Depois de escrever sobre os passeios de bicicleta de minha meninice, lembrei-me do quão apegada às imagens do passado eu sou!
Lembrei-me agora da sensação de felicidade por rememorar ou "retracejar" os lugares de Aracaju quando li Os Corumbas, de Amando Fontes. Eu recém-morava em Aracaju, na rua Arauá. Logo depois, fui morar no Santo Antônio e as imagens do livro nunca me saíram da cabeça-olhar. Nunca foi novidade eu sentar para ver o pôr-do-sol na colina e pensar, aqui, tal personagem também fez isso...
Recentemente, assistindo a uma fala de Milton Coelho, cego (ou seria mesmo e mais verdadeiramente cegado) durante a Ditadura Militar, ele (re)contou a prisão (uma das) dele e, narrando-a, falou:"Desci a Av. João Ribeiro, dobrei na padaria Ceci, peguei a Simião Sobral..." De repente, eu estava lá com ele, fazendo o mesmo percurso, coração batendo na garganta, com medo, pressa raiva daquele carro que o perseguia. E vi o fusca que o carregou para o 18 do Forte e que carregou sua visão para sempre.
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