quinta-feira, 31 de março de 2011

E EU COMPREI MÓVEIS USADOS


Nos últimos dias tenho visitado e percorrido um bairro aqui de Goiânia chamado Campinas, é um bairro com um comércio intenso e especializados em venda de utensílios e móveis domésticos e não domésticos usados. tal região do bairro é conhecida como pregão e se pode tanto comprar como vender coisas lá, além de um camelôdromo, onde se compra coisa eletronicas contrabandeadas ou vindas do paraguai ou china, acabei comprando:

Uma cômoda velha + uma bancada para estudos no valor de R$ 150,00
+ uma TV usada de 29 polegadas+ uma cadeira de rodinhas no valor de R$ 240,00
+Um travesseiro+ uma cortina blackout+ varão valor R$79,00
Um celular com 3 chips + duas capinhas protetoras + caixinhas de som para o notebook + 2 suportes para prateleiras volor: 210,00

Conclusão estou quebrado e pondo tudo no prego!!!!!!!!

Hoje estou em Brasília e gosto muito do clima da universidade daqui apesar dela ser bem quente, mais depois de ter almoçado paella vegana fui tirar um sono debaixo de uma "árvore do cerrado" e agora estou da BCE a BICEN daqui.

Ainda com sono pois tenho que me acordar as 5:00 da manhã para chegar a tempo aqui na terra dos palácios...

beijos

quarta-feira, 30 de março de 2011

Um dos trechos mais lindos de livros...

À contemporaneidade do “envelhecer junto”, eles [os próximos] acrescentam uma nota especial referente aos dois “acontecimentos” que limitam uma vida humana, o nascimento e a morte. O primeiro escapa à minha memória, o segundo barra os meus projetos. E ambos interessam à sociedade apenas em razão do estado civil e do ponto e vista demográfico da substituição das gerações. Contudo, ambos importaram ou vão importar para meus próximos. Alguns poderão lamentar a minha morte. Entretanto, antes, alguns puderam se alegrar com meu nascimento e celebrar , naquela ocasião, o milagre da natalidade, e a doação do nome pelo qual, a partir de então e durante toda aminha vida, designarei a mim mesmo. Entrementes, meus próximos são aqueles que me aprovam por existir e cuja existência aprovo na reciprocidade e na igualdade da estima. A aprovação mútua exprime a partilha da afirmação que cada um faz de seus poderes e de seus não-poderes, o que chamo de atestação em Si mesmo como um outro. O que espero dos meus próximos é, que aprovem o que atesto: que posso falar, agir, narrar, imputar a mim mesmo a responsabilidade de minhas ações. Aqui, mais uma vez, Santo Agostinho é o mestre. Leio no décimo Livro das Confissões: “Espero essa conduta da alma fraterna (animus [...] fraternus) e não da estrangeira, não dos ‘filhos de uma outra raça cuja boca proferiu a vaidade e cuja direita é uma direita de iniqüidade’, mas a alma fraterna, a que ao me aprovar (qui cum approbat) se alegra comigo e ao me desaprovar se entristece comigo; pois que, quer me aprove ou me desaprove, ela me ama. Eu me revelarei (indicabo me) a pessoas como essas” (Confissões, X, IV, 5). Por minha parte, incluo entre meus próximos os que desaprovam minhas ações, mas não minha existência. (RICOEUR, Paul. A memória, a história, o esquecimento, pgs. 141-2)

Escrevinhanças

O ato de criar um texto todo meu, porém inteiramente fundamentado no pensamento de outrem não é nada fácil e, eu diria ainda, é até dolorido.
Há os mais sutis travamentos da linguagem na hora da escrita (onde eu falo? Onde o outro? Onde o fundamento (que é de autoridade, sempre) do outro?).
Sim, eu compartilho das idéias desses pensadores. E, às vezes, caminho até livre ao lado deles (que na verdade estão dentro de mim, entranhados, pois que os leio a todos), mas a escrita acadêmica não me permite a liberdade diária da qual gozo nos momentos de leitura!
Então eu me perco entre as citações diretas e indiretas, entre as formas todas que a linguagem possa me oferecer (ah! E elas são muitas!).
Escrever assim, vejo, será uma aprendizagem. Mas, creio: será útil, será feliz.
Encontrarei um lugar nesse mundaréu todo.

Doces Bárbaros - As Ayabás (76)



Eu nunca tinha visto esse vídeo dos Doces Bárbaros! Mas, vi e me emocionou deveras! Lindo demais. "Iansã comanda os ventos e a força dos elementos"! Não me sai da cabeça!

segunda-feira, 28 de março de 2011

(...)

... o conto que quase escrevo assim se iniciaria: “Se eu me espalhar nesse mundo quem há de me juntar?” Mas iniciar assim me embrulharia o estômago, quando não me daria náuseas atrozes. Parei antes que fosse tarde demais para estancar o vômito. Doçura tem me dado enjôos e raiva. Ultimamente, doçura tem me dado nojo. É que, intimamente, ninguém é doce. Quanto mais me conheço, mais me desconheço. Acho que chego, num esforço ininteligível, oculto até para mim mesmo, perto da verdade, perto do núcleo do meu coração. Temo, enquanto cresce em mim um fascínio porque, intimamente, não sou doce. Mais me desenojo de mim. “Se eu me espalhar nesse mundo” é asqueroso, é mentira. Sou ostra. Aceito a condição, sou ostra. Não tenho olhos. Sou um ponto nevrálgico sem ramificações. Nervos sem rizomas. Me inicio e me findo em mim como um ponto. Um-ponto-que-odeia-vivo. Eis a verdade do meu coração: Eis a verdade do meu coração. Isso é salgado. Assim descubro: a verdade nunca é doce. É salgada ou amarga ou simplesmente sem gosto. Doçura é um evento que adéqua. A doçura apropria o ser humano ao mundo para suportá-lo. Estou zangado porque me enganei. Por muito tempo estive enganado por mim mesmo. Sou bem salgado, no fundo. Nunca vou me espalhar nesse mundo. Minha natureza é de recolhida. Cato-me. O que me espera é A BOCA, salivante e viva. Cato-me, salgado. Assim posso dormir. Assim me apronto...

