sábado, 30 de abril de 2011


Ela acordou de madrugada com moscaria na cara. Olhou ao redor e nada tinha de valor, a não ser uma nota de 20 reais que ele tinha lhe deixado junto a um bilhetinho no banheiro. Dor de cabeça dos infernos. Devia tantas contas.Procurou na lista telefônica alguma cartomante que atendesse de madrugada. Encontrou. Correu atravessando a rua. E de tão distraída, quase foi atropelada por um motoqueiro. Mas atravessou ilesa e rindo. Rindo porque se lembrou de Macabéa saindo do encontro com a cartomante que tinha lhe dito coisas tão magníficas sobre o futuro. Imaginou que seria muito engraçado se morresse daquele jeito também. Ficou alegre, de repente.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Charlotte's Scarpins (PARTE II)




Eu penso nisso, vezenquando eu penso. É quando ponho Edith pra tocar que eu lembro. Non Je ne regrette rien.
Aaaii...

Charlotte's Scarpins (PARTE I)

Eu fingia que assinava o cheque enquanto aproveitava para inutilizá-lo. Borrei o valor, borrei a assinatura. O garoto estava drogado demais pra entender o que eu fiz. Eu sabia que era de programa e que tinha de pagar pelos serviços. Mas achei, ingenuamente, que gemia de verdade. Ofereci então um cheque. Ele segurava as chaves do meu carro dizendo que era menor de idade, e que se não me desse mais do que aquilo, ia ligar para recepção do motel e me denunciar. Ele queria era dinheiro de verdade. Enquanto ele girava no dedo a chave eu disse: faça! – Onde eu estava com a cabeça? Mas funcionou. Ele ficou numa praça e eu disse até logo. Esse cheque já deve ter sido usado pra embrulhar drogas, rogo a Deus que isso já tenha acontecido. Era meu nome afinal que andando por aí, ao bel prazer de um prostituto. Um prostituto de órgão imenso, mas estúpido. Gente que não conhece o mundo dos negócios, quando se mete nele, termina na sarjeta.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Música no campus: Tom Zé



Depois do dia em Brasília, hora de voltar para casa e para minha surpresa, Show de Tom Zé!

Antes de uma pequena análise do Show digo aqui, que odeio plateias de artistas consagrados, seja a de artistas alternativos ou não!

Mas voltando ao Show, Tom Zé não fez um Ótimo Show, fez apenas um bom show, graças a sua performance, sempre muito divertida, irônica, sarcástica e inteligente e de sua banda que consegue emanar graça e leveza, apesar da complexidade dos sons que colocam em harmonia, graças, sobretudo, a genialidade do Maestro Zé, TOM ZÉ.

Em Aracaju, há mais ou menos dois anos, pude ver pela primeira vez seu Show que apesar de não gostar tanto das músicas do Cd que o músico apresentava naquele momento, me encantei muito com o Show. Ele parecia mais vigoroso, mais encorpado, sua banda participava junto com ele da performance no palco e eu continuava a odiar aquela platéia de exibidos!

O Show ontem contou com músicas já “tradicionais” do cantor, como: Nave Maria, Elaeu, Senhor Cidadão, Todos os olhos(com direito a uma crítica mordaz a Tropicália), 2001, ONU:vende-se armas, Gene, Tangolomango,Xiquexique, entre outras. Uma seleção impecável, mas o som ou a acústica do ambiente não ajudaram muito. resalvo aqui a participação do jovem guitarrista que roubou acena ao cantar quase a capela a música "Augusta, Angelica e Consolação".

Foi um momento grato qui em Goiânia!

Beijos

Jadão

terça-feira, 26 de abril de 2011

Momento "Vixe"! Enriquecendo debates.

Em um lapso de “qualquer coisa”, no dia seis deste mês o professor Rodorval Ramalho (Departamento de Ciências Sociais, UFS) publicou em seu blog, um épico sobre a homofobia em duas partes. Em suma, sua idéia é de que a criação do termo “homofobia” bem como sua atribuição fazem parte de uma trama conspiratória obscura de um movimento de guerrilha fria que objetiva dominar o mundo. Agora, o que acontece na realidade, é que o professor, provavelmente inspirado no personagem de Star Wars o Darth Jair Bolsonaro, tenta esclarecer semanticamente o que é homofobia — caso restem dúvidas — só que ele achou que seria mais interessante se o processo histórico de seu desenvolvimento, contexto espaço-temporal, o que é uma atitude hostil ou mesmo o que é “homossexualidade” fossem ignorados. Chovendo no molhado, ele acaba mais uma vez fazendo analogias entre o trato antiético de um ser humano e liberdade de expressão, que sabemos bem quais são.

A essas voltas da leitura, o caro leitor já terá percebido o esgotamento explicativo de um discurso que se apóia no valor por ele mesmo, e daí tome-lhe vícios senso comunitários como, por exemplo, os “bons e velhos costumes que costumávamos ter” desaparecendo e sendo ameaçados pela revolução gay. O mais interessante é a parte em que seu texto dá a impressão (leve, tá?) de que a opressão e a agressão a homossexuais é uma mera consequência do choque identitário entre homossexuais e “aqueles que condenam suas práticas” (quem?!). É um verdadeiro baile em qualquer pensador blogueiro contemporâneo. Mas é de uma polivalência incrível, em apenas dois posts ele abrange praticamente todas as estâncias da vida pública, e da vida privada também!

Seguem os dois links com os posts em questão, embora continue com aquela sensação de que é algo a se passar em branco... ah, dane-se! Vamos à diversão! (XD) :

http://www.cinform.com.br/blog/rodorvalramalho/6420117475574728

http://www.cinform.com.br/blog/rodorvalramalho/1342011730164867

Ele fala em “Gayzismo”! Geeeeente, que vida é essa?!

sábado, 23 de abril de 2011

Moral como conclusão reflexiva de uma pintura de parede.


Afim de reparar, ou melhor, escamotear a aparência da pintura do meu quarto, escondendo os furos, comprei uns posteres da coleção caras de pinturas, que acidentalmente encontrei em um sebo. Das uma das replicas foi uma terrivelmente sublime do pintor austríaco Egon Schiele, que viveu apenas 28 anos, mas produziu intensamente durante a sua vida. Seu trabalho é marcado por forte teor sexual e dizem os seus estudiosos que sofreu forte influência de Sigmund Freud, por isso fez diversos auto-retratos, inclusive se masturbando.

Conheço pouco suas telas, mas pelo que ando pesquisando, ele se tornará um dos meus favoritos. Também não sei explicar muito bem, mas nutro uma forte atração pele pintura expressionista, catalogam-no como pertencente a este movimento artístico e não sei se é a densidade que empregam nas figuras mostrando-as sempre disformes e com um aspecto de sofrimento e minha exuberante identificação pela dor pulsa nessas horas ou se algo o prazer intelectual , da paixão pelo sensível. Deve haver explicação mais plausível para meu afeto acerca do expressionismo, com certeza uma delas é a intensidade de emoções que as telas passam.

Então, quando comprei fiquei entusiasmado, “terei um quarto com pinturas espalhadas, fotos de filmes......etc”, tencionei fazer um quarto com uma decoração bem PIMBA, mas ainda não se efetuou, ele esta mais sóbrio que nunca , do jeito que sou, e outra coisa, acabei me acostumando com as paredes em estado de deterioração, é do jeito que elas são ou as mudo de vez ou não adianta escamotear. E isso vale pra vida!


Beijos

Jadão