assim como o filme anterior é uma grande homenagem ao sentimento que nos invade quando temos grandes amigos.
Tenho saudades dos meus queridos amigos que amo tanto e relembro de nossas aventuras e poxa vomos nos ver urgente!
Jadson
domingo, 1 de agosto de 2010
Canções de Baal
Sexta-feira, enfim, assisti ao Canções de Baal, de Helena Ignez.
Antes, ela prórpia, em terra sua - a Bahia- o apresentou. Estava com uma bata cor de goiaba e meias coloridas, dessas que lembram pinturas, parecem-se com tatuagens...
Na entrada da sala do TCA (Teatro Castro Alves), quando a avistei, não pude deixar de lembrar-me do filme do Sganzerla em que ela, roda a cidade, a gritar: "Eu não sou tarada, eu não sou tarada!", depois (ou antes) de repetidas frases de medo da velhice.
Ela era bela, jovem.
Hoje, seu rosto já envelhecido, guarda sinais de uma beleza sapeca e brehtchiana, avacalhadora da época daqueles filmes. E seu tamanho mignon faz com que nunca esqueçamos daquela Helena da Boca do Lixo.
Voltando das minhas viagens, ouvi uma garota falar: "O que é que o rock não faz com as pessoas, não é?". Falava, rindo-se muito, que encontrara Helena Ignez no banheiro (antes da apresentação do filme) e olhou para ela e pensou logo essa coisa do rock, achando-a acabada, velha... E mais adiante, ironizou: "Será que devo esboçar alguma emoção, afinal de contas "fulano" me disse que ela teve uma importância tão grande pro cinema brasileiro...não, acho melhor eu ir fazer xixi".
Essa pessoa diz ter uma ligação muito forte com fotografia e vive frequentando cursos de cinema, etc.
Oquei.
Vamos ao Canções.
Terminada a sessão, é importante eu falar, eu disse: "Ufa! Valeu ter namorado Glauber, Bressane e Sganzerla, viu?".
Comentário machista, infame, piada sem graça. Era o dia de Helena (inda bem que ela não nos ouvia)!
Gostei muito do filme. Belo. Dionisíaco. Avacalhado, sem ser a fórmula do cinema da Boca. Leia-se: não é nostálgico, não é re-leitura de uma época. Não é o filme que a atriz desses tantos filmes das décadas dos 60 e 70 poderia fazer. E muito menos pode-se dizer que ela é um Bressane ou, mais ainda, um Sganzerla de saias. Apesar de o filme guardar um diálogo com Sganzerla sim. Esse que não só foi o grande amor da vida de Helena, mas um grande diretor de cinema do Brasil.
A arte é esplendorosa nesse filme de Helena Ignez. Os planos são de uma elaboração feliz. E Baal, cafajeste macunaimizado, que come as mais belas ninfetas é posto com tamanha sensibilidade para a gente que não dá raiva, que, ao contrário, emociona.
Como o filme se propõe um filme de canções, as músicas e versões cantadas por Careqa são uma mistura de nonsense e poesia, de tirar o fôlego.
Helena Ignez é uma atriz brechetiana e faz um filme em homenagem a Brecht. Assim, temos como primeiro plano a entrevista deste, em língua inglesa, dando satisfações aos americanos no Comitê de Atividades Anti-Americanas. E, todo o filme é permeado por essas falas e a todo momento, desse modo, somos chamados atenção para o absurdo da existência de comitês desse tipo à época e, consequentemente, somos levados a pensar nos resultados disso para nós, hoje.
Temos um Einstein interpretado por ator brasileiro que é espetacular ao nos fazer pensar a antropofagia cultural que arranjamos por aqui no Brasil e que perpetramos, agora, noutros moldes - e é esse o ponto do filme de Helena Ignez: ela fala dessa antropofagia hoje.
E, por mais que eu tenha dito que Baal é um cafajeste macunaímico, não podemos, por conta do colorido do filme, das sacanagens de Baal, da sedução deste, da preguiça e da boemia suas também, não podemos dizer que Helena não lança um outro olhar a todo esse processo que seja diferente do dos anos do cinema marginal.
