Fui-me embora. Doía-me os pés e a cabeça. Sangrava a alma e a cara carregava um riso plácido, meio bobo, como que contrariando tudo o que por dentro se passava.
Busquei a lonjura dos lugares para acertar as contas comigo mesma. Que é que era isso de por dentro uma coisa e por fora: essa cara risonha?
Comigo não seria mais assim não.
Contradição é uma coisa. Estudada e muito e desde sempre. Mas, essa da cara já era mesmo implicância e não pura incoerência nossa de todos os dias.
As lonjuras não possuem espelhos. Não possuem primeiros socorros. Visto que os últimos me cabem muito bem.
As privadas das lonjuras são imundas. Fedem. E é como se fosse um tipo de sofrimento necessário no sentido cristão da palavra sofrimento. O fedor como se fossem lapadas de chicote nas costas de um monge.
Faz frio nas lonjuras. Chove e fica tudo cinza. O vermelho é só do corte. Do pé e da alma.
A cara não sei como anda. Não a vejo há dias. Às vezes a sinto como se estivesse vermelha. E penso: sangra? Não levo a mão ao rosto. Nada de carinhos.
Fui-me embora.
Depois, eu volto.
O melhor de tudo é voltar...
ResponderExcluirWPC>
o massa foi perguntar se era sobre mim, vc dizer q era sobre vc, e depois "eita... é mesmo.. aquela história..."
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkkkkkkkk
curto me identificar com dramas alheios!!!
Nossas lonjuras, as de todos nós, se encontram, cúmplices, em algum ponto do infinito.
ResponderExcluirE voltaremos sempre! Eu desejo.