domingo, 29 de agosto de 2010
Identidade, autoridade e liberdade - o potentado e o viajante
sábado, 28 de agosto de 2010
Memória e subjetividade amorosa
GENTE GRANDE PENSA MAIS?!
-“Wesley, estávamos aqui a verificar os filmes que tu enviaste para o mês que vem e percebemos que DUMBO é um filme infantil.
- Sim, e o que é que tem isso?
- Tu vais passar um filme infantil mesmo?!
- E o que é que tem?!
- (...)
- Se serve de consolo, avisa a quem quiser contestar que este filme, na verdade, tem um contexto sob-reptício sobre crianças usuárias de drogas.
- É?!
- É. Na verdade. É um tema secundário, mas rende um bom discurso universitário”.
A conversa seguiu adiante, mas o que eu queria abordar inicialmente já está contido no diálogo acima: queriam boicotar uma das minhas sugestões não por que o filme é demasiado comercial (Disney) ou coisas do gênero, mas... Porque ele é infantil! Infantil? Meu Deus, o que quer dizer este termo hoje em dia?! E, pior: como pode que alguém não conheça “Dumbo” (1941, de Ben Sharpsteen), que não reconheça o quanto este filme é genial enquanto forma e discurso, que não admire todo o cabedal nostálgico a ele atrelado, que não conheça o seu subtexto psicodélico? Absurdo! Por essas e outras é que, com todas as concessões apolíticas que impinjo a mim mesmo enquanto subsumido a este projeto alheio, eu insisto em participar dele, em alimentá-lo materialmente: nem que seja no plano da mera exibição, deve funcionar para alguma coisa!
Wesley PC>
CICLO CINEMA E LITERATURA
http://www.ufs.br/?pg=evento&id=1545
beijo.
"Mundo do mortos ou do silenciamento"
Sintonia e sempre:
Antes de ler seu post, Ninete, estava eu a escrever coisas, assim como pequenas explosões, sabe? Que nascem como brotinhos e que ferem carregados de pequenos espinhos. Resolvi não terminá-lo por hora. Segue ...
Que mais eu digo? Bufou de raiva a menina sentada com a bunda apoiada no frio de seu quintal. Que mais eu digo, mamãe? Sobre o que – a mãe questiona sem entender. O que é que eu tenho que escrever aqui ?– apontava para um pequeno caderno azul celeste. Escreva aí que você é feliz. O que é feliz? Feliz.... é quandoo não se é triste. E você é feliz, mamãe?
xeru.
SIMPÓSIOS!
BEM, RECEBI RECENTEMENTE ALGUMAS DIVULGAÇÕES NO MEU EMAIL, SEGUEM ABAIXO:
*ALGUNS SÃO DE SOCIOLOGIA, OUTROS DE GEOGRAFIA (ANDO AGORA COM UMA QUEDINHA...), MAS VEJO QUE PODEM INTERESSAR A NINA PORQUE ALGUNS TRATAM DE MEMÓRIA E LINGUAGEM, INCLUSIVE COM OFICINA DESSA TEMÁTICA.
LINKS:
1 - http://www.simgeo.faed.udesc.br/
2 - http://grupoentrelace.blogspot.com/
3 - http://www.iesa.ufg.br/biotek/
4 - http://ecsbarragens.ufpa.br/site
MESMO QUE NÃO SEJAM DA ÁREA DE VOCÊS, DIVULGUEM QUANDO FICAREM SABENDO PORQUE PODEM INTERESSAR A OUTROS, BLZ?
MAS... SE NÃO QUISEREM, VÃOSEFUDÊ!, NO BOM SENTIDO SEEEEMMMMPREEEE....
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
Mulheres com TPM, uni-vos!
Notícias do mundo de cá: o nascimento de uma criança - reflexões para o mundo dos mortos ou do silenciamento
Inconformada eu? Nem sei do que não me (in)conformo ou o que mesmo desejo. Porque do impossível eu já sei que não se fala.
O cigarro negro da solidão que venho fumando desde mesmo quando você era viva e estava comigo estranhamente não amarga na boca. Amarga por dentro quando sabemos da possibilidade do câncer. Do câncer que ferra a vida, a alma e a fala da gente.
Fumávamos as duas desse cigarro, mamãe. Você na sua geração e eu na minha. Você e eu fumávamos desse cigarro mesmo quando não fumávamos nada e quando não havia fumaça.
Lembrávamos de um tempo que não chegamos a viver. Também eu não vou chegar lá.
Ontem soube do nascimento de mais uma criança em nossa família. Eles também não me procuram. Como antes, estamos sós. Estou só.
Há uma outra família. A qual não pertenço, mas que diz ter-me abraçado por conta de um dos membros. Há uma linha de não-entrega tão demarcada que muitas vezes eu rio, sabia?
Lá eu como, durmo, tomo banho. Mas, não sou. Lá eles são eles e eu a parte. Mas, as pessoas, mamãe, continuam a fingir. Também eu o faço. Mas, não muito bem, pois sempre em crise. Vivo sempre em crise.
Sabia que nunca mais um abraço de verdade? Nunca mais ninguém tirou cravos de minhas costas. Eles saem no banho, com os óleos com os quais tomo banho. É. Tenho tentado parecer um pouco com você. Assim, os óleos durante os banhos e os hidratantes depois.
Outro dia achei um dos que você usava. O cheiro me emocionou. Mas, não havia muito sentido em dividir isso com outra pessoa.
Este é um escrito desorganizado. Como sou desorganizada.
Como é possível, mamãe, alguém como eu, hein?
