segunda-feira, 23 de maio de 2011
Copa sim, despejo não! ou Eu não sou daqui...
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Vigiar e punir ou "das posições"
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Da coisa pública
E entre ontem e hoje eu precisava urgentemente resolver um assunto que não é simples. Envolve muitas outras coisas. Sentimentos. Os dias têm sido difíceis há tempos por conta disso. É tocar numa ferida que não se fechou ainda.O processo de transportar os ossos de minha mãe do cemitério daqui para o cemitério da cidade de Propriá é um assunto que fragiliza e me coloca diante de um mundo duro, que se importa apenas com dinheiro e onde questões de vida e de morte viram meros comércios.
Saber
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Nota
Bicen
domingo, 29 de agosto de 2010
Identidade, autoridade e liberdade - o potentado e o viajante
sábado, 28 de agosto de 2010
Memória e subjetividade amorosa
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Lugar de mulher? Como assim?
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Maura Lopes Cançado
quinta-feira, 22 de julho de 2010
Sentimental bairrismo ou necessidade de re-conhecer?
quinta-feira, 1 de julho de 2010
A velhice - seria um comentário, pois que sem mais: virou postagem!
Estendidos na mais estreita cama,
Que se torna a mais larga e mais relvosa,
Roçando, em cada poro, o céu do corpo.
É isto, amor: o ganho não previsto,
O prêmio subterrâneo e coruscante,
Leitura de relâmpago cifrado,
Que, decifrado, nada mais existe
Valendo a pena e o preço do terrestre,
Salvo o minuto de ouro no relógio
Minúsculo, vibrando no crepúsculo.
Amor é o que se aprende no limite,
Depois de se arquivar toda a ciência
Herdada, ouvida. amor começa tarde.
sábado, 19 de junho de 2010
Dos lugares - Zicartola
mos Renato e Fábio seriam seus sócios, naturalmente bancando os gastos iniciais. Os pratos dela e os sambas de Cartola haveriam de fazer o resto. Que ela mesma procurasse o lugar para a nova casa. Andou, andou e achou o sobrado da Rua da Carioca.
no moço de 20 anos um novo bamba. Copmentou isso com o jornalista Sérgio Cabral, que na época assinava, com José Ramos Tinhorão, uma seção de música popular no Jornal do Brasil e era mestre de cerimônias no Zicartola. Sérgio concordava. Mas achava que, definitivamente, Paulo César não era nome de sambista.
Cartola e o esquecimento - uma memória
Grande Cartola e a lembrança de nossa mania de brasileiro de esquecer ou de não valorizar ou de valorizar só depois de mortas as pessoas da música, da literatura, do teatro, etc.
Essa criatura foi encontrada lavando carros por um jornalista e, teve, depois disso, sua carreira minimamente renovada depois de tempos de ostracismo...
Assim quase se deu com Tom Zé num posto de gasolina de um seu sobrinho até ser re-descoberto por um estrangeiro!
E viva nosso Brasil brasileiro terra de samba e pandeiro!
sexta-feira, 18 de junho de 2010
O palhaço e a bailarina
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Ciências x Humanidades
Alimento o pesadelo de que, em alguns anos, os aviões não decolarão, mas todos nós seremos muito elegantes.
...mas é o caso de perguntar por que somente a arte teria poderes civilizatórios.
Sem desmerecer os excelentes alunos de cinema, letras ou sociologia, é impossível negar que, para alguém sem grande talento ou dedicação, será sempre mais fácil ser medíocre num curso de humanas do que num de exatas.
Todas as citações são do documentarista João Moreira Salles retiradas de um texto publicado na última edição de domingo do jornal Folha de São Paulo, no caderno Ilustríssima.
Li o artigo uma única vez. No computador da Bicen.
(...)
O texto aqui
terça-feira, 1 de junho de 2010
Como escrever sobre coisas em que não acredito?

Antes de conhecer um pouco mais o sistema filosófico proposto por de Immanuel Kant, sentia uma profunda desconfiança, chegando até a um preconceito descabido. Depois com o contato paulatino com a obra que talvez mais se estude hoje no mundo (ao menos em filosofia) “ A Critica DA Razão Pura” tive que ceder ao brilhantismo sintético do alemão, digo sintético, porque percebi que o que ele fez foi unir o que tinha de melhor na ontologia até então. Esta obra é imprescindível não só para a filosofia mas para qualquer teoria das humanas, se tornou uma obra paradigmática . Contudo, estudando outras coisas do alemão percebi que aquela intuição inicial não era de toda equivocada, estou a ler um texto chamado “ Ideia de uma história universal de um ponto de vista cosmopolita” e estou com dificuldade de ficha-lo pelo simples fato que não acredito m uma só linha escrita.
