sábado, 25 de setembro de 2010

Infância e a memória perdida


A memória é uma coisa realmente fascinante, outro dia caminhando pelas ruas do bairro em que moro, lembrei de quando criança brincava nas ruas de muitas coisas e era muito divertido, a minha geração curtia pimbarra, queimado, manja, esconde-esconde, cipozinho quente, garrafão, elástico, pedra-papel-tesoura, eram tantas....
Fiquei me perguntando o que faz que essas coisas percam o sentido quando crescemos, ao menos, o que acontece para que paremos de brincar? De fato passamos a nos divertir de outros modos, esse universo infantil se distância com a chegada das responsabilidades, do modo como vivemos ou como nos submetemos ao modo de produção capitalista.
Ambicionamos tantas coisas, ou mesmo, introjetamos um discurso que diz que precisamos ser algo na vida, ou seja, manter a lógica social em ordem. É uma discussão talvez aporética, o que nos desejamos e aquilo que pensamos que estamos desejando. Mas será que em todo caso somos vítimas da vontade?
Esses dias vi um filme interessante chamado “Moon” no Brasil “Lunar, uma mistura de várias ficções científicas, mas bem legal, que o foco era a memória, a memória implantada em clones de um homem que deveria ter sido astronauta, que teria uma mulher e filha, tais clones serviam em uma base de produção de energia na lua e eram despertados no momento em que convinha a empresa por um computador tipo o HAL de “2001- uma odisseia no espaço”, muitas questões podem e devem ser levantadas a partir das implicações éticas deste tipo de prática, que não duvidem que já aconteça por ai a fora....
Estou numa fase estranha ultimamente, muitas interrogações estão vindo a tona, será que vale a pena viver sendo um clone com memórias implantadas? E Como viver daí em diante sabendo que não existe memória verdadeira?
Olhar o passado é um movimento que as vezes pode ser cruel, se é que temos memórias verdadeiras ou se são as romantizadas as que dão sentido a vida...... e o esquecimento como podemos falar dos hiatos que se formam na nossa mente com o passar do tempo, na verdade o que podemos é criar coisas para preencher os vazios....

Jadson Teles

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