domingo, 27 de março de 2011

Lava roupa todo dia....


hoje foi dia de ajeitar a casa, fui comprar uma cama usada no valor de 25,00 e um kit com baldes e lixeira no valor de 10,00 e ainda reservamos uma bicicleta no valor de 50,00. foi trabalhoso levar a cama montada até a nossa casa, mas conseguimos, uma pena a menina que está de mudança não ter vendido o colchão que estava em ótimo estado. Tive então que desembolsar 179,00 por um bom colchão, afinal depois de dormir na cama da minha casa ai em Aracaju, não da pra voltar atrás né?, fiquei mal acostumado...

depois fui lavar roupa, que me tomou bastante tempo e depois preparar o almoço com as coisinhas que comprei logo cedo num mercadinho de bairro que tem por aqui, os preços são parecidos com os de Aracaju.

Agora depois de falar com alguns queridos amigos de Aju e de ter almoçado, vim até a Lan verificar o mundo virtual a quantas andas....

Beijos

e em homenagem a minha primeira lavagem:

Ensaboa
Cartola


Composição : Cartola

Ensaboa mulata, ensaboa
Ensaboa
Tô ensaboando
Ensaboa mulata, ensaboa
Ensaboa
Tô ensaboando
Tô lavando a minha roupa
Lá em casa estão me chamando Dondon
Ensaboa mulata, ensaboa
Ensaboa
Tô ensaboando
Os fio que é meu, que é meu
E que é dela
Rebenta a goela de tanto chorá
O rio tá seco, o sol não vem não
Vortemos pra casa
Chamando Dondon

sábado, 26 de março de 2011

ATENDENDO AO PEDIDO DE JADSON...

OK, então, eu publico e fofoco: Tiago e Ninalcira estavam a estudar juntos quando eu os telefonei para avisá-los que Jadson estava a “fazer a rampa” na periferia goiana, ao passo em que eu ainda me empolgava de ter acabado de assistir ao clássico pornográfico “The Opening of Misty Beethoven” (1976, de Radley Metzger), versão libertina e corrosiva do famoso “Pigmalião” de George Bernard Shaw. Nem preciso dizer que muito me identifiquei, que queria estar chupando picas que nem a protagonista, visto que, desde pequeno, tenho esta vontade estranha de pôr três pênis diferentes ao mesmo tempo em minha boca, para saber se os gostos são diferentes, se é o amor ou qualquer outro tipo de sentimento que faz com que gozemos com mais vontade ao lado de alguém... Aliás, querido Jadson, apesar de ser estudante de Jornalismo, eu sou uma pessoa inadequada para revelas novidades. Quase tudo o que revelo é emulação de algo que já aconteceu, de algo que algum de nós já previa... Seria culpa minha ou é a História que se repete? Ou melhor, são os tentáculos insaciáveis deste capitalismo tardio que abocanham tudo, que fazem com que tudo esteja obsoleto pela cepa? O segredo é este mesmo, portanto: seguir lutando! E, pelo jeito, eu, tu, Tiago, Ninalcira e Misty Beethoven (interpretada pela belíssima Constance Money) seguem lutando... E nada como um pouquinho de picalomicina para nos estimular, né?

Wesley PC>

Pessoas Publiquem


vixe, gente publiquem preciso saber de vocês, que coisa..

Esses dias passeando numa rua movimentada no centro de Goiânia vi uma cena assustadora de violência urbana: uma briga entre pessoas que fazem parte de torcidas organizadas rivais... assustador!

Neste mesmo centro fiquei de olho em várias lojas que vendem Cds, dvs e livros usados, tem muitas, um comércio cultural intenso, fiquei todo empolgado, mas só empolgado, porque não tenho grana.

hoje num entanto me perdi e fui parar na periferia de Goiânia, pensei até que isso não existia aqui, dado que a cidade é bem organizada, mas é Brasil né!

beijos em todos e mandem notícias!!

Jadão

quarta-feira, 23 de março de 2011

o deslocamento (des)funcional




Ainda pegando ritmo, (brumm, brumm, brummmmmm....)

Os macaquinhos que moram no campus aqui da Universidade Federal de Goiânia são uma atração a parte, brigam com as pessoas, com os cachorros, tomam comida dos distraídos, passeiam pelas várias árvores que têm no campus, uma belezura...

Dormir bem ontem,e minhas caixinhas de som do PC queimaram, acho que foi a voltagem 220w, se bem que tinha indicação de bivoltagem. gostei desse nome, bivoltagem.... será que todos nos somos BIVOLTES...rsrsrsr

Tiago roubei seu livro sobre a irmandade da morte....

Escrito por um autor espanhol contemporâneo o livro "Irmã Morte" é bem cinemático, usa imagens rápidas como um triller e tem um mote muito original: Depois de acompanhar a morte do pai morimbundo, um garoto passa a vê partes do seu falecido pai nos homens que frequentam a sua casa, ou melhor, o quarto de sua irmã mais velha que tomava conta do moribundo e dele.