E a estetização, a homenagem que ela faz a questão cinematográfica mesma, nos informa isso. Helana faz opções e segue um caminho que é dela própria. Isso é muito fortalecido nas aparições de Djin Sganzerla numa projeção de filme numa parede e nas aparições de Simone Spoladore no banho de cachoeira (vide a foto da postagem) e, mais adiante, num tipo de tanque, com águas esverdeadas, como se fosse uma tela (são as águas do cinema, sua fluidez atualmente debatida?).
Estou ainda em Salvador. Já já viajo. Estou cansadíssima e, por esse motivo, talvez não consiga atingir o ponto que eu quero falando de Canções de Baal se não for do jeito que sei falar de cinema, de filme que me deixa feliz em assistir: É um filme do caralho e que me deixou feliz. É bonito, é de uma sensibilidade singular e, para mim, guarda importância por ser dirigido por ela, que é uma das atrizes brasileiras que mais admiro.
P.S.: não poderia deixar de frisar que nas cenas iniciais, no encontro de Baal com figuras nada comuns, (doente, velhos, drogados, loucos, nus, degradados) bebendo champagne, a velha que abrira as portas para Baal aparecer no filme, para nós telespectadores, ela fala: "Não entendi nada". E, Baal, olhando direto para a câmara, ou seja, para o cinema ou para cada um de nós escpetadores, responde: "Se alguém que ouviu uma história diz que entendeu tudo é porque a história não foi bem contada".
Ui. Tome-lhe bofetada na cara dos que saíram da sala (porque sempre há essas pessoas, assim também aconteceu na exibição de Saló, de Pasolini, um cara saiu dizendo que para ver pornografia, viria na Internet mesmo) ou dos que se propõem a estudar fotografia, cinema, seja lá o que for e não sabem dar a devida importância a Helena Ignez. Ui, tome!
Se bem que teve gente que me respondeu, quando comentei isso ao vivo e a cores, que não era todo mundo que tinha a obrigação de gostar das coisas que eu gostava.
Como se eu tivesse impondo um modo, um gosto por achar estranho alguém desconhecer a existência de Helena Ignez quando se propõe a estudar cinema no Brasil.
Oquei.
P.S. do P.S.: a homossexualidade é abordada de maneira singular também aqui nesse Canções de Baal...
Marcadores:
"goza na minha boca",
Brasil,
CINEMA,
constatação,
Dionísio,
envelhecimento,
erotismo,
fotografia,
indício cinematográfico,
opinião pessoal,
paixão,
saudades
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Comei, este é o meu corpo
Mange Ceci c' Est Mons Corps do diretor Michelange Quay me pegou de surpresa de maneira fabulosa.
Fiquei embasbacada em muitas das passagens do filme e, quando voltava para casa, cansada da jornada pesada que é participar de um Seminário como esse que estou participando: a gente dorme super-tarde, acorda super-cedo, vê as mesas, fica muito feliz por umas, fica p da fica com outras, come rápido para não perder nada, pega fone de ouvido para tradução das falas dos gringos que vêem falar aqui e que a gente muitas vezes fica pensando: por que isso, com tanta gente aqui no Brasil, né? Então: quando voltava há pouco para casa (e hoje voltamos cedo porque está rolando jogo na TV e os meninos queriam assistir e não rolava de eu ficar sozinha lá no teatro e voltar para casa tarde, seria perigoso...), no buso, pensava: quero escrever sobre esse filme, mas sei que não vou cosneguir. O que eu falar, seja o que for, agora, não vai passar sequer a idéia inicial do que é o filme.
Belo, quase nenhuma fala. Imagens fortes. O filme é de uma força tamanha. Desconstói muitas idéias clicherosas quanto aos haitianos e quanto às mulheres (senhoras) haitianas e por aí vai...
É realmente uma experiência cinematográfica hipnótica e visceral como promete na sinopse.
Tenho visto uns curta-metragens legais também e depois, organizo o pensamento e escrevo sobre os que mais gostei.
