quarta-feira, 30 de junho de 2010

Saudades, memórias.... e o futuro ?


já estava com saudades deste espaço que passei a acreditar e nunca pensei que pudesse um dia dizer isso. preciso entender as novas coisas como possibilidades... mas enfim, depois de alguns dias sem postar devido a minha ausencia em terras aracajuanas, devo informar que nesta terça foi um excelente dia de volta a terrinha querida ARACAJU é uma cidade linda e pulsante quando se tem os amigos certos em momentos unicos, foi o que aconteceu ontem.

Mas foi durante essa madrugada que parei para refletir muito acerca de questões como memória e perspectiva, depois de acordar as três da manhã com a minha amiga insonia que desta vez resolvir enfrentá-la concientemente, levantei da cama lavei os pratos e fui ver um filme. e foi durante ele que passei a pensar em minhas memorias ou na construção delas, minhas lembranças são justas comigo mesmo, tenho certeza que apesar de beirar apenas os 30 anos percebo que vivi intensamente tudo que me propus ou ao menos que a vida me proporcionou, por outro lado pensei no futuro, no que me espera ou o que tenho que ambicionar ou mesmo o que tenho que construir. Acho que me formo neste periodo e fico um pouco desmotivado, amo e odeio a academia e gostaria de continuar.
O filme que vi se chama "Coração Louco" é um filme menor e conta a história de um astro da música cowtry americana em decadência e que viaja em turnê pelo interior do Texas em bares sujos e sem nenhum glamour até conhecer uma garota se apaixonar e tentar recomeçar. é um filme que fala sobre a reconciliação do indivíduo consigo mesmo impulsionado por um movimento de redenção, mesmo que motivado por um sentimento que envolve um outro individuo. é um filme sobre o envelhecimento, sobre o passado e o futuro. é um filme simples, que conta com boas atuações, um direção pouco criativa que não vai além de muita coisa já feita por ai sobre o mesmo tema, mas a montagem eficiente, uma trilha cativante e uma boa direção fotografica foi capaz de mexer um pouco em minhas atuais emoções.

Bem, espero continuar a envelhecer de forma intensa e ao lado de amigos tão queridos...

Beijos

JT

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Entre Rinhas de Cachorros e Porcos Abatidos (Ana Paula Maia)

Sem quê nem pra quê andava entre os livros da escariz, sabendo eu muito bem que não posso ler agora outra coisa que não os livros do mestrado. O tempo é pouco e custa muito caro na minha condição. Quando já estava me despedindo do “Aberto está o Inferno” do Antônio Carlos Viana, decidindo deixá-lo para outra oportunidade, vi de relance o “Entre Rinhas de Cachorros e Porcos Abatidos” da Ana Paula Maia. Lembrei-me que o próprio Viana a havia apresentado rapidamente na UFS, e aí não pude resistir, mesmo vagas as palavras dele, elas borbulharam naquela tarde: recordei “ralo”, “trabalho sujo”, “porcos”... reconheci-me entre as lembranças. Catei ambos os livros. Por curiosidade abri o da Maia.

O livro é um pedaço de carne podre. E não faço idéia da origem da carne, se humana, se não humana, se de porcos ou de cachorros, mas estranhamente viva e podre. O livro fede e é gelado. Tudo me veio em imagens e sons e sabores e odores nada agradáveis. E viciosamente cativantes. O único livro que havia lido em uma tarde fora “A Obscena Senhora D” da Hilda Hilst. Essa guria, a Ana Paula, lançou-me um gancho, desses que penduram porcos abatidos.

Lembro de uma conversa que tive com Jadito, em sua casa, no café da manhã. Eu dizia: só posso imaginar... só posso imaginar... Bem, lendo-o eu imaginei, senti cheiro de putrefação e carne fresca dilacerada, de miséria, de miséria e de miséria humana e de todo aquele que sustenta a condição de estar vivo.

Esse livro é composto de dois textos, o que o nomeia e um outro chamado “O Trabalho Sujo dos Outros”, ambos jogam a vida de personagens que em meio a miséria que os rodeiam e de dentro da miséria de suas próprias vidas, pulsam infelizes e rancorosos, mas sobretudo pulsam. Amam, odeiam e pulsam. A dor e o sofrimento, seja de porcos ou homens, perderam-se entre as imundícies desse mundo. Vença o que melhor souber se defender, sem méritos. Os homens matam os porcos, os porcos comem os homens e os cachorros, em condolência, comem as carnes de seus “donos” já cadáveres.

