quarta-feira, 12 de maio de 2010

Sem dinheiro pra comprar perfume

Segunda-feira eu decidi comemorar com uma amiga desempregada o Dia do Desempregado. Isso mesmo. O Dia do Desempregado é celebrado quando pessoas sem emprego vão ao bar em plena segunda à tarde, enquanto todos os otários estão putos porque é começo da semana e cheios de coisas pra fazer, e a gente aproveita pra passar na cara que só a gente pode se dar a esse luxo.

No fim das contas, a gente acabou passando horas reclamando da nossa condição. Glória NOT. E eu tive que voltar pra casa mais cedo porque tinha uma entrevista de emprego no dia seguite. Reflita. No mais, a gente escolheu um lugar inusitado pra comemorar esse dia: o mercado.

Digo isso porque a cada 10 minutos vinha um desesperado pedir uns trocados. Quando eu dizia que não tinha nada, me olhavam como se eu fosse a burguesa filha da puta ali curtindo a vida boa e que não dava nada por ruindade. Se eu fosse dar trocado a cada um deles ficava sem nada. No total eu tinha exatamente R$5 na minha bolsa e minha colega foi quem pagou a conta quase toda.

Sei que em certo momento um cara passou vendendo amendoim. Quem me conhece sabe que eu AMO amendoim. Aí ele deixou alguns em cima da mesa. Perguntei o preço. Ele disse R$2. Po, eu só tinha R$5. Não rolava. Mas aí ele insistiu tanto, mas tanto, que chegou uma hora que ele ofereceu o amendoim por UM REAL implorando pra que eu comprasse.Eu comprei, meio sem graça até.

Para o mundo que eu quero descer. Então eu estou desempregada mas me dou ao luxo de beber na segunda-feira? E aproveito que não devo satisfação a ninguém, não preciso pedir folga a SEU NINGUÉM, e vou viajar essa semana? Isso é um desemprego burguês, meus caros. BUR-GUÊS. Outra coisa. Ainda vou aproveitar que tenho mais tempo livre pra estudar pro MESTRADO, e poderei ver mais filmes "DE ARTE". Quer coisa mais burguesa que isso? Só que é uma falsa burguesia. A burguesia que não tem onde cair morta.

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