Um documentário muito, muito bom chamado Willian Kunstler - perturbando o universo também me surpreendeu. E para mim, os dois melhores filmes até aqui foram o "Comei, este é o meu corpo"e esse documentário sobre Willian Kunstler.
Amanhã, acho, vai rolar o filme da Helena Ignez, Canções de Baal. Estou ansiosa. Assim como estou para ver Lucrécia Martel amanhã.
De Pasolini, vendo apenas o que não tenho como ver de outra forma que não num evento assim. Pois uma crítica ferrenha que faço é quanto a idéia de que parece que somos onipresentes: pois rolam várias coisas ao mesmo tempo. não dá para ficar em mais de um lugar e, portanto, temos que fazer opções drásticas, do tipo "dos males, o menor".
Estou com saudades de todos vocês e sempre que estou num lugar assim, evoco exaustivamente vocês.
Ontem mesmo Rogério falou, depois de uma fala (que achamos complicada) de um gringo (Italianao) quanto à (homossexualidade de ) Pasolini, ele disse: "Queria que Jadson ou Wesley estivessem aqui, para saber o que é que eles pensam...".
Carrego vocês aqui dentro sempre. Na minha maquininha de fazer filmes: a cabeça e o coração.
quinta-feira, 22 de julho de 2010
Meu paraíso
Sempre imaginei o paraíso como uma grande biblioteca. (Jorge Luis Borges)
Por esses dias habitei numa biblioteca. Fugi de minha cidade natal segunda-feira à noite, depois de duas cervejas com uma amiga e depois (que veio antes bem antes) de perceber que eu estava pirando na cidade.
Precisava viver um clima de cidade de interior. Sair de casa e chegar aos lugares caminhando, sem precisar esperar e pegar ônibus. E precisava estudar. Lá eu não estava conseguindo me concentrar. Tudo era motivação para me desviar dos fichamentos dos livros e da escrevinhança do artigo para, enfim, encerrar o período letivo.
A Bicamp (Biblioteca do Campus de Itabaiana) tem um acervo legal. Nada mal. Especialmente o ainda não catalogado e, portanto, disponível apenas para consulta in loco.
Fui criada entre livros. Minha mãe trabalhava na sala de leitura da escola onde eu estudava. Ela estava afastada da sala de aula por conta de um calo na garganta. Por isso aquela voz dela rouca, grave, sensual.
E eu aprendi o fascínio de conviver com os livros, com suas histórias e personagens. E sempre imaginei o paraíso como uma grande biblioteca. Pois a sala de leitura era par mim, muitas vezes, fuga da sala de aula onde as coisas se davam de maneira monótona, disciplinar demais e amorosa de menos.
Na sala de Rodolfo (amigo que trabalha na Bicamp), mais livros: em processo de catalogação e outros para serem restaurados.
A idéia de restauração me fascinou como se eu tivesse de novo do alto de meus cinco anos de idade.
De repente eu era aquela guria loirinha e perguntadeira de antes.
Bombardeei Rodolfo de perguntas e ficava imaginando o processo de restauração dos livros como quase igual ao milagre da multiplicação dos peixes ou dos pães.
O fantástico se apossou de mim.
Imaginei as mãos que restauram livros. todas as mãos do mundo. O cheiro de papel e de cola. A paciência, a dedicação para a restauração. O milagre da renovação. O livro amarelado, poeirento, com páginas frágeis quase virando material para reciclar, sendo transformado, ajeitado, cuidado. Para, assim, continuar compondo as prateleiras das bibliotecas, para continuar sendo companhia da gente.
Imaginei a prática da restauração como uma prática amorosa que se faz devagar, com presteza e atenção.
Uma prática corpórea, sensual.
Os homens e mulheres restauradoras com seus livros nas mãos, sobre as mesas, ressiginificando-os. Soprando-lhes vida nova.
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Doente. Não consigo fazer outra coisa que não seja não me levantar. Hoje, vim para a UFS. Aula. Não dá nem para morrer, pois se assim o fizer: não concluo a disciplina...
Enfim: antes de ir para a emergência, assisti bastante Ozu e Samuel Fuller.
