terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A laranjeira, Carlos Fuentes

 Martín II

Mãe: só contigo o nosso pai venceu. Só a teu lado teve sorte crescente. Só contigo não lhe declinou o poder, a fama, a compaixão, a riqueza. Bendigo-te, mãezinha querida. Agradeço-te a pele morena, os olhos líquidos, a cabeleira semelhante à crina dos cavalos de meu pai, o públis quase glabro, a baixa estatura, a voz aflautada, as palavras parcas, os diminutivos e apelidos, o sonho maior que a vida, a pouca memória, o contentamento disfarçado de resignação, o desejo de acreditar, o anseio de paternidade, a imagem perdida no meio da maré humana escura e subjugada como eu: sou a maioria.

Começo a flertar o livro A laranjeira, de Carlos Fuentes. Estava, antes, a ler coisas só em espanhol por motivos óbvios e desesperadores: queria saber o máximo possível e mais e mais compreender os hermanos. Acabei lendo um francês traduzido para o espanhol...Mas, agora estou lendo Carlos Fuentes em português...kkkkkkk!
Entre uma espera e outra, em viagens de busão de um lugar ao outro, um tanto antes de dormir, enquanto espero Rogério sair do banho para irmos para a rua...crio todas as oportunidades para viajar, curtir tudo e todas as pessoas, para experimentar as bebidas mais nonsenses possíveis, para rir muito e para continuar lendo!

A passagem de Fuentes acima me lembrou a mim mesma, a história tão comum e tão da maioria: as mães (as solteiras ou as casadas), a força das mulheres que seguram as barras sempre pesadas e que são sempre tão invisíveis.

2 comentários:

  1. ei, doido pra saber destas coisitas viu?

    beijão

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  2. Um dia desses eu estava fazendo xixi e pensei: Mas por onde anda Ninalcira, hein? Meu Deus, que menina doida é aquela, hein?

    xeru, Ninete Mary.
    saudades.

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