segunda-feira, 10 de maio de 2010

A grande arte de sumir

Eu fui embora, mas ninguém notou. Simplesmente porque não saí do lugar.
Em pequena, bisbilhotava a arte de sumir: achando que esses artíficies da invisibilidade deixaram seus segredos nos mais mofados livros das bibliotecas públicas: acostumei o nariz à toda e qualquer alergia.
Li tantas coisas até que: aprendi que se some sim. Que se vai embora, que se deixa os lugares e as pessoas sem sequer sair do chão.
Claro que a mente de guria pensava logo em voar.
Pensava em voar e em palavras mágicas. Em estar aqui e de repente estar lá.
Agora, adulta já, fazendo grande barulho, chamando muita ateção, além de ter treinado o nariz e quase nunca espirrar: consigo ir embora sem que ninguém note.

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