Neste texto, Kant afirma que a natureza determina as ações manifestadas pelo homem e que tais ações, boas ou ruins são necessárias para se alcançar o progresso da humanidade. E é através do jogo de opostos entre o sociável e o insociável presente no comportamento humano, ou seja, é natural que o homem cometa atrocidades e ao mesmo tempo bondades, pois fundará no fim uma sociedade Justa, onde não se precisará de leis externas, pois a razão chegara a fundar uma sociedade onde a moral imperara de forma perfeita, justa e que levara a suprema felicidade, esse é o projeto que a natureza preparou para o homem.
Alguém aqui acredita que estamos em progresso? Que estamos a caminho de uma sociedade justa? Que existe uma força natural conduzindo o homem, mesmo que por caminhos tortuosos, a um fim em que a moral imperara sem leis?
Eu não acredito e durante a leitura mais coisas estranhas são defendidas pelo autor, que outrora delimitava os limites da razão, e que neste texto vai para além do que ele mesmo delimitou.
JT.
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Passeios de bicicleta e Insônia

"O narrador conta o que ele extrai da experiência - sua própria ou aquela contada por outros. E, de volta, ele a torna experiência daqueles que ouvem a sua história"
Walter Benjamin
Henri Bérgson
As bordadeiras nas portas, em fins de tardes muito bonitos. Até os homens bordavam. E caminhamos com ela falando para mim de suas recordações, das procissões, das festas de Bom Jesus... Entravam depois os anos de ditadura, ela adolescente, as músicas, os livros...E como eu gostava de ouvir tudo aquilo!
De repente, eu pensei nas histórias dos personagens de Bosi. Do livro Memória e sociedade - lembranças de velhos, da Ecela Bosi.
As histórias dos personagens de Bosi mostram que a função social exercida durante a vida ocupa parte significativa da memória dos velhos, e isso não ocorre por acaso. A memória, na velhice, é uma construção de pessoas agora envelhecidas que já trabalharam. Assim, é uma narrativa de homens e mulheres que já não são mais membros ativos da sociedade, mas que já foram. Isso significa que os velhos, apesar de não serem mais propulsores da vida presente de seu grupo social, têm uma nova função social: lembrar e contar para os mais jovens a sua história, de onde eles vieram, o que fizeram e aprenderam. Na velhice, as pessoas tornam-se a memória da família, do grupo, da sociedade.
O homem jovem e ativo, em geral, não se ocupa com lembranças - não tem tempo para isso. Dos jovens, a sociedade espera produção, e muitas vezes não se dá conta da violência implícita nesse processo. Produção nas indústrias, nas minas de carvão, produção de conhecimento - muita produção. Dos velhos, não. Deles, espera-se a lembrança. Mas quando não se valoriza essa função social, como acontece mais correntemente, há um esvaziamento e uma desvalorização dessa nova etapa da vida.
Mas não é só o tempo "socialmente permitido" que os velhos têm para se dedicar às suas lembranças. Bosi, em seu livro, lembra que os velhos têm uma memória social atual mais contextualizada e definida, pois são expectadores de um quadro já finalizado e bem delineado no tempo. Aos mais jovens, ainda absorvidos nas lutas e contradições de um presente que os solicita intensamente, falta experiência para lidar com as lembranças.
A relação estreita entre memória e trabalho mostrada por Bosi em seu livro, feita pela análise das vidas de seus personagens, e a constatação de que a função social da velhice, nem sempre reconhecida, não deveria ser perdida. A autora vê e mostra os velhos com afeto e compreensão e, ao final do livro, já não separa as suas próprias memórias das memórias de seus personagens. Ao contrário de outras publicações do tipo, não coloca os velhos em uma situação passiva, pois enquanto eles lembram, eles ainda "fazem".
O final do livro é afetuoso e valoriza o trabalho como ponto central da memória dos velhos: "A memória do trabalho é o sentido, é a justificação de toda uma biografia. Quando o Sr. Amadeu [um dos velhos que é personagem] fecha a história de sua vida, qual o conselho que dá? De tolerância para com os velhos, tolerância mesmo com aqueles que se transviaram na juventude: Eles também trabalharam".
Quando chegamos, ao topo da rua da Palma (que é uma ladeira disfaçada, "fingida" diria um amigo) em frente à praça do Pirulito ou da Catedral, dormi. Não sonhei com minha mãe, nem com a cidade. Acordei lembrando de que quando eu era bem menor que a Nina das lembranças que decidi evocar por conta da insônia, quando não conseguia dormir, minha mãe cantava para mim. Ela mesma já não recordava mais as cantigas de ninar e cantava Luiz Gonzaga (ela mesma pedia que não pedissem explicações para tal fato). Ríamos. E eu: dormia.