sábado, 4 de dezembro de 2010

Aqueles dias


Passaram-se aqueles dias. Numa dessas noites contou 15 comprimidos, os últimos da cartela. Os engoliu com água. Deitou-se. Sobre o peito, fotografias. Sobre a escrivaninha, uma carta a muitos destinada. Sobre amor escreveu e consciência. Sobre loucura e desespero palavra nenhuma. À tarde acordou, estava o além do jeito igual ao que deixou. A carta imóvel sobre a escrivaninha, as fotografias sobre o peito. Atrasado percebeu-se, correu para o banho. Dava ainda para salvar o emprego.

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