Depois, alegrinha que estava eu, a bactéria danada fela-da-piiiii... me pegou de vez. Nem filminho, nem livrinho. Quaisquer. Só dor no corpo, garganta a queimar e a coçar e moleza, moleza sem fim...
Estou tomando antibióticos. Continuo contando ovelhas , encontrando-me com as mais loucas delas, e dormindo muito pouco: insônia + bactéria: quase morte, tortura mesmo.
Na foto: eu, em meu aniversário. Como legenda poderia ser: bêbada, uma vez que turva está a foto. Mas, eu não, ok?
Mnemosine continua sendo a deusa do momento. Do meu momento.
E a deusa da saudade, como se chama mesmo?
Saudades de Jadito, de Weslito (dos dois), de Tiaguito, de mim.
Vou ver as postagens que não li ainda. Comentá-las e sentir como se fosse um abraço em cada um de vocês.
Doente, fico uma manha só.
Dengosa.
É isso. Por ora.
Enfim: antes de ir para a emergência, assisti bastante Ozu e Samuel Fuller.
Depois, alegrinha que estava eu, a bactéria danada fela-da-piiiii... me pegou de vez. Nem filminho, nem livrinho. Quaisquer. Só dor no corpo, garganta a queimar e a coçar e moleza, moleza sem fim...
Estou tomando antibióticos. Continuo contando ovelhas , encontrando-me com as mais loucas delas, e dormindo muito pouco: insônia + bactéria: quase morte, tortura mesmo.
Na foto: eu, em meu aniversário. Como legenda poderia ser: bêbada, uma vez que turva está a foto. Mas, eu não, ok?
Mnemosine continua sendo a deusa do momento. Do meu momento.
E a deusa da saudade, como se chama mesmo?
Saudades de Jadito, de Weslito (dos dois), de Tiaguito, de mim.
Vou ver as postagens que não li ainda. Comentá-las e sentir como se fosse um abraço em cada um de vocês.
Doente, fico uma manha só.
Dengosa.
É isso. Por ora.
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Mnemosine
Estou a estudar a Memória. Na verdade, estou tentado, a duras penas, compreender o livro Matéria e Memória, de Henri Bergson.
Livro que considero bonito. Leio passagens que dizem poeticamente do tempo, da duração, das imagens, da intuição.
Sua filosofia surgiu do fato de ele ter-se posicionado contrariamente ao acento cientificista do positivismo que se desenvolveu nos séculos XIX e XX.
A noções de que passado, presente e futuro formam um uníssono, de que um necessita do outro para ser duração e, assim, duração não ser um momento estático, mas sim ser movimento, mudança, contingência. Mudar, aqui, querendo dizer devir, significando que nunca nada é idêntico a si mesmo e que tudo se transforma constantemente em algo distante de si.
Não sei se estou compreendendo de maneira correta... São as primeiras leituras, é a fase do tatear um texto, de desvendar conceitos...
Mas, também é só a primeira fase de um longo trabalho. Outros textos para fazer exegese. Outros autores para eu adentrar no mesmo processo de desvendamento, de luta, corpo-a-corpo...
Bergson, Paul Ricoeur, Maurice Halbwachs, Pierre Nora, Ecléa Bosi e tantos outros, agora, em minha cabeceira, em minhas anotações, em minha vida, organizando conceitos, solidificando-os, fragmentando-os... Como se não me bastassem os pensamentos, as lembranças sempre presententes desde sempre, a minha ligação com o rio de frente à minha janela da infância, rio dos banhos proibidos, mas nunca das memórias esquecidas.
Rio com nome de santo. São Francisco. O velho Chico de minha vida. Banhar-me naquele rio era subversão para uma mãe que perdera o irmão para as águas bravias de um outro rio. Mas, rio é rio. E as águas enganam. Carregam.
E era justamente isso. O carregamento o que me encantava. O devir. O fluir das águas. Quantas vezes o vi, ao velho chico, carregar pedaços de árvores, em suas enchentes, as águas barrentas significavam isso. Para mim, criança ouvindo tudo que falavam os adultos, para mim era o rio prenho. Ouvira que estar prenha era carregar memino dentro da barriga.
