domingo, 20 de junho de 2010

... tarde fulera.... tarde morta.


É que não me é cabível a quietude, sabe? É pequena demais para vastidão de minha ânsia. É que há sede demais dessa fundura, sabe? Prova-me então, que o que há é fundura e mais nada. Crês mesmo que ainda assim me aquietaría? Não vês que há angústia? Um querer dominante? Não percebes que não cansarei de vos questionar? Tua fundura rutila, tens idéia do que é isso? Uma fundura que rutila e que queima. Quero saber por que choras, por que geme, por que sangras? Hein? Por que Sangras? E não me diga: SOU VIVA. Mesmo que veja só escuridão, esperarei um raio de luz, o mais torpe. E já não quero mudar nada! Vocês querem? Será esse o tal Motor? Não mudarei nada, não eu. A esperança, essa palavra doce é o que me alimenta a dor. E assim, naturalmente sádico e masoquista, seguirei. Condensa Você, névoa e fundura, expõe e no primeiro raio de sol, a cara começará a derreter-se. O que fará? Jogá-la-á novamente às profundezas obscuras? Desce à escuridão, ao porão disso que chamas alma e lá, aquieta-te. Se não vires a cara da morte, terás as trevas de consolo. Deixa-me seguir na superfície, condensando minha cara ao meu sangue e às minhas dores. Deus. Deixa-me descobrir que aqui há mais cores. Aqui, aqui, aqui, olhe! Deixa-me descobrir vivo que esse desejo perigoso é de minha própria natureza rutilante. Aquieta-te, Você, que não é natureza. Que é um vago buraco pendurado no nada. Aliás, tu não existes. Aqui, condensarei tudo o que há dentro e o que há fora. E construirei minha cara de Deus. Prove-me, Nada, que não sou!

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