quinta-feira, 1 de julho de 2010

A velhice - seria um comentário, pois que sem mais: virou postagem!



Antes de tudo: também eu estava afastada de escrever aqui, um lugar que também eu aprendi a gostar. Estive mergulhada em livros por conta do mestrado e aproveitando o feriado-quase-férias para dormir também até bem mais tarde.
Li o texto de Jadito e comecei a comentá-lo. Decidi postar porque no comentáio não rola de colocar foto e eu queria ilustrar o texto com uma foto (ô, mania) e também lá não tem a opção de colocar nome de livro em itálico, colocar corezinhas (e hoje estou fresquinha, fresquinha). E também queria motivos para escrever aqui. Andava ressabiada...
Enfim, abaixo o texto-comentário:

"A velhice é o meu tema (falo tema que estudo no mestrado, no livro da Alina Paim, a memória e a velhice de Teodoro, personagem de A sétima vez). Assim como a morte muito me interessa, mas ainda não tive impulso (leia-se: coragem) de estudá-la. Adoro Teodoro, o personagem da Alina Paim porque ele tem 67 anos e nem por isso deixa de viver e de lutar pelo que acredita defensável: falar na época da Ditadura Militar brasileira. Adoro a Hilé, da Hilda Hilst que também está velha. Gosto da Olímpia, personagem de Adélia Prado (Quero minha mãe) porque ela também tem mais de 60 e o livro é foda e ela busca na memória a vida dela toda e a vida dela no presente não deixa de ser interessante porque ela tem mais de 60. Adoro todo o A via crucis do corpo, da Clarice porque traz muitos personagens velhos. A velhinha que arde, que se masturba. A outra que se perde no Maracanã, masque se perde mesmo é na vida (essa de outro livro de contos que não o A via crucis...). Um dos livros "teóricos" que mais me encantou foi o Memória e sociedade - lembranças de velhos, da Eclea Bosi. Os filmes como Umberto D, como aquele Hamaca Paraguaya (que vimos juntos) e outros tantos que tocam nesse tema me encantam. Me encantam e me fazem pensar.
E penso nas coisas que você escreveu e que fazem todo sentido para mim.
E lendo agora Matéria e Memória e A memória, a história e o esquecimento: tudo isso faz muito sentido para mim, sim! Sentido e significado.
Também tenho a sensação de intensidade guardada na pele, na boca, em mim. E tenho pensado que isso da eterna juventude, de enxergarmos a potência só na juventude,  as possibilidades do sexo só na juventude é mais uma construção, assim como o é a sexualidade, etc.
Lembro-me, agora, para fechar, do que propôs Hilda Hilst às escritoras: montar um bordel geriátrico! Ela já imaginava Lygia Fagundes Teles de luvas sete oitavos, no caixa a receber a grana...
Lembra-se do "Teje presa", da Hildinha?
Envelhecer faz parte.
E o nosso velho Bukowski?
E o nosso velho e erótico Carlos Drumond de Andrade?
Fecho, de verdade, com um poema dele:

Amor e seu tempo

Amor é privilégio de maduros
Estendidos na mais estreita cama,
Que se torna a mais larga e mais relvosa,
Roçando, em cada poro, o céu do corpo.
É isto, amor: o ganho não previsto,
O prêmio subterrâneo e coruscante,
Leitura de relâmpago cifrado,
Que, decifrado, nada mais existe
Valendo a pena e o preço do terrestre,
Salvo o minuto de ouro no relógio
Minúsculo, vibrando no crepúsculo.
Amor é o que se aprende no limite,
Depois de se arquivar toda a ciência
Herdada, ouvida. amor começa tarde.

2 comentários:

  1. Envelhecer é parte do processo...
    Amadurecer é o mesmo processo com outro nome.
    hjfhhfb hgfjfuef, idem!
    cada um escolhe a taxonomia nomenclatural e ativa que melhor lhe agrada.
    Ponto!

    Mas entendi o protesto, o apoio e o que quiseste dizer... isto vale!

    beijão,

    WPC>

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  2. Não concordo que envelhecer e amadurecer são a mesma coisa e ponto!, mas que fazem parte do processo isso é inegável. Senão nos tornaríamos todos velhinhos amadurecidos e sabemos que a coisa não é bem assim. Há velhinhos bem imaturos. E jovens bem maduros. Velhos podres e velhos em pleno vigor. Mocinhas apodrecidas e mocinhas cheirando a leite, de tetinhas durinhas.

    Bem, concordo com a coisa da escolha e palavras são palavras... o significado que damos a elas é que fazem a diferença (dentro).

    Eu escolho as que me agradam, meu problema é que estas não me escolhem.

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