Se quiserem e puderem, leiam.

sábado, 26 de junho de 2010

O céu serve a todos, o céu ninguém pode pegar.


Há semanas desejava uma caminhada, descompromissada, só uma caminhada. E a manhã de hoje pareceu propicia. É que não chovia e eu havia baixado na internet dezenas de músicas que me fazem bem e mal, queria ouvi-las andando. Acordei um pouco mais tarde do que desejava, eu tinha que estudar depois, escrever uns artigos que me consomem há dias. Pus então uma camisa branca, uma bermuda azul-clara. Assim, escolhidas as cores, abri a porta e olhei para cima, o céu foi se revelando acinzentado. Devo ter feito uma cara neutra e fui andando. Liguei o tocadorzinho de músicas e os fones no ouvido. A cada passo uma leve vontade de rir, é que eu estava tranqüilo ouvindo a cantora que dizia que haviam apagado tudo e pintado de cinza e que no muro só havia restado tristeza e tinta fresca. Não resisti e meu largo sorriso brotou, sem reforço de forças ocultas, sem levantes mecânicos de cabeça. Comecei a pensar na semana, na minha incomunicabilidade, nos meus gestos imprecisos e atitudes completamente desconexas. O riso se energizou e quase tomou toda a minha cara. Chovia copiosamente e eu estava andando no meio do calçadão do centro comercial de Aracaju, os trabalhadores esperavam nas portas das lojas, encolhidos com seus guarda-chuvas. A cantora de voz suave dizia então que o céu amanhece com Sol e que ele serve a todos e que ninguém pode tocá-lo e que ele ia do chão para o alto. Me apressei, não por causa da chuva que mais parecia evaporar ao tocar minha pele. Queria ver a maré e a cor do entre ela e o céu. Mas ninguém pode tocá-lo, o céu, repetia a cantora. Que boa a sensação. Sem começo nem fim. É provável que já tenha entrado aqui no campo do incomunicável. E, sabem? Não estou para ser inteligível. E hoje, especialmente hoje, não vim para matar demônios, mas rir deles. Para, como diz uma das músicas de meu tocadorzinho, deitar e rolar. Eu não cansava. Uma moça desce de um ônibus e me diz uma coisa que não entendi. Lembrei que estive naquelas ruas vezes atrás, sozinho como na caminhada, à noite, ensaiando noitadas e boemia. (rio aqui, mais uma vez) Malandro. Ensaiei quando já estava na Beira Mar passos de malandro. Assim: ombros para trás, cotovelos levemente suspensos e a cada passo uma jinga, mas aí tem que ter talento. Mas essa minha pinta de menino bem nutrido estraga sempre tudo. Mas a chuva caía, e o tempo estava meio branco-acinzentado. Deixe só eu resolver sair nu por entre essas ruas, qualquer dia desses. Louco e armado de ódio. A chuva caía forte. Os carros passavam e as poças se formavam nas calçadas. Aproximava-me do manguezal, ali já chegando na Treze, esse bairro dos afortunados. A música: Quem foi que disse que é impossível ser feliz sozinho?/ Vivo tranqüilo, a liberdade é quem me faz carinho/ No meu caminho não tem pedras nem espinhos,/Eu durmo sereno e acordo com o canto dos passarinhos. Lalaia laia laia laia laia lalaia laia laia laia...Cheguei no calçadão da Treze completamente encharcado. A camisa branca revelava minha pele pálida escondida. Avistei logo um senhorzinho encolhido embaixo de uma banca de revistas fechada, sabem aquela de livros espíritas? Ele se encolhia se protegendo da chuva, não conseguia ver se ele estava de olhos fechados, a cabeça pendurada, o rosto voltado para baixo. Nos pés um saco cheio de não sei o que. Fui para o outro lado da banca, aquele instante parecia pertencer a ele. Aproveitei que ninguém via e urinei. Aliviado, olhei para dentro da banca. O vidro embaçado. Vi do outro lado que o velhinho agora tinha as mãos ajuntadas como em oração, encostadas ao peito. Será que reza? meu primeiro pensamento, mas na chuva? A chuva caía e caía a chuva, e caía. Caía como que estivesse chorando, encharcando a pele dos outros como quem não tinha mais nada o que fazer senão aquilo. Malvada, como uma mãe que ama. Naquele momento, exatamente ali, finalmente me protegendo da chuva, esperando um ônibus que voltasse para o Santo Antônio, eu comecei a rezar, para o Deus mesmo, esse silencioso que eu construí. Eu pedi ao Deus mudo que ele permitisse que o dia se ensolarasse. E dentro ônibus indo para casa, pedi a ele que atendesse também o que pedia o velhinho.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

MAIS ALGUMAS LINHAS SOBRE MEU DESENTENDIMENTO PRÁTICO ACERCA DO AMOR...

