sexta-feira, 29 de outubro de 2010

EU SOU MENOR, BEM MENOR QUE ANDREI TARKOVSKY!


Talvez este fosse um truísmo que dispensasse pronunciamento, visto que sou “o mais indigno servo da realeza do Senhor” (paráfrase de Kelly Patrícia), mas, se eu estivesse aqui falando sobre algum filme do Ingmar Bergman ou do Walter Hugo Khouri, eu poderia estar metendo o bedelho na trama, declarando minhas identificações, enfrentando o filme em si. Diante de Andrei Tarkovsky, não me atrevo a esta ousadia: sou muito, muito menor que ele – e, como tal, depois de ter visto “Nostalgia” (1983), entrei em colapso: o que é aquilo? O que ele quer me dizer? Por que dói tanto?

Por mais que eu tivesse a audácia de extrair qualquer resposta de meus incipientes substratos reativos para responder a qualquer destas perguntas, novas e ainda mais irrespondíveis perguntas seriam formuladas. “Nostalgia” é algo que fere, que dói, que marca, que machuca! E eu ouso dizer que não gostei tanto do filme como acham que eu deveria. É difícil. Não consegui.

Na trama, um poeta russo vaga pela Itália em busca de dados biográficos alheios e de amor. Fora da tela, nós vagamos juntos com ele pela Itália em busca de dados biográficos alheios e de amor. E de amor. E de amor. Mil vezes, e de amor. E há uma mulher bonita que questiona a si mesma enquanto mulher. E há vários espelhos. E há um cachorro à beira de uma poça d’água. E há amor, mesmo na morte. Há amor!

Se me pedissem para debater este diretor junto com alguém, eu titubearia. Não sei o que falar direito sobre este filme. Pelo menos, não racionalmente, não sob um viés lógico. É um filme que pulsa sentimento e incompreensão, enquanto temas mesmos da narrativa. E, mais tarde, estarei diante de “O Sacrifício” (1986), meu Deus! O que será que me aguarda?

Wesley PC>

4 comentários:

  1. estou baixando Nostalgia...
    depois desse comentário, *medo*

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  2. "Na trama, um poeta russo vaga pela Itália em busca de dados biográficos alheios e de amor. Fora da tela, nós vagamos juntos com ele pela Itália em busca de dados biográficos alheios e de amor. E de amor. E de amor. Mil vezes, e de amor. E há uma mulher bonita que questiona a si mesma enquanto mulher. E há vários espelhos. E há um cachorro à beira de uma poça d’água. E há amor, mesmo na morte. Há amor!"

    Racionalidade de amor. Chato é quando dizemos não ter entendido quando tudo o que fizemos foi entender. Não precisamos sempre da matemática, caro amigo Wesley...

    Beijo. Vamos ver filme aqui..... (pedido com cara de pidão tristonho) venham todos (nina, wesley, tati etc...)

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  3. Por favor, vamos que vamos. Aceito o convite e faço meu e meu e meu o teu convite. Quando?????
    Me liga confirmando, visse?
    mas este NOSTALGIA dá medo mesmo!
    E eu juro que este resuminho que tentei fazer não significa nem 1/4.536 do que o filme representa: foi demais para mim, muito forte, Deus que (não) me livre!

    ME LIGA!

    9953-4266

    WPC>

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  4. E, sim, Tiaguinho, eu racionalizo demais. Amor, inclusive. É uma precaução. O gurizinho bruto (porém tolerante) que suportou as 15 mensagens suplicantes de celular após o filme que o diga...

    WPC>

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