quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Toda leitura é uma cicatriz.

Toda leitura é uma cicatriz.
Desde antes de ontem que ponho o dedo naquilo que estava quase a sarar.
Reli A obescena senhora D,  de Hilda Hilst. Reli Quero minha mãe, de Adélia Prado. E estou carregando comigo um livro muito marcado (todo riscado, como costumo deizer: um livro vivido) e que me cicatrizou uns muitos sentires: Água viva, de Clarice Lispector.

Brinquei com Jadson que estava meio suicida e ele me salvou ontem me levando para a rua.
Hoje, voltei ávida por essas leituras-cicatrizes de mim.

Por que?

Tô lendo a trabalho.
Coadunando idéias. Achando como são fortes as presenças dos bichos na escritura das três moças.
As três-moças-das-águas-de-meus-sonhos.

Será que não posso mesmo enxergar a questão de uma zoopoética de Deus nesses bichos dessas moças?

Buscando. Buscando. Cortando-me. Cicatrizando-me.

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