Meu corpo é molinho,
Anteninhas na cabeça,
Olha lá a mulher, lá vem com as lamúrias
E o troço encardido.
É um nojo que me dá,
Que me franze o corpo,
E retorce a minha cara.
Se me visse, um tapão com sandalha.
Sei me esconder pendurada no vazio, presa à solidão.
Sabe uma barata de banheiro,
Das que carregam nas costas todos os desejos de morte desse mundo?
O cheiro de banheiro...
De latrina e virilha?
Ácido, fresco e cortante,
De fluidos encardidos. De sebo.
Sou barata e não esqueço.
Um fedor insuportável de urina. De beira de vagina.
De cu. De merda.
De parto e placenta.
De ódio. De feto.
De cabelo suado, de veneno
E de lavanda. É uma agonia.
Ah, essa mulher...
De buraco escancarado entre as pernas,
Vezenquando entorna sangue, quase sempre o lodo.
T.
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