O rio que era a natureza, carregava coisas da natureza dentro dele. A barriga era a correnteza. Exposicão.
Quando vim-me embora, o rio ficou. Ficou dentro de mim. Pregado em meus olhos. Olhos que nunca mais amanheceram e o olharam. A ele e à árvore querida defronte da janela dos acordares.
São tantas as lembranças, as imagens... São tantos os rios dentro de mim.
E agora a memória virou o meu tema.
Conceituada memória.
Que eu nunca a torne acadêmica no sentido ruim.
Trabalhando memória insistentemente como venho fazendo, pus-me, muito mais fortemente a lembrar-me das pessoas que por minha vida passaram.
Lembrei-me de três queridas amigas de infância. Busquei-as em meio eletrônico. Encontrei-as. Enviei-lhes mensagens.
Recebi notícia de uma delas, a mais íntima, por sinal, instantaneamente. E-mail, MSN, orkut, Sonico, Facebook.
Tem uma loja de vidros. Hoje.
Achei bonito isso de trabalhar com vidros. Vidro é transparência. Reflexo. Iluminura.
Adicionei-a.
Vou esperar contato.
Talvez esteja esperando contato comigo mesma. Pois, que ando perdida por esses tantos rios.
E, hoje, nós não somos as mesmas, não é mesmo?
mas, como me lembro do quintal da casa dela. Do caminho que eu fazia de minha casa para a casa dela. Sempre para dividir um segredo.
Lembro-me de tanta coisa!
Como eu era uma criança e uma pré-adolescente estranha já.
lembro-me, agora, nesse instante-já, de um outro amigo. Mais recente. Por quem nutro carinho especial també. Ele é do Maranhão. Enquanto esteve aqui, quando fomos para o mangue, em passeio integrador com a mãe-natureza ( a diamba por lá era muito mais diamba, os cheiros no mangue muito mais adocicados por conta da diamba) e depois tomamos banho de rio e de mar, na ordem inversa, lembro-me de que ele me falou que tomar banho de rio e de mar era necessário para que tirássemos a "coíra". Coíra era a "carraspana " falada por minha mãe de influências pernambucanas.
Queria, agora, ter nove anos de idade. Qual era mesmo a idade que eu tinha quando presenciei a maior enchente (da minha vida) do rio São Francisco?
Eu era miúda. Mas, não tanto. Pegávamos piabinha de mão. Molhando a farda da escola. As amigas desse tempo não eram essas de agora. Eram Carlinha, Melissa...não lembro o nome das outras. Lembro-me de nossas risadas, de nossa aventura na enchente e dos senmões que cada uma de nós levou de nossas mães.
A minha, viva à época, tinha sempre seus grandes olhos verdes em cima de mim. Por horas eram amorosos, mas outras, eram furiosos. Igual a esse dia e a um outro (a história do vestido azul) que conto numa outra oportunidade.
Queria lavar-me nesse rio. O da minha memória. Para tirar coíra, para me livrar das carraspanas.
Já é hora. Eu sei.
Marcadores:
amizade sincera,
comunicação,
encontro,
experiencia,
felicidade,
filosofia,
história,
infância,
lembrança,
memória,
saudades,
sobrevivência,
sorriso como arma,
tristeza ou cansaço,
viceras
quarta-feira, 30 de junho de 2010
Saudades, memórias.... e o futuro ?

já estava com saudades deste espaço que passei a acreditar e nunca pensei que pudesse um dia dizer isso. preciso entender as novas coisas como possibilidades... mas enfim, depois de alguns dias sem postar devido a minha ausencia em terras aracajuanas, devo informar que nesta terça foi um excelente dia de volta a terrinha querida ARACAJU é uma cidade linda e pulsante quando se tem os amigos certos em momentos unicos, foi o que aconteceu ontem.
