quinta-feira, 28 de abril de 2011

Charlotte's Scarpins (PARTE I)

Eu fingia que assinava o cheque enquanto aproveitava para inutilizá-lo. Borrei o valor, borrei a assinatura. O garoto estava drogado demais pra entender o que eu fiz. Eu sabia que era de programa e que tinha de pagar pelos serviços. Mas achei, ingenuamente, que gemia de verdade. Ofereci então um cheque. Ele segurava as chaves do meu carro dizendo que era menor de idade, e que se não me desse mais do que aquilo, ia ligar para recepção do motel e me denunciar. Ele queria era dinheiro de verdade. Enquanto ele girava no dedo a chave eu disse: faça! – Onde eu estava com a cabeça? Mas funcionou. Ele ficou numa praça e eu disse até logo. Esse cheque já deve ter sido usado pra embrulhar drogas, rogo a Deus que isso já tenha acontecido. Era meu nome afinal que andando por aí, ao bel prazer de um prostituto. Um prostituto de órgão imenso, mas estúpido. Gente que não conhece o mundo dos negócios, quando se mete nele, termina na sarjeta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário