domingo, 8 de agosto de 2010

E EU NEM TINHA ME DADO CONTA... MAS AGORA AMO TAMBÉM A PARTE MASCULINA DE MINHA FAMÍLIA!

Hoje eu acordei com vontade de ver “Nossa Vida Não cabe Num Opala” (2008, de Reinaldo Pinheiro). Não tinha nenhum motivo específico para tal. Acordei com vontade e pronto! Achei um jeito de conseguir o filme e taquei-o no reprodutor de DVDs. Tinha ouvido muita gente falar mal, mas confiava no elenco. Paguei pelo preço de minha vontade...

Tava pouco me lixando se o filme era bom ou ruim. Para além de sua qualidade rotular propriamente dita, interessava-me ver o quanto ele transmitia-me de nacionalidade, de Brasil, de um lugar que eu reconheço como sendo aquele em que vivo, de pessoas que falam a mesma língua que eu e que podem pensar e fazer coisas que eu posso pensar e fazer... Infelizmente, a desorganização estilística do diretor Reinaldo Pinheiro desperdiçou muito do que aquele grande elenco poderia oferecer: Milhem Cortaz encarna um insuportável estereótipo de rapaz fodido; Leonardo Medeiros faz o fodido ao cubo a que já se acostumara; Jonas Bloch e Paulo César Pereio se destacam pela consagração chula de um cinismo sempre bem-vindo, mas têm poucas oportunidades de brilharem frente ao tom lamentoso do roteiro; Maria Manoella promete, mas, no caso dela, promessa não foi dívida; Dercy Gonçalves faz rir em sua rápida aparição; Marília Pêra surge, bastando; e o idiota do Gabriel Pinheiro devia ser punido pela esculhambação que faz no que tange aos meus fetiches desejosos pós-adolescentes. A exceção nesta mixórdia vai para a adorável Maria Luísa Mendonça, que repete três vezes um mesmo texto de sedução arrependida, mas é boicotada pela trilha sonora. Merda!

Quando eu já estava quase me acostumando à sub-mediania do filme, uma lembrança estranha. O fantasma de um ladrão de carros recém-falecido surge no carro roubado de um ladrão de carros enfastiado e, no meio da conversa, o primeiro pergunta: “por que tu não vais com a minha cara?”. A resposta é no ato: “porque tu és meu pai!”. Bastou. Foi aí que eu saquei que hoje era dia dos pais – e que eu não conheci meu pai – e que eu estou pouco me lixando para isso – e que meus dois irmãos estão em casa neste exato momento, vendo o jogo de futebol Flamengo X Corinthians na TV – e ambos são flamenguistas – e, por enquanto, o time deles está perdendo – e eu não ligo muito para futebol, mas admito que o poder de coesão (e de disrupção) deste esporte me é relevante no plano sociológico. Por isso, eu até que tento entrar de vez em quando na conversa deles (meus dois irmãos, um de 42 e o outro de 27 anos), que trocam experiências masculinas em minha sala, neste exato momento, mas nem sempre consigo. Sou diferente, acho!

Ai, ai, família...

Wesley PC>

2 comentários:

  1. Eu achava que não ligasse...

    Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    Acho que estou no mesmo estado beijo-de-novela que tu, Tatiana!

    WPC>

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