sábado, 16 de outubro de 2010

I SAID TO MYSELF:

É incrível a quantidade de pronomes reflexivos na obra-prima de Virginia Woolf que leio neste exato instante: “Mrs. Dalloway” (1925) não é somente um livro dolorosamente perfeito como também é uma trama de eterno questionamento existencial (e sexual) que tem muito a ver com o que aprendi facilmente a amar em Clarice Lispector. E, por mais que eu hesite em entender o que perturba e machuca tanto a protagonista, eu sei. E tenho certeza que qualquer um deste Maracujá com Açúcar que tenha lido o livro sabe também: Amor com A maiúsculo!

A cada página do livro que devoro, tenho mais medo e desejo simultâneos de virar a página: sei o que vou encontrar, tenho gastura em surpreender-me com o que encontro. E isto é uma das melhores sensações que vivenciei ao longo de toda a minha vida literária e humana, como se ambas se distinguissem...

Porque além de ler, ouvir músicas, ver filmes, fazer sexo oral, defecar, comer queijo com feijão e digitar no computador, eu amo... E tudo faz sentido quando se admite isto! Por isso, ele acorda falando consigo mesmo: “a morte da alma”... E Clarissa grita: “meu nome é Dalloway”! E ela beija outra mulher. E chora. E dá festas.E ela disse que iria comprar as flores ela mesma. Somos dois!

Wesley PC>

5 comentários:

  1. Caro wesley, eis um livro que me mete medo....

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  2. Tu não sabes o quanto...
    É para ter medo mesmo...
    Eu estou com medo agora...
    Medo de prosseguir, mas, ao mesmo tempo, é uma vontade, um ímpeto...
    periga ser um dos mais perfeitos de minha vida...
    Se eu chegar até o final (do livro, da vida)...
    Perigoso mesmo!
    E lindo, maravilhoso, suicida, soberbo!

    WPC>

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  3. estou com dois livros dela: O Quarto de Jacob
    e Entre os Atos.

    Não lerei nenhum deles. Li Mrs. Dalloway há alguns anos... nunca mais fui o mesmo, "a chavinha foi ligada nessa época".

    Quanto aos livros que citei: estou doando de coração, assim como fiz com Orlando e o próprio Mrs. Dalloway, foram os únicos que li completamente.

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  4. Então, pode me passar esta doação, baby!

    Que eu tenho medo, que nem Jadão, mas preciso desta chavinha para ficar ligado!

    beijos.

    WPC>

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  5. Eu os tenho. Ligada a chavinha: nunca mais voltei. E agora: é imunidade baixa, estresse e dermografismo. Tudo mentira: são essas mulheres escrevendo tudo isso e me deixando assim!
    Aprendi: amo. Sem forçar, sai desse jeito: pelos poros, Amor. Minha pele fica vermelha, incha, coça: Amor. Desses qua a gente diz porque se não fala: intala na garganta, mata engasgado. E tem do outro: do que nunca a gente fala.
    Mas, sempre assim: que sai de dentro, para fora, com silêncios ou palavras.
    Mas, nunca, jamais, pro fingimento ou obrigacão.
    Amor é dor que dói e não se sente.
    Fato.

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