Mas foi durante essa madrugada que parei para refletir muito acerca de questões como memória e perspectiva, depois de acordar as três da manhã com a minha amiga insonia que desta vez resolvir enfrentá-la concientemente, levantei da cama lavei os pratos e fui ver um filme. e foi durante ele que passei a pensar em minhas memorias ou na construção delas, minhas lembranças são justas comigo mesmo, tenho certeza que apesar de beirar apenas os 30 anos percebo que vivi intensamente tudo que me propus ou ao menos que a vida me proporcionou, por outro lado pensei no futuro, no que me espera ou o que tenho que ambicionar ou mesmo o que tenho que construir. Acho que me formo neste periodo e fico um pouco desmotivado, amo e odeio a academia e gostaria de continuar.
O filme que vi se chama "Coração Louco" é um filme menor e conta a história de um astro da música cowtry americana em decadência e que viaja em turnê pelo interior do Texas em bares sujos e sem nenhum glamour até conhecer uma garota se apaixonar e tentar recomeçar. é um filme que fala sobre a reconciliação do indivíduo consigo mesmo impulsionado por um movimento de redenção, mesmo que motivado por um sentimento que envolve um outro individuo. é um filme sobre o envelhecimento, sobre o passado e o futuro. é um filme simples, que conta com boas atuações, um direção pouco criativa que não vai além de muita coisa já feita por ai sobre o mesmo tema, mas a montagem eficiente, uma trilha cativante e uma boa direção fotografica foi capaz de mexer um pouco em minhas atuais emoções.
Bem, espero continuar a envelhecer de forma intensa e ao lado de amigos tão queridos...
Beijos
JT
sexta-feira, 18 de junho de 2010
AINDA MAIS CRENTE NO AMOR QUE OS PERSONAGENS TRISTES DO TOMOMI MOCHIZUKI...!

Este parágrafo inicial é apenas uma metáfora: apesar de reservar os meus sábados para estar entre os amigos do maracujá mais erótico do país, talvez amanhã eu não possa fazer o mesmo. Motivo: estou doente. Noutras situações, isto não seria um problema, mas estou com as costelas e a coluna doendo de tanto tossir. Doendo mesmo!
Na tarde de hoje, inclusive, fui ameaçado de formas violentas pelas pessoas que trabalham comigo em razão de minha recusa em ir a um hospital. Não vou, não vou e não vou! E, na verdade, estou pouco me lixando para isso. Preocupam-me mais: de onde vou tirar dinheiro para pagar a televisão que precisei comprar às pressas desde que a minha queimou repentinamente, na noite de segunda-feira? Quando meu ejaculador providencial estará curado das feridas que cobrem seu corpo e me impede de acariciar à vontade sua pele consoladora? Quando estarei novamente ao lado das pessoas que aqui escrevem e que eu tanto amo? Quando?
Wesley PC>
sexta-feira, 11 de junho de 2010
Ultimo dia

Depois de quase cinco dias retornarei a meu lugar de origem, onde minhas raízes estão certamente fincadas, estou muito , muito feliz com o encontro, a cidade é maravilhosa, a universidade aqui é muito grande e bem legal e o que eu mais gostei foi a simplicidade e a postura dos intelectuais que aqui estiveram, qualitativamente o encontro me rendeu experiencias edificantes como diria meu queridinho Kierkegaard, mas enfim pego o onibus daqui a pouco e em breve estarei do lado de voces, amo voces e morro de saudades, e quero adiantar que temos que fazer uma viagem jutos!, todos nos juntos!
vamo nessa!
abraços
e até a volta
Ps: gastei fortunas em dvds piratas!
quarta-feira, 9 de junho de 2010
segunda-feira, 7 de junho de 2010
Meu amigo pós-erotico Tiago e a cidade de João Pessoa
Depois de passar dias escrevendo sobre o amor...... nenhuma putaria rolou.....
Só as coisas que tiaguinho posta aqui...
meu pé está doendo
e estou cansado
meu amigo tiago está do meu lado ele tão bonzinho e hoje em dia esta tão melhor tão mais vivo, gosto dele
e Jão Pessoa é de fato uma cidade legal, hoje comprei 20 reais de dvd pirata, pasoline, chaplin e outras perólas, tem uns 30 filmes de Bergman e eu sem dinheiro.....a o consumo.....
E eu tenho saudades de todos voces pois vos amo!
Beijo erotico em todos e até a volta
Jt
Assinar:
Postagens (Atom)