domingo, 23 de maio de 2010

Falta-me paciência

Quando estava em Maceió, eu e a amiga que me recebeu lá fomos ao Orákulo, um espaço engraçado que meio que reúne todo tipo de "balada" em Maceió, de show de rock, chorinho, a shows de arrocha. Fomos conferir um tal de Varal Poético. Tratava-se de um evento em que papéis com poesias e poemas ficavam pendurados em varais distribuídos pela casa de espetáculos.

Ao ler algumas delas, acabei encontrando uma bastante engraçada. Era de um escritor que não era famoso, e minha memória alcóolica não lembra agora o nome do indivíduo. O que me chamou a atenção no poema em questão era o fato de se distinguir MUITO dos outros por ter uma veia mais sarcástica e apresentar palavras obscenas. No fim das contas, o eu lírico de um cara escroto afirmava que escrevia para comer uma bucetinha.

Eu vibrei com aquilo. Como as pessoas recitavam num palco no Varal Poético, eu queria também declamar aquele poema. Mas não estava bêbada para fazer aquilo. Infelizmente.

E hoje eu me lembrei desse poema e queria muito encontrá-lo. Ele faz todo o sentido pra mim. Fiquei com um guri esse fim de semana que veio, como tantos outros, com papinho profundo pra cima de moi. Ele tem até um blog que visitei ontem. Mas o fato é que era nítido que suas elocubrações existencialistas, suas preocupações com o sentido do mundo e dos relacionamentos humanos, apesar de me parecerem verdadeiras, estavam sendo ditas para me impressionar. E tudo se tornou bastante cansativo.

Eu olhava pra ele e pensava em como eu daria a bola ou a investida que nos levaria ao beijo. E ele me olhava, me olhava, mas não fazia nada. Até que finalmente, ao concluir que ele estava de graça, eu o beijei. E ele se alvoroçou todo, como se estivesse há muito tempo esperando por isso.

Ficamos. Ponto final. No dia seguinte ele estava de novo no festival de música onde eu estava trabalhando a serviço de uma determinada emissora. Percebi que ele passou diversas vezes pelo mesmo lugar, como se estivesse me rondando. Não tive ânimo suficiente para falar com ele.

Talvez porque o perfil problemático dele, que comentava bastante sobre relacionamentos mais problemáticos ainda, e que ele não tinha superado, não me atraía em nada. Sim, o típico menininho profundo e neurótico havia deixado de fazer efeito em mim. Simplesmente porque sua neurose e profundidade me pareciam superficiais e lógicas. Até óbvias demais. Não que eu seja uma pessoa centrada, como todo mundo bem sabe, mas não tenho mais saco pra pessoas de devaneios ditos ao léu de maneira forçada.

E me senti feliz e satisfeita por aparentemente esse tipo de menino não provocar nada em mim além da vontade de ficar. Causa até mesmo uma leve náusea.

3 comentários:

  1. Mas tu tens mesmo um problema com esta melancolia alheia, né? Ah, se eu pegasse um menininho destes...

    WPC>

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  2. eu não tenho problemas com a melancolia alheia.
    eu sou melancólica.
    eu tenho problemas com meninos que se fazem de "profundos" pra pegar mulher.
    esse mesmo chegou a dizer que não era POSTIVISTA, e sim pessimista, posto que seja um admirador de Augusto dos Anjos.

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  3. kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    "Positivista", neste contexto, é o cúmulo!
    Fizeste bem ao ser seletiva e "carnal" com o tal moço (hehehehe)

    Mas, mesmo assim, da próxima vez, dê meu número pra ele (risos), nem que seja como segunda opção...

    WPC>

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