Uma vez,
Embaixo da cama de minha avó,
Achei uma caixinha azul de metal.
Ali, um vidrinho de perfume
em formato de coração,
um relógio de bolso dourado e fotografias.
De repente, uma voz:
"Peloco de vó, venha comer!"
De susto, ligeiro, a tranquei.
Vinte e sete anos se passaram.
Sensação outro dia de que perdi coisa minha
Lá dentro.
Descobri que peloco é filhote de pássaro.
E que, quando fechei a pequena caixa,
Esqueci dentro dela as minhas asinhas.
Lindo. Forte. Eu sei dessa história. e agora, se fecho os olhos: te vejo. E se me esforço, te abraço e sinto seu cabelo bom de passar as mãos. Vc é assim: puro até quando há putarias. Menino pássaro com asas na caixinha de seu vô e por trás das costas. A gente aqui fora vê as asinhas. Vc aprenderá a voar. Aliás, vc já voa: quando escreve, quando fala coisas lindas, fortes, cortantes. vc é anjo. Ainda que fume e que beba e que jogue. O céu é parecido assim com vc com seu vô e uma caixa que é o mundo. Pressa agora, mas é isso: saudades e amor. e felicidade por vc ser meu amigo.
ResponderExcluirLindo... me fez relembrar minha história que você já sabe.
ResponderExcluirquero voce pra mim...
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