[linhas suprimidas]

Conforme dito acima, fica, portanto, a conclusão de que eu e Jadson, para ficar em apenas um exemplo lato, diferimos muito na aplicação pragmática de nossos conhecimentos sobre o amor. Ele age de uma forma, eu, de outra, em equivoco. Faço a linha “errador contumaz”, por isso, não entendi bem o que ele quis dizer com a diferenciação (ou era conjunção?) kierkegaardiana entre amor e perdão. Fuça aqui a lembrança falha a ser corrigida...

Na tarde de hoje, planejo ir ao cinema, ver “O Golpista do Ano” (2008, de Glenn Ficarra & John Requa). Apesar de o título do filme, cartaz do mesmo e a protagonização de Jim Carrey façam parecer se tratar de uma comédia, a sinopse deixa antever que um forte drama potencial sobre o que leva uma pessoa a se assumir como homossexual criminoso depois de uma vida pregressa levemente estabilizada se instaura diante do público, o que, com certeza, não será bem-quisto pelos conservadores violentos que, com certeza, estarão enganosamente presentes à sessão. Vou ver o filme com medo, um medo herdado do Belchior que ouvi pela manhã, e talvez sozinho. A depender do que sinta, voltarei aqui para comunicar o que achei...

De resto, espero que o primeiro parágrafo desse texto deixe claro o que eu quis dizer sobre...

[conclusão textual igualmente suprimida]

Wesley PC>

terça-feira, 22 de junho de 2010


Sabe aquels insonias involuntarias, que lhe paralisão? pois é nest exato momento sinto uma forte vontade de dormir e simplesmente não consigo fechr o olho, ja li Kierkegaard, Hilda Hilst, não consigo concentração. devo mais uma vez estar a psicossomatizar alguma situação, eu me pergunto quando isso vai parar, isso é involuntário pessoas, hoje chove la fora e mesmo com um clima propicio não consigo durmir, tomei remedio já estou sperar os efeitos, sinto coisas estranhas pelo corpo, um mal-estar tamanho..............



È ok


J.t

Algumas considerações sobre o amor- parte II


O segundo pensador que trago aqui para falar do amor é o dinamarques Soren Kierkegaard, que propõe uma espeie de ética cristã, vejamos um poquito.

Para Kierkegaard, o amor só pode ser conhecido através de seus frutos, de suas obras, pois ele tem uma vida oculta e se revela, se manifesta na necessidade de ser reconhecido e assim se faz pelos frutos, assim como pensamento que se revela na expressão do discurso, assim é o amor cristão que se movimenta e tem a eternidade em si. Não podemos conhecer a origem do amor pois ele se funda misteriosamente no amor de Deus. Portanto, só é possível conhecer os frutos aquele que crê no amor, “Só aquele que permanece no amor pode conhecer o amor do mesmo modo como seu amor deve ser conhecido1”.
Kierkegaard nos lembra que o mandamento “ amarás a teu próximo como a ti mesmo” pressupõe que o homem ama a si mesmo e deve amar a todos como a ti mesmo, ou seja, o amor por ele elogiado não é de forma alguma egoico, na exigência do amor ao próximo não se deve amar desmedidamente, o amor de si é a medida. O verdadeiro amor é dirigido a todo o gênero humano. O próximo não é aquele que está mais perto, mas o outro, ou seja, todo e qualquer homem.
O dinamarquês afirma que o próximo é uma reduplicação, “ como a ti mesmo” contido na lei divina afasta a possibilidade de um amor egoísta, pois o homem egoico não suporta a ideia de reduplicidade. Há no pensamento de Kierkegaard uma clara preocupação com a alteridade do indivíduo, com um amor que se concretiza num dever que tem como medida a sua própria subjetividade.


JT

"Felicidade Clandestina"








O engomadinho.

O cigarro, o zíper aberto,

A punheta apressada.

A descarga,

A bituca e as dores entaladas na privada.


segunda-feira, 21 de junho de 2010

BONNE ANIVERSAIRE!

