terça-feira, 7 de setembro de 2010

Rua da amargura, vale da agonia



As sílabas e as vírgulas

Reluzem como setas sinistras


Revelando teu beco, tua pica.

Com gosto na boca de seu cu,

Entreteço as palavras,

Esse caminho de amargura.

Enrola em meus dedos

A rubra língua maldita,

Demoníaca criatura.

Tua bunda é um vale e eu sou

O PÁSSARO.

Entorna tuas águas em mim, entorna,

Diabo!

4 comentários:

  1. Só não gostei muito do Diabo no final, mas o entorno é deveras convidativo (risos)

    WPC>

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  2. rs, raiva e desejo não sei pq me lembram o Diabo.
    Não sei lidar com paixão.
    E tu é rápido hein, acabei de postar!

    Abraços,
    T.

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  3. Rápido eu sou mesmo... E até que sei lidar bem com a tal da raiva, mas... O desejo, ah, o desejo! Mas não acho que ele seja diabólico não!

    WPC>

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  4. Ui! Já eu, entendi como uma ordem erótica: entorna, tuas águas em mim, entorna, diabo!
    Um quase pedido-gemido-ordem-me-bate-que-sou-sacana-da-vida.kkkkkkkkkkkkkkkk!
    Dizia uma letra de Luiz Gonzaga algo parecido com "você com seu jeitinho de obedecer me tirou o jeito de mandar". Mas, tem gente que adoooora ordens, xingamentos, tapinhas e tapões. Esses, são mais para Nelson Rodrigues: "sem dentadas, não há amor possível".
    Vai que é, né?
    Mas, para o amor-paixão-raiva-desejo: "o contrário também bem que pode acontecer...". Só na hora, meu bem, a gente descobre se xinga ou se é xingado. Ou os dois juntos.
    Portanto: que sejam bem-vindos mil diabos! Mas, as águas hão de ser entornadas, todas, em mim (no eu poético, minha gente!!!!!!).
    Beijos endiabrados e inundados dessas águas tais.

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