Acabei de tirar xerox do primeiro material que vou estudar um tal de Edmund Burk, teorico da estética, fala sobre o belo e o sublime, vou adorar essa aula minha intuição me avisa....


me preparando para ver outro filme Godardiano, que aliás é uma bela recepção por aqui...


beijos em todos

Jadão

terça-feira, 22 de março de 2011

Kátia Flávia a godiva do Irajá

Num ato quase suicida, resolvi rever Lua de Fel, do Roman Polasnki. O filme havia me cativado da primeira vez que o vi. Muita coisa mão me havia saído da cabeça, mas revendo-o, percebi que muitos detalhes me haviam escapado. E com que prazer revi aquele filme que traz um narrador a la Sherazade, só que perverso. Oscar é cínico, irônico e desvela não só em Nigel, mas também em quem assiste ao filme, desvela a capacidade tirânica que carregamos em nós, a capacidade de sofrer e fazer sofrer, de ser sado-masoquista mesmo, no duro. É um filme sobre paixão perigosa, sobre o que uma paixão pode fazer com as nossas vidas. É um filme sobre o corpo, sobre nossos limites. É um filme sobre corações para sempre partidos (e não é por isso que Mimi passa um tempo sem dançar? Porque a dança vem do coração e o dela estava partido?). É um filme sobre como alguns maridos não despertam o fogo de suas mulheres belas (de beleza contida como o diz Oscar sobre a beleza de Fiona, mulher de Nigel) e se encantam por outras mulheres e quase perdem suas mulheres não para outra mulheres (a cena da dança entre Mimi e Fiona é magnífica), mas para o mundo,por ser ele hipócrita e falso moralista (talvez). É um filme sobre a impossibilidade de se explorar o outro. E é um filme que tem essa música que eu conheço na voz de Fernanda Abreu:


Kátia Flávia a Godiva do Irajá

Kátia Flávia
É uma louraça Belzebu
Provocante
Uma louraça Lucifer
Gostosona
Uma louraça Satanás
Gostosona e provocante
Que só usa calcinhas comestíveis e calcinhas bélicas
Dessas com armamentos bordados
Calcinha de morango
Calcinha geladinha
Calcinha de rendinha
Calcinha de morango
Calcinha geladinha
Calcinha de rendinha
Ex-miss Febem
Encarnação do mundo cão
Casada com um figurão contravenção
Ficou famosa por andar num cavalo branco
Pelas noites suburbanas
Ficou famosa por andar num cavalo branco
Pelas noites suburbanas
Toda nua!!! Toda nua!!!
Toda nua!!! Toda nua!!!
Matou o figurão
Foi pra Copacabana
Roubou uma joaninha
Pelo rádio da polícia ela manda o seu recado
Pelo rádio da polícia ela manda o seu recado
Get out!!! Get out!!!
Get out!!! Get out!!!
Pelo rádio, pelo rádio, pelo rádio, pelo rádio
Pelo rádio da polícia ela manda o seu recado
Alô polícia
Eu tô usando
Um Exocet
Calcinha!
Um Exocet
Calcinha!
Alô polícia
Eu tô usando
Um Exocet
Calcinha!
Um Exocet
Calcinha!
Meu nome é Kátia Flávia
A godiva do Irajá
Me escondi aqui em Copa
Meu nome é Kátia Flávia
A godiva do Irajá
Me escondi aqui em Copa
Meu nome é Kátia Flávia
A godiva do Irajá
Me escondi aqui em Copa
Meu nome é Kátia Flávia
A godiva do Irajá
Me escondi aqui em Copa

Alô,Alô Polícia!
Polícia pode vir
Polícia Belford Roxo, de Duque de Caxias
Polícia Madureira, polícia Deodoro
São Cristóvão, Bonsucesso, da Benfica
Da Pavuna, da Tijuca, de Quintino, do Catete, Grajaú
Polícia do Flamengo, Polícia Botafogo, da Barra da Tijuca
Polícia, Polícia, Polícia, Polícia pode vir
Porque
Meu nome é Kátia Flávia
A godiva do Irajá
Me escondi aqui em Copa
Meu nome é Kátia Flávia
A godiva do Irajá
Me escondi aqui em Copa
Meu nome é Kátia Flávia
A godiva do Irajá
Me escondi aqui em Copa
Meu nome é Kátia Flávia
A godiva do Irajá
Me escondi aqui em Copa
Kátia Flávia
É uma louraça Belzebu
Provocante
Uma louraça Lucifer
Gostosona
Uma louraça Satanás
Gostosona e provocante
Que só usa calcinhas comestíveis e calcinhas bélicas
Pow, pow, pow
Louraça Belzebu
Calcinha antiárea
Louraça Lucifer
Calcinha framboesa
Louraça Satanás
Calcinha de morango
Louraça Belzebu
Calcinha Exocet
Alô polícia
Eu tô usando
Um Exocet
Calcinha!
Um Exocet
Calcinha!
Alô polícia
Eu tô usando
Um Exocet
Calcinha!
Um Exocet
Calcinha!
Meu nome é Kátia Flávia
A godiva do Irajá
Me escondi aqui em Copa
Meu nome é Kátia Flávia
A godiva do Irajá
Me escondi aqui em Copa
Meu nome é Kátia Flávia
A godiva do Irajá
Me escondi aqui em Copa
Meu nome é Kátia Flávia
A godiva do Irajá
Me escondi aqui em Copa
Fui...

Há quem sente diferente......


Depois de passar mais de 10 horas entre conexão e conexão nos aeroportos de Aracaju, Salvador e Brasília (dopado por um certo diazepínico) cheguei no centro-oeste brasileiro: Goias. Onde viverei pelo menos os próximos quatro meses.

Ainda colocando as coisas no lugar, resolvendo questões burocráticas e porque não me divertindo.
Sim, vou me divertir também, se não, não vale a pena né?, sei que sou viciado em sofrer , mas é bom sorrir de vez em quando, não?

