quinta-feira, 22 de julho de 2010

Sentimental bairrismo ou necessidade de re-conhecer?

Hoje estou sentimental (e bairrista?). Vontade de haver um poeta para cantar essa minha terra. Tão misturada. Tão contraditória. Tão dentro de mim. Gosto de pisar nesse chão. Mesmo que eu fale, tantas vezes mal. Hoje vi um homem carregando um boi pela feira, pelo centro de uma cidade do interior. Crianças de uma escola, na hora da recreação, cantaram: "Boi, boi, boi, boi da cara preta/ pega essa menina que tem medo de careta...
Ontem, vi um velhinho, corcunda, andando quase emborcado...
As caras tão marcadas. As velhas com coques na cabeça. As motos e os cavalos convivendo num mesmo espaço caótico, entremeeiro, nonsense.
Quero muito poder ainda viver os muitos lugares daqui de Sergipe. As cachoeiras da Ribeira, as praias em Pirambu, as cidades, a região da Grota do Angico que me encantou tanto quando fui lá: a carvalhada, as pessoas que carregam o mito de Lampião como parte de suas histórias de vida.
E, tanta coisa que nem posso falar/descrever pelo fato de eu ter 28 anos e conhecer tão pouco ou mesmo não conhecer nada.
E, acho que por isso, tantas vezes para mim é fácil me encantar com outras terras, outros lugares que não esse aqui tão vivo, tão pulsante, tão latente e tão despercebido.

3 comentários:

  1. ô, neguinha! Quem dera que assim cesse! Mas, sou poeta não. Só sei mesmo é escrever desembestadamente o que sinto (e isso num é ser poeta). E estar vivendo uma cidade de interior nos últimos dias me tem feito ver e sentir coisas assim...
    Beijos!

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  2. Ai, que bom...
    Prefiro mil vezes esse tipo de texto do que aqueles em que falas sobre BUracaju...
    Não sei se sou conformista em excesso ou não, mas...
    Lá fora, é tudo igual...
    Cabe a nós fazer a diferença.
    Beijo!

    WPC>

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