Toda leitura é uma cicatriz.
Desde antes de ontem que ponho o dedo naquilo que estava quase a sarar.
Reli A obescena senhora D, de Hilda Hilst. Reli Quero minha mãe, de Adélia Prado. E estou carregando comigo um livro muito marcado (todo riscado, como costumo deizer: um livro vivido) e que me cicatrizou uns muitos sentires: Água viva, de Clarice Lispector.
Brinquei com Jadson que estava meio suicida e ele me salvou ontem me levando para a rua.
Hoje, voltei ávida por essas leituras-cicatrizes de mim.
Por que?
Tô lendo a trabalho.
Coadunando idéias. Achando como são fortes as presenças dos bichos na escritura das três moças.
As três-moças-das-águas-de-meus-sonhos.
Será que não posso mesmo enxergar a questão de uma zoopoética de Deus nesses bichos dessas moças?
Buscando. Buscando. Cortando-me. Cicatrizando-me.
Nenhum comentário:
Postar um comentário