sábado, 14 de agosto de 2010

Sabedoria


“Diferente seria se diferente fosse”. Ela falava essas coisas. Assim: do nada.
Não esperava resposta. Porque era absoluta.
Quando a gente indagava, aí sim, desenrolava a falar. Falava toda e qualquer coisa. E era um luxo. Passado, presente e futuro.
Até do futuro ela falava. Como se estivesse acontecendo agora, ali mesmo, em nossa frente. E, olha, que era de uma precisão tamanha que enxergávamos mesmo tudinho o que ela dizia.
E, parecia que era moganga de serpente, porque de repente todos estávamos estapafúrdios olhando para ela. Meio que entendendo e não-entendendo também.
E, quando percebia muita boca aberta, babas quase caindo, fechava dizendo: “É isso”.

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