Ouvira falar em Clarice Lispector na juventude. Ontem ganhou de uma amiga “Água Viva” e, acostumada a ler livros de auto-ajuda, abriu-o com esperança e a mensagem do dia foi “Não é confortável o que te escrevo. Não faço confidências. Antes me metalizo. E não te sou e me sou confortável; minha palavra estala no espaço do dia. O que saberás de mim é a sombra da flecha que se fincou no alvo. Só pegarei inutilmente uma sombra que não ocupa lugar no espaço, e o que apenas importa é o dardo. Construo algo isento de mim e de ti – eis a minha liberdade que leva à morte.”
Fechou-o e leu-o depois, do início ao fim, perplexa, cheia de fascínio e horror com a realidade de que não há ajuda alguma. Viciou-se, instantaneamente, em liberdade.
O termo correto é este mesmo: viciar-se em liberdade!
ResponderExcluirmaravilha de relato poético, com foto que muito lhe faz jus!
WPC>
A imagem traduz e muito do que o das ficções. Você me entende, Tiago. E isso é divino maravilhoso!
ResponderExcluir