Hoje nasceram: Alexandre, o Grande (em 356 a.C.), Machado de Assis (em 1839), Jean-Paul Sartre (em 1905), Nelson Gonçalves (1919), Eduardo Suplicy (em 1941), Manu Chao (em 1961), entre muitos outros. Mas a pessoa que amo e que nasceu neste dia consegue se destacar nesta lista inteira. Nasceu em 1982 e em comum com esta imagem da militante Jane Hanói (Fonda, de nascimento) tem a graça, a beleza e a pujança defensiva diante dos contínuos ataques ideológicos. Parabéns cardíacos para minha doce e maracujada Ninalcira de Lemos Sampaio! Só não fui para tua festa-surpresa (ops!) por causa de minha moléstia, visse?

Wesley PC>

Incomunicabilidade


Alguem entendeu algum poster desses que tiago publicou?

outro dia conversando com um amigo psicólogo esse afirmou que todos os homens deliram, adiferença é que uns saem na media geral de delírio, eu acho, acho mesmo que condordo com ele, funcionamos delirando o tempo todo, damos nome sentimentos,acreditamos no inefável, medimos o imponderável,acreditamos em mundos virtuais, escrevemos em blog e por ai vai.....

Mas ao menos um tendendimento do delírio as vezes é bom pragete se comunicar né, nossa eu estou tentando deduzir algo, alguma coisa, mas.....

e daí, quem quiser que tire suas conclusões eu que não vou ser porta voz da camara dos deputados federalistas americanos, eu to com a unha incravada, e a gaganta ainda esta no lugar,ainda.....


por que? por que? por que? porque? o pro-quê? e para que?

domingo, 20 de junho de 2010

às gargalhadas:

- COMEÇA, AMANHÃ, COMEÇA?

perdoem-me por tudo o que respeitam.

E
N
T
O
R
N
A
N
D

O
LIXO HOSPITALAR...

não me perturbem, os ânimos... (gargalhadas)




“Olhe, Hillé, toma esta peneira e colhe água do rio com ela, olha, Hillé, aqui tens a faca, corta com ela a pedra, pedaço por pedaço, depois planta e vê se medra, olha, Hillé, aqui tens o pão mas só podes comê-lo se dentro dele encontrares o grão de trigo inteiro, e de quem o colheu a própria mão, olha, Hillé, aqui tens a tocha e o fogo, engole e assim veremos o que se passa nos teus ocos.


Olha, Hillé a face de Deus
Onde onde?
Olha o abismo e vê
Eu vejo nada
Debruça-te mais agora
Só névoa e fundura
É isso. Adora-O. Condensa névoa e fundura e constrói uma cara. Res facta, aquieta-te.”

(A Obscena Senhora D, Hilda Hilst)

... tarde fulera.... tarde morta.


É que não me é cabível a quietude, sabe? É pequena demais para vastidão de minha ânsia. É que há sede demais dessa fundura, sabe? Prova-me então, que o que há é fundura e mais nada. Crês mesmo que ainda assim me aquietaría? Não vês que há angústia? Um querer dominante? Não percebes que não cansarei de vos questionar? Tua fundura rutila, tens idéia do que é isso? Uma fundura que rutila e que queima. Quero saber por que choras, por que geme, por que sangras? Hein? Por que Sangras? E não me diga: SOU VIVA. Mesmo que veja só escuridão, esperarei um raio de luz, o mais torpe. E já não quero mudar nada! Vocês querem? Será esse o tal Motor? Não mudarei nada, não eu. A esperança, essa palavra doce é o que me alimenta a dor. E assim, naturalmente sádico e masoquista, seguirei. Condensa Você, névoa e fundura, expõe e no primeiro raio de sol, a cara começará a derreter-se. O que fará? Jogá-la-á novamente às profundezas obscuras? Desce à escuridão, ao porão disso que chamas alma e lá, aquieta-te. Se não vires a cara da morte, terás as trevas de consolo. Deixa-me seguir na superfície, condensando minha cara ao meu sangue e às minhas dores. Deus. Deixa-me descobrir que aqui há mais cores. Aqui, aqui, aqui, olhe! Deixa-me descobrir vivo que esse desejo perigoso é de minha própria natureza rutilante. Aquieta-te, Você, que não é natureza. Que é um vago buraco pendurado no nada. Aliás, tu não existes. Aqui, condensarei tudo o que há dentro e o que há fora. E construirei minha cara de Deus. Prove-me, Nada, que não sou!