Ainda tenho outras questões para resolver em Brasília, estou indo quinta-feira.
Meu amigo Aelton o qual vou dividir casa agora, me trouxe cá na UFG para me ambientar conhecer alguns fúncionarios funcionais , uma tal de Marlene( Almodovica, diga-se de passagem) Já conheci a professora que ministra a disciplina que cursarei aqui na UFG sobre estética inglesa, e também já falei com o coordenador da pós, professor Adriano super gente boa.

É isso ainda um pouco cansado e já vi filminho hojê viu...

beijos a todos e mando mais notícias em breve.

Jadão

segunda-feira, 21 de março de 2011

Música, please!

Agradecer e abraçar (Fabiana Cozza)


Abracei o mar na lua cheia, abracei 
Abracei o mar 
Abracei o mar na lua cheia, abracei 
Abracei o mar 
Escolhi melhor os pensamentos, pensei 
Abracei o mar 
É festa no céu, é lua cheia, sonhei 
Abracei o mar 
E na hora marcada Dona Alvorada chegou para se banhar 
E nada pediu, cantou pro mar 
E nada pediu 
Conversou com o mar 
E nada pediu 
E o dia sorriu... 
Uma dúzia de rosas, cheiro de alfzema, presentes eu fui levar 
E nada pedi 
Entreguei ao mar 
E nada pedi 
Me molhei no mar 
E nada pedi 
Só agradeci...


Nós, por exemplo (Doces Bárbaros)



Nós somos apenas vozes
Nós somos apenas nós
Por exemplo
Apenas vozes da voz
Somos nós, por exemplo
Apenas vozes da voz
Nós somos apenas vozes

Ecos imprecisos do que for preciso
Impreciso agora
Impreciso tão preciso amanhã
Nós, por exemplo, já temos Iansã
Nós, por exemplo, já temos Iansã

Nós somos apenas vozes
Nós somos apenas
Nós, por exemplo
Apenas vozes da voz
Somos nós, por exemplo
Apenas vozes da voz

Nós somos apenas vozes
Do que quer que seja luz no cor-de-rosa
Cor na luz da brasa
Gás no que sustenta a asa no ar
Nós, por exemplo, queremos cantar
Nós, por exemplo, queremos cantar

Nós somos apenas vozes
Nós somos apenas nós
Por exemplo
Apenas vozes da voz
Somos nós, por exemplo
Apenas vozes da voz

Nós somos apenas vozes
Do que foi chamado de "a grande expansão"
Pé no chão da fé
Fé no céu aberto da imensidão
Nós, por exemplo, com muita paixão
Nós, por exemplo, com muita paixão

Nós somos apenas vozes
Nós somos apenas
Nós, por exemplo
Apenas vozes da voz
Somos nós, por exemplo
Apenas vozes da voz... 

...Porque mesmo triste estou confiante no que acredito agora. E essa crença, esse desvelamento é o que me tem dado força para querer continuar. E se parecer infantil, alienante, esquisito e paradoxal, eu não vou me importar e nem tentar explicar. Ter bastante força e acreditar na possibilidade de justiça para mim é muito importante.
"E fui andando, voltei ao zero, um recomeço é uma forma de se encontrar..."

 Hoje é segunda-feira 21 de março do ano de 2011. Segunda-feira chorosa diria eu que fui me despedir de meu grande amigo Jadson que partiu para Brasília agora há pouco. Para mim que tentei, depois do almoço dizer coisas que são indizíveis para alguém de quem gosto muito e me vejo cada vez mais apartada. Para mim que assisti, como despedida, junto a esse amigo que parte com viagem de volta já marcada (graças ao Deus do tempo) a um episódio da série Glee (episódio em que o pai de Kurt Hummel sofre uma parada cardíaca, fica em coma, enfim...). Para mim que, enfim sou dessas que choram. Ainda que seja assistindo a uma série musical de televisão. Para mim que reassisti Lua de Fel num momento tão específico de minha vida. Para mim que vi pela quadragésima vez Maria Bethânia em Amor, Festa, Devoção rasgando-se em interpretações belíssimas num palco forrado de rosas vermelhas.
Para mim que me admirei com essa mesma Maria cantando "Queixa" de maneira tão particular junto a Tiago, ontem.
Enfim, a segunda-feira é sim chorosa. Chorei no Circular Shopping 01, chorei no banheiro da UFS enquanto escovava os dentes e sorria ao mesmo tempo por ser capaz de cena tão melodramática bem à Almodóvar.
E depois de constatar que a segunda-feira era chorosa, constatei que também era como se fosse um tipo de motivo para um recomeço. E lembrei de um trecho de música que não sei onde nem com quem nem em que voz ouvi que diz a frase inicial: "...e fui andando, voltei ao zero, um recomeço é uma forma de se encontrar".
De alguma forma, considero essa segunda-feira um recomeço. Talvez um pouco como uma nova data de nascimento. E como todos os bebês que não choram, levam tapinhas no bumbum para chorar, eu, que já levei muita surra da vida, não poderia deixar de chorar no dia de meu nascimento.
Espero que seja sim um nascimento. Que eu me encontre nesse recomeço, pois sinto como que voltando ao zero. Outra vida nova em tão curto espaço de tempo.

*****

Não prometo amigo cuidar da saúde porque tenho horror a médicos. Vou tentando...em situações em que o pescoço coce e arda muito, por exemplo, numa situação aqui noutra ali, vou procurando essas figuras de branco, impessoais e estranhas que nos olha, diagnostica e manda embora em quinze minutos dizendo que a gente tem uma vida muito agitada e tem dermografismo. Mas, vou ficar bem, vou ficando bem, ainda que não saiba porquê nem para queê. Mas, vou indo...Se é assim que tem que ser...assim será.

