sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Música de Brinquedo (Pato Fu, 2010)



O Inusitado merece ser escrito assim: INUSITADO. Porque é assim que ele vem. E que bom que ele vem. Que venha sempre, que me permita o destino. Acabo de ouvir o álbum Música de Brinquedo do Pato Fu. Pouco conheço da banda, mas ultimamente vinha ouvindo com certa freqüência o “onde brilhem os seus olhos” da Fernanda Takai. A faixa “diz que fui por aí” é de longe a minha preferida. Mas o que moveu a minha mão até esse teclado cúmplice de tantas coisas foi mesmo a faixa “Ovelha Negra” (Rita Lee) do Música de Brinquedo. Resolvi até estudar para o seminário da segunda feira (?!?)... pois bem....

Fernanda Takai divide a música com duas crianças de 6 anos, mas não é um coro afinadíssimo, de vozes finas e religiosamente celestiais. Sabem aquela parte do Tchutchutchutchuuuuuu, na música? Ficou engraçada nas vozes dessas crianças! Lembrei de nós. Lembrei de mim que vivo achando que estou fazendo a coisa mais certa, a mais importante, de maneira tão escancaradamente ingênua. Alguém precisa me dar um tapa e dizer cresça!??? Rapaz... mesmo que isso seja, muitas vezes, sinônimo de sofrimento para mim, prefiro continuar sendo menino.

Não disse o mais estranho (no melhor dos sentidos) sobre o cd, todos os instrumentos musicais são de brinquedo. Músicas como “Ovelha Negra”, “Frevo Mulher” e “Primavera”, tocadas com esses instrumentos. E cantadas por crianças “das nossas” e pela Takai. Amanhã, estarão no meu tocador, na minha velha e boa companheira caminhada matinal (quem me dera ter sempre tempo).

Preciso disso às vezes, crianças cantando tchutchutchutchuuuuuu... e todo o resto da música.

4 comentários:

  1. Ao contrário de tu, sou fã ardoroso da banda mineira, possuo todos os seus discos e, creia-me, estava relutante em adquirir este novo projeto, por achá-lo muito... "esquemático" em relação ao tipo de efeito que causaria num público sensível. Teu comentário pessoal e gracioso, porém, dirimiu qualquer hesitação pendente e, hoje mesmo, vou baixá-lo, para ouvi-lo mais tarde ao lado de minha mãe. Sinto que funcionará deveras. Porque é assim que se escreve INUSITADO: com letras maiúsculas e paixão crítica.

    Beijão.
    Valeu pela dica,

    WPC>

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  2. Baixei o disco, estou a reouvir a canção e, para além de tudo de bom que ela evoca, fiquei a imaginar o quão voluntária foi a participação dos gurizinhos ali... Sei lá, será que eles realmente gostavam da canção, entendiam sobre o que ela fala? Juro, fiquei noiado com isso... Estou ainda. Mas confio na Takai, gostosinha e fofa e inteligente que só ela...

    WPC>

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  3. Também fiquei pensando nisso, mas tive a impressão de que eles se divertiam muito.
    E, juro, fiquei imaginando eles perguntando tantas coisas sobre as músicas e o pessoal tendo que explicar. Crianças são tão INUSITADAS. Lembrei de uma nova amiguinha que tenho, Emanuele, tem 6 ou 5 anos não sei... me perguntando, me enchendo de porquês sobre as eleições e eu escolhendo as melhores palavras, as mais adequadas, para não assustá-la rsrs...
    Mas sabe, acho que eles imaginaram muitas coisas, "ovelha negra" nos pastos, flores na "primavera", eu quando criança faria isso.

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