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quarta-feira, 14 de julho de 2010

Rabbits

Rabbits é uma série, dirigida por David Lynch, com oito episódios e, ao todo, dura mais ou menos 43 minutos.
São trÊs atores vestidos de coelhos, numa sala, a falarem coisas desconectadas uns com os outros. A cada entrada ou a cada uma ou outra descomunicação, ouvimos aplausos de um público, o que nos remete a programas cômicos de TV.
Nunca havia assistido outra coisa de Lynch que o Veludo Azul. A bactéria, a prostração, a insônia, me levaram a essa vontade de vê-lo mais.
Assim que terminei de assistir à série, que vim a saber é denominada por websisódios, uma vez que parece estar disponível no site do diretor, liguei para Jadson. Queria compreender, não no sentido já escrito e debatido por Tiaguinho, mas o problema é que nem mesmo sentir eu conseguia. Não me capturou nem pelo inteligível nem, pelo sensível e nem me deixoud esgrudar os olhos dos tais websisódios.
Queria ir até o final para saber se haveria algo mais. Os planos mais lembraram-me teatro filmado. Os sons, muitas vezes irritam. Assim como a ininteligibilidade. E o problema nem era eu não alcançar ou me sentir pequena por conta da não alcançabilidade. O problema era: o que é que ele qeuria com aquilo? O que transgredia? um jeito de se fazer cinema? Um costume de uma classe? O comprotamento do ser humano? A incomunicabilidade?
Jadson não havia assistido. E eu prometi que se eu procurasse explicações com as pessoas, na Internet, nos lviros, fosse onde fosse e a encontrasse, eu prometi que trataria de qualquer assunto, eu mesma, falando em árabe, em alemão, russo, japonês, de agora em diante.
Vim para o mais rápido e fácil: a lan hause. Não encotnrei grandes coisas que fosse diferentes das impressões que tive ao assistir à série.
Li coisas sobre o diretor ser "um profissional hiperativo que diz não conseguir ficar parado, sempre buscando alguma forma de realizar seu trabalho, seja no cinema, na tv, na fotografia ou em mídias experimentais como foi o caso de Rabbits, lançado inicialmente em seu site como websisódios".
Tenho que admitir que Rabbits é estranho, diferente e que vale a pena ver e buscar. Buscar não sei ainda o quê. Quem puder e quiser: me ajude.

E eu, assim imersa em bactéria e em David Lynch, quando escrevia esse post, recebi ligação de Wesley PC. Claro que não acho que seja por acaso.
 Ele me esclareceu coisas sobre o diretor, incluive falou sobre a saturação disso de ele ser sempre ininteligível, que ultimamente tem sido um teipo de "forçação de barra". Wesley junto com Jadson são dois monstrinhos comedores de filmes, né? Não viram essa tal de websisódio, mas sempre salvam, ajudam, esclarecem.
Vou continuar assistindo David Lynch. Já não vou me assustar com nada.
Gostei muito de Inland Empire. Vou olhar de novo para Rabbits. E tomara que essa bactéria saia logo de mim, porque revendo Naked Lunch, de David Cronenberg, quase senti uma enorme centopéia em minha garganta (invenção pura essa minha, agora) de tanto ela coçar.
Juro que o barato do pó, do inceticida, no filme, quase me fez espirrar e enxergar uma grande barata com boca falante e desejante de pó no meu velho computador!
Claro que o bichinho do qual mais gosto, no filme, é aquele quase escorpião meio bunda, meio pinto...
Ok. Isso não é um jeito bom de analisar nem de falar de filmes, né?
Além de infectada por bactérias, estou ficando sacrílega. Tmabém, pudera! Por que raios no Brasil não é Almoço Nu o nome do filme e sim "Mistérios e paixões", hein?
Bem, deixa eu voltar para meus contos, porque o cinema está me deixando confusa...


sábado, 19 de junho de 2010

SE ESTA IMAGEM TE CAUSOU QUALQUER EFEITO, POR FAVOR, CORRA PARA O CINEMA E VEJA “O ESCRITOR FANTASMA” (2010), MAIS RECENTE FILME DE ROMAN POLANSKI!

Não posso dar muitos detalhes, pois o filme é surpreendente e urgente em suas denúncias, mas, mesmo para quem não se interesse muito por hermenêutica persecutória, o filme é genial! Genial porque realizado por um verdadeiro “autor”. Autor de cinema! Realizado por um cineasta preso por um crime que divide opiniões. Alguns dizem que já deveria ter expirado. Outros, que não há perdão. Independentemente de qual seja a opinião sobre um tema, a certeza: mesmo que este crime não seja nem de longe mencionado no enredo do filme, os questionamentos sobre ele estão lá, a nos perturbar, nos forçando a tomar posição, ao mesmo tempo em que percebemos que estamos completamente cerceados. Não há mais saída! Tal qual o dia em que li “O Processo”, de Franz Kafka, senti-me como se estivéssemos sendo vigiados e perseguidos o tempo inteiro, não importa de que lado estejamos, não importa quais práticas políticas ponhamos em prática, seremos perseguidos! Roman Polanski traduziu a minha agonia em CINEMA – com letras maiúsculas. Recomendo, de coração!

Quanto à foto, alguém se lembra do fato? Diz respeito a soldados norte-americanos que aprisionaram suspeitos muçulmanos de terrorismo que, completamente desrespeitados em suas crenças morais e religiosas, são obrigados a acariciarem suas genitálias em frente a câmeras, obrigados a se beijarem entre si, a masturbarem-se uns aos outros, mesmo que não fossem necessariamente culpados daquilo que foram acusados. Tratava-se de uma nova tática de tortura: traumatizar os suspeitos pela cepa, naquilo que carregam de mais sagrado: sua pudicícia sexual. Será que os culpados por esta desonra foram punidos? Alguém não arrisca dizer que “não”?

Wesley PC>