*****

Queixa

Um amor assim delicado
Você pega e despreza
Não devia ter despertado
Ajoelha e não reza
Dessa coisa que mete medo
Pela sua grandeza
Não sou o único culpado
Disso eu tenho a certeza
Princesa, surpresa, você me arrasou
Serpente, nem sente que me envenenou
Senhora, e agora, me diga onde eu vou
Senhora, serpente, princesa
Um amor assim violento
Quando torna-se mágoa
É o avesso de um sentimento
Oceano sem água
Ondas, desejos de vingança
Nessa desnatureza
Batem forte sem esperança
Contra a tua dureza
Princesa, surpresa, você me arrasou
Serpente, nem sente que me envenenou
Senhora, e agora, me diga onde eu vou
Senhora, serpente, princesa
Um amor assim delicado
Nenhum homem daria
Talvez tenha sido pecado
Apostar na alegria
Você pensa que eu tenho tudo
E vazio me deixa
Mas Deus não quer que eu fique mudo
E eu te grito esta queixa
Princesa, surpresa, você me arrasou
Serpente, nem sente que me envenenou
Senhora, e agora, me diga onde eu vou
Amiga, me diga...

sexta-feira, 18 de março de 2011

PARA QUEM AMA O GORDO...


O homem visto na foto chama-se Carlos Imperial. Ator recorrente nas pornochanchadas brasileiras entre o final da década de 1970 e o início da década de 1980, ele dirigiu, escreveu, musicou e protagonizou o filme “Mulheres... Mulheres” (1981), visto na noite de ontem por causa de um detalhe publicitário devastador: supostamente, o filme foi baseado num conto de Pier Paolo Pasolini, chamado “Morrer de Amor”. Na prática, porém, como filme é ruim, desagradável, vulgar e brochante: não porque o tal Carlos Imperial seja feio, gordo e, em muitos sentidos, execrável, sendo injustificável que ele tenha reunido dezenas de belas mulheres nuas neste filme, mas porque liberdade de desígnios e volições é algo que transcende as subsunções voluntárias ao capitalismo. E, definitivamente, tudo o que este filme não fez foi superar o capitalismo: ele se rende, ele capitula, ele proíbe o gozo, interdito menos por proibição ditatorial do que por indefinição estilística e definição de públicos-alvo. E, a cada minuto, eu percebo o quanto os gordos podem ser charmosos, encantadores, sensuais até... Mas, sinceramente, Carlos Imperial (ao menos, neste filme) é a mais nojosa das exceções!

Wesley PC>

Para Jadson

"Há no canteiro de obras uma enfevercência, um entusiasmo unânime, em primeiro lugar por ser um começo".

18/03/2011

Noutra época o dia de hoje seria um dia muito feliz em minha vida. Mas, hoje não é. É um dia que não é triste de maneira alguma, pois eu continuo comemorando o fato que noutra época me deixaria bastante feliz. Mas, sinto uma pontada no peito porque não é mais como era ainda que nenhum dia 18 fosse igual aos outros tantos dias dezoito.
Acordei as duas da manhã, depois de ter sonhos que não foram bons. O coração apertado de angústia. Demorei a dormir de novo. E o dia dezoito me veio logo à cabeça.
Na incrível vontade de vencer as coisas ruins, pensei: dezoito: 1+8= 9
Nove é um número carregado de significados para mim.
Então, pedi força, pedi coragem e quis mesmo ter mãos de adentrar meu peito e arrancar a dor a sangue e vísceras de dentro de mim.

A carta de Berna

Bom, como citei essa carta, não acho nada ruim postá-la aqui. O texto é lindo e me foi importante demais em algumas fases de minha vida:

Berna, 2 de janeiro de 1947
 
Querida, Não pense que a pessoa tem tanta força assim a ponto de levar qualquer espécie de vida e continuar a mesma. Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso - nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro. Nem sei como lhe explicar minha alma. Mas o que eu queria dizer é que a gente é muito preciosa, e que é somente até um certo ponto que a gente pode desistir de si própria e se dar aos outros e às circunstâncias. Depois que uma pessoa perde o respeito a si mesma e o respeito às suas próprias necessidades - depois disso fica-se um pouco um trapo.
Eu queria tanto, tanto estar junto de você e conversar e contar experiências minhas e dos outros. Você veria que há certos momentos em que o primeiro dever a realizar é em relação a si mesmo. Eu mesma não queria contar a você como estou agora, porque achei inútil. Pretendia apenas lhe contar o meu novo caráter, um mês antes de irmos para o Brasil, para você estar prevenida. Mas espero de tal forma que no navio ou avião que nos leva de volta eu me transforme instantaneamente na antiga que eu era, que talvez nem fosse necessário contar. Querida, quase quatro anos me transformaram muito. Do momento em que me resignei, perdi toda a vivacidade e todo interesse pelas coisas. Você já viu como um touro castrado se transforma num boi? Assim fiquei eu... em que pese a dura comparação... Para me adaptar ao que era inadaptável, para vencer minhas repulsas e meus sonhos, tive que cortar meus grilhões - cortei em mim a forma que poderia fazer mal aos outros e a mim. E com isso cortei também minha força. Espero que você nunca me veja assim resignada, porque é quase repugnante. Espero que no navio que me leve de volta, só a idéia de ver você e de retomar um pouco minha vida - que não era maravilhosa mas era uma vida - eu me transforme inteiramente.
Uma amiga, um dia, encheu-se de coragem, como ela disse e me perguntou: "Você era muito diferente, não era?". Ela disse que me achava ardente e vibrante, e que quando me encontrou agora se disse: ou esta calma excessiva é uma atitude ou então ela mudou tanto que parece quase irreconhecível. Uma outra pessoa disse que eu me movo com lassidão de mulher de cinqüenta anos. Tudo isso você não vai ver nem sentir, queira Deus. Não haveria necessidade de lhe dizer, então. Mas não pude deixar de querer lhe mostrar o que pode acontecer com uma pessoa que fez pacto com todos, e que se esqueceu de que o nó vital de uma pessoa deve ser respeitado. Ouça: respeite mesmo o que é ruim em você - respeite sobretudo o que você imagina que é ruim em você - pelo amor de Deus, não queira fazer de você mesma uma pessoa perfeita - não copie uma pessoa ideal, copie você mesma - é esse o único meio de viver.
Juro por Deus que se houvesse um céu, uma pessoa que se sacrificou por covardia - será punida e irá para um inferno qualquer. Se é que uma vida morna não será punida por essa mesma mornidão. Pegue para você o que lhe pertence, e o que lhe pertence é tudo aquilo que sua vida exige. Parece uma vida amoral. Mas o que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesma. Espero em Deus que você acredite em mim. Gostaria mesmo que você me visse e assistisse minha vida sem eu saber. Isso seria uma lição para mim. Ver o que pode suceder quando se pactua com a comodidade de alma.
 
