terça-feira, 12 de abril de 2011

HOMEM MALUCO NÃO É PARA QUALQUER UM

Homem maluco não é para qualquer um.

Quando parecia estar morrendo

Levantava de manhã potro recém parido.

Rompente.

O que vai ser agora?

Ele se foi e eu pareço estar indo também.

Em direção aos nossos dias estranhos de paz,

como se eu não soubesse que agora é ilusão.

Roubou de mim coisa que não desvendo.

Talvez um pedaço dessa carne doida.

Vejo os pingos de sangue no chão,

Ele agora sangra.

Há de carregar esse pedaço

Que há de apodrecer com ele.

Há de causar-lhe asco medonho e eterno.

Há de enlouquecê-lo ainda mais.

O verá enegrecer e enegrecerá junto com ele.

Ah, isso há de acontecer!

Não é o mal que desejo agora.

É o bem que eu desejo,

Porque aprendizagem está entre as coisas do bem.

Antes que isso aconteça, tomara que se arrependa e que volte.

Senão, eu lamento, ele vai desaparecer.

E se o destino for bonzinho,

O máximo que se tornará será uma mancha de sangue na calçada dessa casa.

Uma mancha de vermelho-ferrugem negligenciada por quem passa,

Por quem pisa.

O que o nutre ficou.

O que o livrará da crueldade desse mundo está aqui,

Fumando, batendo a bituquinha na quina da janela, suporte

Cativo de nossas trepadas.

Eis o máximo de minha oferta para que se arrependa e volte:

Mantê-lo louco perto de mim. Te prometo, meu amor.

Ontem à noite, era eu quem gritava endoidecido com a falta

Do teu jeito único de entrecortar nossa cólera com carinho.

Nesse instante, meu amado, a lua paira sobre a minha cabeça,

Mas amanhã de manhã, ah... amanhã de manhã...

O Sol, vermelho e furioso, pesará sobre a tua.

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