Nasci mesmo assim? Fui-me transformando? O processo sempre foi silencioso? Será sempre?
Enfim, são tantas coisas. Algumas dizíveis sim, mas não por ora. Por ora, só a negra fumaça do cigarro da solidão.
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
SEM NET
Ainda estou sem NET em casa. por isso aparecendo pouco aqui
Li coisas violentas nos últimos tempos e concomitatemente participei de um cerimôria nada confortante nos últimos dias como bem anunciou o caro Wesley de Castro, mas fiquei bem com a felicidade da minha mãe e outros parentes, tive apenas vergonha de mim mesmo...
estou a ler um livro sobre arte: "Vanguarda e subdesenvolvimento" do escritor Ferreira Gullar e caramba é muito bom, assumidamente marxista ele questiona desde o termo vanguarda até a possibilidade da chamada arte de vanguarda surgir em meio ao contexto do subdesenvolvimento, até onde estou ele já tira algumas conclusões e fiquei satisfeito com elas, mesmo que o ranço marxista ortodoxo esteja marcando profundamente a sua análise, mas a frase: " o rigor formal da obra de arte surge da necessidade de mostrar concretamente o imaginado" me deixou encantado é claro. e conclusões do tipo " uma obra de arte atingi o universal apartir da singularidade do contexto social em que o artista vivi", termino minha leitura em breve e passo pros meus queridinhos.
Mas como havia anunciado antes, eu li o já famoso livro de Ana Paula Maia "Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos" dizem que ela é uma Tarantino tupiniquim, sei não, sei que a leitura do livro me deixou embasbacado tanto pelo rigor formal, quanto pelo conteúdo extremamente violento, e mais sem fazer espetáculo da violência como faz tarantino no cinema, o livro é bem visual, mas conserva um grau de crueza até semelhante mas o universo que ela trata no livro é bem diferente daquele retratado pelo cineasta, o livro ja rendeu otimas discursões entre Tiago e eu, e espero que todos leiam para comentarmos mais... é realmente um primor, sinto que as vezes ela excede em alguns momentos mas sempre justifica os excessos. é realmente uma aula de literatura moderna!
beijos
Jadson
Cava escura
Revólver, coração.
Explosão, ruptura,
Cava escura.
Carne-VIVA,
Carne trêmula,
Carne-morta,
Carne Dura,
Cava escura.
terça-feira, 24 de agosto de 2010
A língua lambe
A língua lambe as pétalas vermelhas
da rosa pluriaberta; a língua lavra
certo oculto botão, e vai tecendo
lépidas variações de leves ritmos.
E lambe, lambilonga, lambilenta,
a licorina gruta cabeluda,
e, quanto mais lambente, mais ativa,
atinge o céu do céu, entre gemidos,
entre gritos, balidos e rugidos
de leões na floresta, enfurecidos.
domingo, 22 de agosto de 2010
Schopenhauer, caminhada, homens, filosofia: pequena reflexão despretensiosa.
Mas não é sobre a paz que pretendo escrever aqui e agora.
Em conversas comigo mesmo sobre tantas coisas, sobre os deuses e os homens, concomitante a algo que me é muito novo, a leitura filosófica, eu percebo em mim um certo desprezo à humanidade, não ódio, mas desprezo. Ainda ontem, na manhã de sábado, nas minhas caminhadas recomendadas, vi no fundo de um carro coisa mais ou menos assim: “Quanto mais conheço os homens, mais gosto do meu cachorro”. Estranha essa frase agora – eu pensei. (É que para mim eventos precisam ser muito bem analisados para depois então chamá-los com total desprezo: coincidência, assim como coisa neutra ou desastrosa)
Por indicação de um amigo muito querido estou por terminar a leitura de “A arte de conhecer a si mesmo”, uma organização de textos íntimos de Schopenhauer. Tamanha foi a identificação que quase a termino na primeira hora de meu despertar nessa manhã de domingo.
Saudavelmente misantropo, assim se define o filósofo. Desprezar os homens, mas não os odiar. Mas não é um ensinamento, foi apenas, creio eu, um modo que ele encontrou para obter suas revelações filosóficas. É, portanto, a leitura de um diário o que estou fazendo.
O então jovem Schopenhauer decidiu contrariar o que ele chamava de inclinação natural à sociabilidade. Citou em seu diário uma regra de Gracián: “ evitar demasiada intimidade no trato”. E ainda: de William Shenstone “Virtudes, assim como essências, perdem sua fragrância quando são expostas. São plantas sensíveis que não suportam o contato demasiado íntimo.”
Bem, é a sinceridade de um filósofo, longe de mim discutí-la.
Nada sei de sua filosofia e de muitas outras, talvez meus amigos filósofos possam me ajudar em descobertas. E não pretendo seguir o que ele escreveu no diário, especialmente porque o fez para si e não como coisa de todos ou ensinamentos. E também porque não costumo seguir mesmo muita coisa. Apenas me senti parecido. Ao menos, momentaneamente parecido.
Sabedoriaamor implícitos
Uma vontade de beijar aquelas bochechas penduradas e de cheirar-lhe o cangote rechonchudo e dizer ainda: sua boba, é AMOR o que está me ensinando!
Lembrei-me de uma das poesias mais lindas e profundamente sensíveis que já li aqui nesse blog da Adélia Prado, postada certa vez por Ninete. Repito-a aqui tomado por estranha paz. Estranha paz é efeito de amor?
Ensinamento
Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
"Coitado, até essa hora no serviço pesado".
Arrumou pão e café , deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.