Bom, depois de ouvir meus admiráveis e amados amigos falarem, em diversas situações, que para driblar a insônia, velha companheira de todos nós pelo vsito, assitem a filmes, eu decidi aderir ao tal remédio.
E, noite dessas, insone, coloquei um filminho para relaxar: Inland Empire, de David Lynch.
Ok. Quase três horas de uma versão "eu não tô entendendo que não vou conseguir parar de ver e só tô entendendo que isso não vai me relaxar em nada esta madrugada".
E foi exatamente assim que se deu: assisti até o final. Não relaxei. Inquietei-me deveras. Com aquela história que a princípio reduzi: é uma atriz pirando por ser atriz, por interpretar outras pessoas... Lembrava-me de Persona de Bergman e achava que era um jeito de David Lynch lidar com um tipo de "influência" (no bom sentido). Tão bom sentido que havia asseverado e muito na proposta de uma mulher enrolada nas brenhas do pensamento. Em Bergman eram duas as atrizes e ele, Lynch, nos apresentava uma só a viver várias.
Logo desisti desse reducionismo. O filme era por si mesmo uma linha tênue. Uma transgressão. Um borrão (não acho boa essa palavra) que me deixava no mesmo limite: também eu me transformava em outras a cada minuto que se passava, que eu vivia, que experienciava o filme...
E o que é Inland Empire? E aquela cara assustadora e aquela câmera tão singular quando eu achava que ok, as coisas já estavam resolvidas...
O bom foi que viciei nessa tática. E se assistir a filminhos por conta da insônia não melhora a insônia, me deixou acordada de maneira muito mais instigante.
Fiquem com a imagem-sensação que me impressionou e me fez soltar um "puta caralho" na madrugada e com o conselho de que é bom sim assistir a filmes com insônia, se não acalma: perturba: é o que há. E eu gosto disso.
Puta caralho!Puta vontade de rir que me deu vendo essa cara estranha aí! Na verdade imaginei vc vendo esse filme, levando um baita susto e quebrando a calma da madrugada dizendo "Puta Cralho!"
ResponderExcluirRi, agora. Imaginando você mangando de mim!
ResponderExcluirestou aqui em plena madrugada de insônia. não adianta. virou mania mesmo. todo bendito dia é assim.
ResponderExcluira madrugada é maravilhosa. aquele silêncio, aquela tranquilidade, aquele clima todo favorável a ler livros e ver filmes.
aí eu fico até 4h da manhã vendo O gosto da cereja de novo ou lendo Morangos mofados pela maravilhosa e encantadora primeira vez.
fizeram os livros e os filmes para a madrugada.
parece até que quem os criou, criou nessas horas.
o problema é que no outro dia eu tô toda lascada para cumprir minhas obrigações.
aí fica aquela coisa. eu preciso parar com essa insônia dos infernos. mas ela é tão gostosa!
Eu que repasso muito este tipo de conselho (risos)
ResponderExcluirApesar de ser fã do Lynch, tenho um problema com este filme... Coisa besta, de quem foi fã dele na adolescência e está chateado com suas repetições estilísticas (e enigmáticas) um tanto foçadas, mas...
É um (quase) ótimo filme, com uma magnífica trilha, atuação visceral da Laura Dern (de novo, ao lado dele!), seqüência final dançante PERFEITA! Fiquei quase tentado a dizer que a lentidão do filme é uma boa cura contra a insônia, mas a imagem que postaste, as elevações súbitas de som e o clima de terror e vigilância perene intimidam. Jadson vai detestar este filme (acho!), mas eu gosto...
Fiquei com vontade de revê-lo agora!
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