quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Entre o sagrado e o profano e a filosofia analitica da religião


Estou vivenciando um processo de reclusão voluntaria em busca de ler umas coisas para participar de um concurso, entre elas um livro curioso sobre a "essência da religião", no qual, o autor discutiu a diferença entre os dois pólos o sagrado e o profano. Investigando em três linhas diferentes: o espaço, o tempo, a existência (corpo e comportamento). O autor verifica que o espaço daquele em que uma hierofania (manifestação do sagrado) aparece e se apresenta com roturas, transformando o espaço homogêneo e disforme do profano em um espaço heterogêneo sagrado, com forma e é a partir deste espaço que o mundo sagrado é fundado, ou seja, a hierofania revela o real, o espaço sagrado é ontológico. “O homem religioso é sedento de ser”. O tempo sagrado também é heterogêneo, o ritual é a repetição do tempo original, é quando o homem religioso representa a eternidade, o momento da criação é simbolizado nos rituais, o tempo ordinário dá lugar a um tempo mítico. A terceira linha investigativa analisa que o exemplo dos deuses são os exemplos que o homem religioso segue. Todas as ações do homem religioso busca imitar o ato de deus. A uma analogia entre o corpo humano que por muitas vezes é dotado de sacralidade com a construção do espaço mítico do tempo da criação, devo esclarecer que o tempo da criação ( que nas sociedades arcaicas foi representado pela narração do mito pela primeira vez)

Outra coisa estranha que estou a ler é um livro curioso sobre filosofia analítica da religião, no qual, o autor discutiu através de diversas posições de vários autores, qual o estatuto das proposições religiosas, uns atestam que uma asserção religiosa é destituída de cognocibilidade, pois não são passíveis de verificabilidade,ou mesmo, não é possível a sua falseabilidade tais posições são respectivamente tomadas uma pela escola vienense positivista, e a outra pela critica ao positivismo lógico, a chamada escola neo-impirista, na contra-mão surge autores que defendem os argumentos religiosos afirmando que as tais proposições não devem ser analisadas como asserções cientificas, e sim dentro de uma lógica própria da linguagem teológica. Estes estão claramente sobre a influência do filosofo Wittgenstein que afirmou no seu Tractados que o problema de Deus é um problema que dá sentido a vida, logo é um problema ético, não é possível, portanto, tratá-lo como verdade ou como falsidade apenas compará-lo nas ações morais da vida.

Mais notícias em breve.

Jt

2 comentários:

  1. Gostei do "apenas" final...
    É o meu preferido, aliás!
    HIEROFANIA, definitivamente, é uma palavra que vai pro meu vocabulário diuturno!

    WPC>

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