Tua Clarice
 
 
Em 95, o escritor Caio Fernando Abreu, então colunista do jornal O Estado de São Paulo, publicou uma carta que teria sido escrita por Clarice Lispector a uma amiga brasileira. Ele comenta, no artigo, que não há nada que comprove sua autenticidade, a não ser o estilo-não estilo de escrita de Clarice Lispector. Ele dizia: "A beleza e o conteúdo de humanidade que a carta contém valem a pena a publicação..."

Para esquentar os motores

Nunca mais escrevi por essas plagas.  Esse o lugar de encontro de pessoas que vivem tão perto e que tanto se encontram e que desencontram também. Eu vivo me desencontrando de mim. E nesses desencontros, quase me perco e quase perco a vontade imensa que sempre tive de escrever nesse Maracujá. Esse Maracujá que se assemelhou tantas vezes ao pequeno planeta do Pequeno Príncipe para mim. Lugar onde bastava eu afastar a cadeira um tantinho para ver um pô-do-sol. E quando eu estava triste, afastava a cadeirinha (que é escrever aqui no blog) quantas vezes fossem necessárias para que a tristeza se esvaísse um tiquinho.
Nem sempre se esvaía a tristeza, mas risos eram arrancados de mim. Outras vezes a discussão azedava, enrugávamos a testa todos nós e escrevíamos. Criávamos e matávamos demônios. Azedávamos e açucarávamos esse Maracujá conforme nossas tristezas, alegrias e convicções.
O Maracujá era filosófico, literário, psicodélico, musical, gastronômico, polêmico, de declarações de amor, cinéfilo. Maracuja danado, polissêmico, inententível, composto por pessoas malucas, que se amam, que são tão iguais e tão diferentes. O Maracujá poderia se chamar também mixórdia, miscelândia, samba do criouolo doido ou simplesmente o blog de Nina, Jadson, Tiago e Wesley.

Mas, por um tempo, mesmo ainda acreditanto nisso tudo: embarguei. Vinha aqui e até tentava. Mas, não saía nada. Ou não saía como eu gostava: de coração, com vísceras, cortante, pulsante. Eu e minha cadeirinha de ver pôr-do-sol quando estou triste.

Aqui eu não ligava para as recomendações quanto às redes sociais: cuidado com o que você escreve, as pessoas estão te observando, elas fazem juízo de você. As pessoas fazem juízo umas das outras por tudo (inclusive eu): pelo que alguém ouve, pelo que alguém lê, pelo que fulano assiste, pelo que ciclano veste... Esse aqui é só mais um meio para que alguém que goste de enquadrar as pessoas por tipos, colocar tarjas de "descolado", "feliz", "triste", "inteligente", "contido", "introspectivo", "louco", etc.fazê-lo e ainda achar que o modo de escrever, as coisas escritas realmente cristalizam as pessoas. Como se não houvesse a possibilidade de mudanças, de encher o saco de tudo e mudar, de reler o que se escreveu e entender que nem sempre se é tão convicto assim das coisas, ou, ao contrário, compreender que não se muda mesmo: o que escrevi hoje é o que pensava há anos e será o que vou pensar daqui a muito tempo.
A gente muda e permanece. A gente é e não é. E a gente é tão complexo que não cabe muito em uma classificação qualquer, barata e apressada.
Eu me transformo a todo o momento. E com isso assusto as pessoas que me rodeiam e a mim mesma. E nem sempre isso é bom e nem sempre isso é ruim. Muitas vezes é mesmo é necessário.
A gente descobre, a gente inventa, a gente re-inventa. A gente muda de cidade, de religião, de corte de cabelo, de amor, de curso. Assim como a gente não deixa de amar a mesma pessoa, de lembrar as mesmas lembranças, de gostar do cabelo sempre curto ou sempre longo.
Por isso adoro quando Clarice diz "gênero não me pega mais".
Gênero nenhum me pega mais. Fato. E acho que não pega a nenhum de nós daqui do Maracujá.
E essa mesma mulher que fala sobre gênero não mais pegá-la, fala também, noutro texto, sobre termos bastante cuidado com o que mudamos em nós, especialmente sobre defeitos (é de se pasmar com isso!), ela nos diz que há defeitos que seguram toda uma coluna...
E complicação, paradoxos, comunicação tronxa nunca deixou de ser o nosso forte aqui, portanto...me sinto agora bem-vinda a recomeçar a escrever aqui. De coração, tronxamente, paradoxalmente, com defeitos seguradores de colunas em mim e com mudanças que nem eu mesma posso imaginar. Yudo junto num só Maracujá.

E o que me moveu a voltar a escrever aqui foi o fato de Jadson estar indo embora (mudando, portanto) para Brasília para fazer o mestrado dele.
O Maracujá continuará sendo nosso ponto de encontro nos encontros e desencontros de nossas vidas. Nas mudanças e nas mesmices. Até que cessemos de azedumes e doçuras e cambiemos para outras formas de nos (des)comunicarmos.

Assim: que venham doces e azedos, que venham demônios e anjos. Que voltemos a nos comunicar assim: trágica e comincamente como tem sido desde que estamos juntos nesse Maracujá.

E, por falar em mudanças e mesmices, recordo aqui o dia em que caminhava eu pelo centro da cidade e uma moça me chamou com dúvida:
- Nina?
Eu respondi com certeza de nunca tê-la visto:
-Sim, sou eu.
E ela disse em forma de pergunta de novo:
-Você é a filha de Dona Deise?
-Sim, sou.
-Eu fui sua babá! Você tinha uns dois ou três anos. Você continua com a mesma carinha: só cresceu!
E conversamos um bom trecho amigavelmente, ela recordando coisas que minha mãe me falava e eu não lembrava... Mas, bastou a senha "você é filha de Dona Deise" para que eu me achasse íntima daquela que cuidou de minha numa infância longíqua e esquecida.
Nos abraçamos e eu me emocionei ao deixá-la na rua Laranjeiras com uma parte de minha vida.

Dia desses, estou eu estudando na Bicen quando me chega um rapaz e me diz:
- Sabia que estudamos juntos?
Eu respondi:
- Não.
E ele disse:
- Fizemos datilografia informatizada no Senac em Propriá. Eu tinha uns dez anos, você deveria term uns quinze. Eu era aquele guri que dava choque em todo mundo...
Eu não recordava dele, nem de seus choques nem das coisas outras que ele me falou. Recordava que fiz esse curso e de apenas uma pessoa que ele falou que também frequentava as aulas.
Rimos de alguém em alguma época ter feito um curso desses e ri dele com dez anos de idade fazer o tal curso.

A memória me prega peças. Nem sempre está tão viva em mim. Mas, o que me assusta é que se me olho no espelho, me acho tão diferente...e as pessoas teimam em me reconhecer, em me falar que continuo a mesma...E um grande amigo meu, paradoxalmente, me olha e me diz sempre: "Nina, você está tão diferente!". Peço que ele me explique como, por que, em que...e ele só faz cara de agoniado e me deixa com minhas mudanças e minhas mesmices a não entender muito...
E um outro querido amigo me disse: "Destes seis anos que te conheço, acho que essa é a terceira Nina que vejo".

Eu mudo. Ainda que permaneça a mesma.
E assim o é com todo mundo, por incrível que pareça a cada um.
Dessa forma: para que taxar, classificar?

Um pequeno Adeus....


Nasci em um povoado chamado Tapera localizado na cidade de Itaporanga d`Ajuda. Meu parto, relata minha mãe, foi rápido e quase indolor, nasci com 8 meses. Pouco tempo depois estava viajando para o Estado da Bahia, contam minhas tias que passei uns tempos lá numa cidade chamada Alagoinhas, não sei precisar quanto tempo. Mas, quando voltei para Sergipe voltei sem minha mãe que foi "tentar a vida" por lá.

Aos nove anos minha mãe volta à Aracaju e decide por me tutelar novamente, mudança mais uma vez. bairro Cidade Nova e logo depois Conjunto Residencial Marcos Freire I no qual morei dos nove aos 25 anos, por lá vivi toda a minha pré e adolescência, mudando uma vez apenas de rua.

De mudança novamente até Aracaju passo esses últimos 5 anos em minha casinha, lugar que redeu muitas e muitas alegrias para mim e para muitos de meus queridos amigos as pequenas reuniões e festinhas, as sessões marcantes de filmes fantásticos, os almoços macarronescos, os aniversários e tantas outras coisitas . Viajo nesta segunda-feira(21/03/2011) acho que passo apenas um tempo fora cuidando de um desejo intelectual.

No mais um grande Beijo em todos vocês.

AMO MUITO TODOS E VOS ESPERO EM GOIÂNIA/BRASÍLIA.

JADÃO

quinta-feira, 10 de março de 2011

carnaval oh! o carnaval


Eu sou daqueles que erra,

Lendo uma certa vez um livro de auto-ajuda espírita encontrei uma frase que dizia que “ o mais difícil é pedi perdão a si mesmo”, não entendi muito, mais senti um dia antes de viajar pra esse carnaval que ia amargar um grande arrependimento, mas algo me empurrava como se eu fosse viver um intenso prazer e depois morrer. (Eros X Tânatos?) morte e prazer, prazer e morte, o desejo me consumiu mais eu não o consumi..... e agora devo perdoar a mim mesmo?

Tenho feito escolhas erradas ao longo de trinta anos e digo poucas vezes acertei, uma vida de erros e erros que se acumulam que me colocam num não-lugar. Não tenho lugar no mundo e quando tento buscar erro e erro sempre e tento sempre, não sei se quero mais lugar no mundo, acho que desistirei logo..... aos 30 sem força para lutar contra as más escolhas, arcar com elas, sobreviver a elas e logo depois fazer mais um erro. Como se pode errar tanto o que fazer? Continuar errando como se a mémoria não atuasse na hora da escolha....

não sei o que sou, o que ando falando, o que quero e estes constantes delírios de minha cabeça me enlouquecem.

Me jogo no mundo para doer menos e parece que piora e piora e piora e dói e eu não sei mais....

Não quero viver me arrependendo de tudo que faço, eu não sei escolher e tenho que amargurar todo o tipo de desventuras, ainda não sei se gostei do carnaval ou não, sei que não vivi intensamente como gostaria, não sou para o mundo, não morri de prazer portanto, angustia de ter ido, de ter escolhido, de ter errado, se ficasse poderia ser que fosse melhor, que fosse pior , que teria morrido ou matado, não sei. Escolhi errado!

Bem eu imaginava eu poderia ter errado menos?

Perdão a você caro Wesley, mas você não está me perdendo eu que estou perdendo, sempre....

Jadson Teles

terça-feira, 8 de março de 2011

Foge, foge, Mulher-Maravilha.




Foge, foge, Oh Mulher-Maravilha.
Foge, adorada, e leva contigo o Super-Man.
Em nome de tudo o que há de sagrado para ti, foge.
Foge e nunca mais pense em voltar.
Foge, Oh Imaculada!
Rogo-te, Foge.

VENDO ESTAS DUAS BOCETAS JUNTAS, EU PENSO: “CARALHO!”

Na cena em pauta, uma garota tenta seduzir outra com o pretexto de que o melhor aspecto de uma relação sexual entre mulheres é o de que, por não haver penetração, elas sempre se sentirão incompletas e estarão sempre desejando uma à outra. Até que o vibrador que a mãe de uma delas usa para fazer massagem facial entra em cena. Trata-se do episódio “As Gazelas”, dirigido por Luiz Castellini, que abre o filme “Pornô!” (1982), cujos episódios subseqüentes, dirigidos por David Cardoso e John Doo, são muito melhores e entraram definitivamente para o panteão das imagens mais eróticas de toda a minha vida. Filmaço: viva a tal da pornochanchada, um dos gêneros mais injustiçados do glorioso cinema brasileiro!

Wesley PC>

domingo, 6 de março de 2011

TODO E QUALQUER AMOR É BOM?!

O que mais me impressiona nos discursos religiosos institucionalizados é como eles são programados para nos afetar, para atingir diretamente cada um de nós, por mais que mantenhamos (e/ou retroalimentemos) diferenças entre nós e os outros. É religião, é discurso de boas intenções, é apelo à fé sobrevivencial, é tentativa de amor ao próximo, nos afeta. Ponto.

O porquê da redação de truísmos no parágrafo anterior? Digamos que um rapaz por quem sou apaixonado convidou-me para assistir a uma palestra de seu irmão mais velho e bem-sucedido profissionalmente na manhã de ontem, sábado de Carnaval. Dentre todos os lugares do mundo, este rapaz, que mora na Bahia, calhou de estar justamente no conjunto residencial em que eu habito. E, como tal, não poderia faltar a tal convite. Comuniquei ao pregador que seu irmão mais jovem havia me convidado e este foi taxativa: “vá por causa de Jesus – e não para ver ou ouvir meu irmão!”. E, por dentro e por fora, eu não conseguia distinguir o que era mais relevante naquele momento: tanto Jesus quanto o rapaz em pauta faziam parte de uma mesma corrente complementar de amor (ou de pretensões de amor, que seja). Não conseguia distinguir uma hierarquia ali, por mais herético que isto possa parecer, numa primeira leitura.

Conforme disposto, portanto, dispus-me a assistir à tal pregação religiosa. Tratava-se de um retiro carnavalesco religioso vinculado à congregação de renovação carismática católica Canção Nova, uma das ramificações mais conservadoras da religião atualmente comandada pelo sumo pontífice Bento XVI. Como tal, os seguidores de tal religião são contrários a práticas como o aborto, a eutanásia, o uso de preservativos e, obviamente, o homossexualismo. E lá estava eu, entre diversos adolescentes, tentando desviar o olhar do rapaz que eu amava, e que sabe o quanto eu gosto dele. Tanto ele quanto o seu irmão pregador, cujo discurso me atingia em cheio. Como calha de acontecer quando prestamos atenção a uma dada liturgia, eu era pessoalmente afetado pelo que ele falava. E, naquele momento, pareceu-me que era errado gostar de seu irmão do jeito que eu gostava. E não era pouco, era muito, E, naquele momento, pareceu errado...

Tinha vindo àquela reunião com o coração aberto, disse ao congressista. E era verdade. Mas também tinha vindo para ver e ouvir o irmão dele, a quem não encontrava pessoalmente há mais de dois meses. E estava com um presente nas mãos, um livro religioso, justamente: “Pensamentos” (1670), de Blaise Pascal, o meu filósofo preferido, numa edição histórica de 1942. Entreguei o referido livro a ele, com toda comoção possível, ao final da reunião religiosa, após uma série de orações e cânticos religiosos benfazejos, sentindo-me particularmente tocado pela graça, ainda que sob as diretrizes de um discurso no qual eu me senti particularmente deslocado. Vem de Deus, vem dos homens, é Graça. Ponto.

Em seguida à entrega do livro, caminhamos pelo local em que moro, tencionava mostrá-lo até que ponto as condições sociológicas de meu habitat interferem em meus comportamentos religiosos e amorosos. Ela sorria enquanto conversávamos. Ele parecia não se incomodar tanto com o fato de eu ser obcecado por ele. Em breve, ele partiria e eu ficaria, como sói acontecer comigo. Ele estava imune, eu não. E, de fato, minutos depois, ele foi para a casa de uma cunhada, enquanto eu fui ao cinema com um vizinho. E, por dentro, eu pensava: “é errado amar deste jeito?”. A imagem que acompanha esta postagem realça o que estou a sentir. E, como diz o versículo 1 do Salmo 116, “amo ao Senhor porque ele ouviu a minha voz e a minha súplica”!

Wesley PC>

sábado, 5 de março de 2011

A lógica natural ou a lógica social.


À medida que envelhecemos,

Mais a relação de causa e efeito perde o sentido.

Sinto-me como se uma surra tivesse levado.

Uma surra de couro cru, das que eu levava quando era criança.

Sinto-me embebido em ira como quando me punham de castigo

Olhando para o relógio de parede da cozinha.

Surra e castigo só quando havia feito algo errado.

Agora, não. Agora só faço o que é certo, o que é permitido.

Mas tudo me dói e estou com raiva.